Prólogo: 4 anos antes...

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Narrador

Anastasia e Christian já haviam superado todos os obstáculos que um recente casamento trouxe. Agora Christian perdia o pavor de ser pai, Ana se recuperou totalmente do incidente com Hyde e nada parecia afetar a vida do casal.

No Escala, Gail preparava um delicioso jantar para ambos e tomava conta de cada detalhe importante da comida favorita daquele casal que a governanta tanto idolatra. Percebia, mesmo disfarçando, o quanto aquele homem tão voraz aos negócios havia se transformado depois de permitir que uma simples moça inocente entrasse em sua vida.

Enquanto isso, Christian e Ana desfrutavam de uma ótima ducha morna aos beijos e carícias. Eram beijos famintos, sexuais e cheio de paixão. Seus corpos abraçados, envolvidos na carne macia da pele, corações unidos e os toques.

Ana amava ser prisioneira desses ataques sexuais do marido, ostentava de cada sensação diferente e os tremores do toque intenso. Os beijos estavam cada vez mais quentes, porém Ana interrompe ao sentir uma dor aguda no ventre.

- Ai – geme ela baixinho.

- O que foi, Ana? – pergunta Christian e olham para baixo, notando o coágulo de sangue descer pelo ralo junto com a água do chuveiro – Ah não!

- Eu estou com medo, Christian – diz ela aos prantos e gotas de sangue descem aos poucos novamente.

Rapidamente, Christian desliga o chuveiro e enrola uma toalha na cintura. Ele se encarrega de apoiar Ana para sair do box, enxugando a esposa e vestindo um roupão confortável nela. Ela sente o incômodo no ventre se intensificar mais.

- Isso dói – resmunga ela com a mão na barriga.

- Vamos sentar na cama – diz Christian e caminham devagar até a cama. Ele senta a esposa na cama, esticando suas pernas e pondo travesseiros em suas costas – Ana...

- Estou abortando, não é? – pergunta ela chorando e Christian fecha os olhos, tentando não responder essa fatalidade. O que ele faz é segurar em sua mão, chamando por Gail e espera que a governanta venha para poder colocar uma roupa.

Gail chega no quarto do casal e se depara com os dois tristes, Ana em desespero e uma tensão no ar. Christian pede que ela avise a Taylor que vão para a maternidade, ligue para a médica de Ana e a governanta prontamente atende.

Ele arruma primeiro sua esposa com uma calcinha, sutiã e um vestido de alça fina confortável. Depois ele veste uma cueca box, calça jeans e uma camiseta. Ana permanece na cama, sem coragem de se levantar, olhando sua mão pousada no ventre e chora de amargura.

- Eu estou aqui. Te amo – diz Christian tentando soar calmo e beija a testa de sua esposa, abraçando ela.

[...]

Doutora Greene desliza o aparelho de ultrassonografia na barriga de Ana, tomando para si a angústia do jovem casal e o tempo todo assiste a recente tristeza de não ouvir mais nenhum batimento fetal.

- E então? – pergunta Christian limpando a garganta e com a mão entrelaça na de Ana.

A médica desliga o aparelho e olha piedosa para ambos.

- Infelizmente você perdeu o bebê, Ana – diz a médica e Ana se desespera, chorando copiosamente.

Christian abraça sua esposa, chorando junto com ela e permite que sinta a dor da mulher que tanto ama e mudou sua vida. A médica se retira da sala, deixando o casal a sós.

- Porque? – pergunta Ana em meio ao choro para o marido e ele lhe beija nos lábios.

- Não sei – responde ele rouco – Não sei, Ana – ele chora e os dois ficam presos naquele relento de dor, angústia e muita tristeza.

Não é fácil saber que uma parte sua não existe mais, a alegria de escutar o coração pequeno se transformou em puro amargor e toda a agitação de se preparar para uma realidade feliz se desaba.

Ana é levada ao quarto e a enfermeira injeta um calmante para que possa dormir. Christian fica ao seu lado, segurando sua mão o tempo todo, transferindo a dor da esposa para ele. 

Depois da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora