Colide

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Charlotte acordou sentindo a parte de trás da cabeça latejar com força e um enjôo terrível

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Charlotte acordou sentindo a parte de trás da cabeça latejar com força e um enjôo terrível. Estava atordoada com os membros doloridos, deitada sobre uma superfície dura, absorvendo o cheiro de mofo empregnado no lugar. Abriu os olhos se acostumando a penumbra e ouviu murmúrios abafados por perto. 

Apoiou-se nos cotovelos, vendo que estava em um chão áspero de concreto úmido, no que parecia ser um depósito antigo com barris de metal enferrujados no cômodo amplo e escuro. Mais para frente, havia uma porta azul oxidada soltando um feiche de luz pelas arestas. Era de lá que vinham os sons de conversas.

As últimas memórias atingiram-na em cheio, fazendo com que seus olhos se enchessem de lágrimas que escorriam teimosas sobre as bochechas. Sabia que desde que sua mãe morreu tentando esconde-la de um assaltante, seu pai nunca mais a olhou da mesma forma, mas não tinha ideia do tamanho do ódio que ele nutria em seu coração, a ponto de entregá-la de bandeja para um psicopata assassino em nome de algum acordo. Sempre desejou ter ido no lugar de sua progenitora, ainda mais hoje, estando naquele local.

Tentando se acalmar, levantou-se e viu que ainda vestia as mesmas roupas abarrotadas de antes. Checou por precaução a calcinha de algodão, que ainda estava exatamente no mesmo lugar, para seu alívio. Olhando ao redor, percebeu que só havia uma saída, e as janelas era muito altas e pequenas para ela conseguir alcançar.

Lentamente, se aproximou da porta, colando seu ouvido ali para ver se descobria onde estava. 

Eram varias vozes masculinas, levemente abafadas, sons metálicos, risadas, passos, estralos, uma riqueza de barulhos comuns. Mas nada ali era perceptível o suficiente para sanar suas dúvidas. 

Ficou escorada durante um tempo, até perceber que um par de vozes se aproximavam do lado de fora da porta.

A morena correu para se esconder  agachada atrás de uns tonéis altos, espiando dentre os mesmos. 

A porta rangeu ruidosamente, e ele estava la, com seu terno roxo acompanhando de um homem alto de roupas escuras e uma máscara de palhaço. 

-Chefe, será que ela conseguiu sair?- perguntou o capanga procurando mais para o fundo da sala. 

Coringa caminhou daquele jeito manco, olhando ao redor, até que se aproximou dos tonéis, fazendo que Charlotte prendesse a respiração nervosa. 


O homem tamborilou os dedos no queixo, quando ainda próximo girou sobre os calcanhares e deu meia volta até a saída. 

-Solte os cães aqui dentro, ela vai aparecer se não a matarem- disse em voz alta e bem humorado.

Os olhos azuis se abriram amendrontados, estava obrigando-a a sair de seu esconderijo tosco. Ele não gostava de gastar seu tempo. 

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