"Sempre estaremos a um passo à frente"
"Mais gente irá morrer. Aguarde as próximas instruções"
Eu olhava aquelas palavras no papel, passo os dedos em meu cabelo já meio bagunçado. Eu não entendia o porquê daquilo, eles podiam ter me matado e concluído o tal plano. A menos que aquele não fosse o seu plano. Talvez tenha sido apenas para despistar do verdadeiro foco.
Jogo meu corpo para trás, ofegante, passando as mãos no rosto. Ao me levantar, tomei um longo banho quente, para tentar esclarecer as idéias. O que eles queriam dizer com aquilo? Com "aguardar ás próximas instruções"? As perguntas martelavam em minha cabeça, e eu só sabia fazer mais delas. Deixei o box, amarrando a toalha na minha cintura, me encostando na pia de mármore, encarando meu reflexo no grande espelho. Eu passo uma mão no mesmo, para desembaçar. Coloco minhas mãos sobre a pia novamente e abaixo a cabeça, suspirando. A cada dia a monarquia custava mais. Me pergunto se minha irmã saberia lidar com aquilo.
Eu precisava proteger o povo desses bárbaros. Eu precisava tomar alguma decisão. Sai do banheiro e assim escolho uma calça preta social, a blusa branca de botões e os sapatos italianos. Eu me vesti, calçando o sapato. Coloco o paletó, arrumando o colarinho, e deixo apenas dois botões da camisa abertos. Arrumo meu cabelo para trás e me perfumo um pouco, sai do quarto, arrumando o relógio em meu pulso. Já eram oito horas da manhã, o café provavelmente já estava sendo servido. Desço as escadas rapidamente, andando até a sala de jantar. Meu pai, minha mãe, meus dois irmãos, Lindsay e Kendall estavam assentados a mesa.
- Ah, estávamos apenas te esperando, filho - Minha mãe diz, me lançando um olhar preocupado pela minha expressão.
- Eu lamento dizer que não vou me juntar a vocês - Falei, olhando as duas mulheres que tinham os olhos focados em mim, volto-me para meu pai. - Podemos conversar? Um minuto.
Ele olhou para minha mãe e assim pediu licença, levantando-se e vindo até mim, eu ando para fora da sala.
- Eu preciso fazer um anúncio no Jornal Oficial, e a reunião dos conselheiros tem que ser hoje!
- Aconteceu alguma coisa que eu não saiba? - Ele pergunta, me olhando duramente.
- Sim... mas não posso explicar ainda. Por favor, pai. Passei um ano exercendo o trabalho de rei e príncipe, daqui poucos meses eu terei que me tornar um verdadeiro rei. Deixe-me proteger meu povo.
Meu pai desviou o olhar, parecendo pensar. O rei tinha um porte grande, intimidante. Sua barba era perfeitamente aparada, tinha por volta dos 1,80. Se me achavam intimidador, meu pai era mil vezes mais. Seus olhos se voltaram para mim e eu suspirou, colocando as mãos para trás do corpo.
- Me deixe a par de tudo. Eu quero saber de cada mínimo detalhe - Ele disse e eu confirmo com a cabeça. - Marque o horário com o Jornal Oficial, eu falarei com os conselheiros.
- Obrigado, pai - Falei, tocando seu ombro antes de me virar para ir até a biblioteca subterrânea, meu novo escritório.
Dessa vez, tinha quatro guardas na porta, armados. Eles me dão passagem e eu adentro o cômodo, pego minha agenda de números e procuro o do Jornal, peguei o telefone do meu escritório e assim disco o número. Troco algumas palavras e ele logo dizem que estariam aqui em poucos minutos e assim eu desligo a ligação. Meu olhar vai para a prateleira de livros e assim eu ando até a mesma e pego o de Jorge. Lembro vagamente do que descobri a respeito dele na última vez que abri o diário, e me contorce o estômago vazio. Eu abro o diário, nas últimas páginas.
Identificamos um grupo no Norte, aparentemente são contra o nazismo. Isso é totalmente inaceitável. Amanhã iremos decapitar um por um. Minha alma precisa, precisa disso. Viva o nazismo.
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Futuro Rei
RomanceUm país rico, chamado Atlantic, conhecido por suas florestas e mares esplêndidos, e também conhecidos por seus reis serem benevolentes e humildes. Mas, o povo é devastado por uma dor imensa quando a sucessora do trono, Micayla Schumann morre. Isso...