transforme a dor em poder

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O sol se pôs, a noite vingou, e Charlotte acordou

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O sol se pôs, a noite vingou, e Charlotte acordou. O corpo dolorido parecia um tanto mais rígido, aquele formigamento e leveza da droga haviam passado, fazendo-a sentir pesada como chumbo.

Mexeu os dedos sentindo as juntas doerem, irradiando o desconforto pelas mãos e braços. Com certo esforço, sentou-se no estofado, sentindo a cabeça latejar.

Os olhos procuraram pelo seu amigo, que não estava na cama.

O cheiro adocicado de xarope de bordo atingiu suas narinas de maneira tentadora, e a moça se levantou com cuidado, indo até a cozinha.

Genevieve estava sentada com um pequeno caderno escolar sobre a mesa, e Augusto estava de costas, voltado ao fogão, fazendo panquecas.

-O café da manhã virou às nove da noite?- brincou com um fio de voz, fazendo notar-se.

A criança ergueu os olhos grandes e verdes, levantando em um pulo para envolver Charlotte em um abraço amigo e gentil.

-O Guto disse que você tá triste, por que machucaram você. A gente vai te cuidar tá bom?- disse a menina apertando o rosto contra o corpo da mais velha.

Um sorriso terno tomou os lábios da moça magoada, que retribuiu o gesto bondoso.

-Eu já me sinto bem melhor com esse abraço!

-Eu sempre fico feliz com panquecas, então pedi pro Guto fazer pra você!

-Eu também adoro panquecas... Obrigada!

Augusto se virou, colocando na mesa um prato cheio da guloseima empilhada em uma torre deliciosa e fumegante.

Os olhos dos amigos se encontraram em um contato silêncioso e significativo. Havia cuidado no fitar do moreno, e a jovem retribuiu com um olhar aliviador em um meio sorriso.

Estava tudo nos eixos, na medida do possível.

-quer xarope, Charlie?- Perguntou cedendo a cadeira em frente sua irmã.

-Sim!- disse a jovem se acomodando.

Colocou 3 grandes e fofas panquecas sobre um prato de plástico verde, melando com a calda que Augusto despejou em abundância.

-Por que todos os utensílios aqui são de plástico?- Perguntou abocanhando o doce.

A criança ergueu as sobrancelhas, olhando para o irmão com uma cara culpada.

-É por que a mocinha aqui tem mãos furadas.

-É mentira! Eu só derrubei uma vez!-defendeu-se ultrajada, apontando o garfo ao rapaz.

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