Capítulo Oito

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O carro parou e meu motorista abre a porta para mim, saio do veículo abotoando o paletó preto. Kyle conversa brevemente com os três guardas que fariam minha segurança ali na escola. Pelo o que me foi passado, eu deveria fazer um discurso a respeito do futuro e todos esses blá blá blá. A escola imaginava que com um exemplo real e forte os jovens ficassem mais impulsionados a estudarem, além de que eu tinha por obrigação conferir a educação deles pessoalmente. Bem, eu não, meu pai.

- Podemos entrar? - Kyle me pergunta e eu confirmo com a cabeça, seguindo logo atrás dele.

Os portões da grande escola estavam abertos, coloco minhas mãos atrás do corpo enquanto caminhava pelo caminho de concreto, o espaço da entrada era amplo, com alguns bancos, a grama verdinha. Um bom espaço para os jovens estudarem. Havia uma estátua de meu avô, Raul, já que fora ele quem fundou a escola logo no começo de seu reinado.

Uma mulher vestida de azul estava nos esperando na frente das portas de entrada, o cabelo grisalho perfeitamente preso num coque, um sorriso gentil nos lábios. Kyle apertou sua mão e eu logo depois.

- Majestade, essa é Mariah, diretora da escola - Kyle me apresenta e eu sorri de forma educada.

- Muito prazer, senhora.

- O prazer é todo meu, alteza. Queira me acompanhar, por gentileza - Eu faço um gesto com a mão para que ela seguisse na minha frente, e ela o faz.

A mesma ía mostrando tudo enquanto caminhávamos, a escola tinha uma decoração rústica, madeira escura, os armários eram mais modernos por ali. Havia duas bibliotecas imensas, salas de descanso, além do imenso refeitório. As salas ficavam a partir do segundo andar, com direito a cinco andares de salas de aula. A escola havia professores renomados, uma boa gestão, e todas as salas em perfeito estado. Realmente, estavam aproveitando bem o dinheiro que o palácio mandava.

- Os alunos participam de excursões educacionais, são incentivados a realizarem todos os cursos educacionais necessários. Além de ter dois conselheiros para ajudar com as bolsas em faculdades do exterior.

- Bem, vejo que anda fazendo um ótimo trabalho, Mariah. Fico feliz que esteja usando o dinheiro à favor da escola e alunos - Ela sorriu para mim.

- Sim, é claro. Gostaria de ver os andares superiores? Os alunos ficarão muito felizes de o ver antes da palestra.

Olhei Kyle, que fez um sinal com a cabeça para que eu aceitasse. Olhei a mulher novamente e confirmei com a cabeça.

- Nós aceitamos alunos de todas as formas. Por isso, instalamos um elevador para os alunos deficientes - Eu balanço a cabeça e seguimos para o elevador.

Subimos ao segundo andar, começamos a andar pelo corredor. A maioria das salas ficavam com a porta aberta, então de vez em quando parava nas salas, analisando como era. Umas mais barulhentas e outras mais quietas, porém, assim que me olhavam, o silêncio era absoluto. Eu fazia um aceno com a cabeça e seguia em frente, podendo começar um barulho ainda mais alto, mas as professoras rapidamente controlava a situação.

Chegamos ao quarto andar, e parei numa sala onde o barulho era ensurdecedor. Diferente das últimas vezes, eu entrei na sala de aula, irritado com tamanho barulho em horário de aula. Reconheci imediatamente Hazel, que estava sentada em cima de uma mesa, e um garoto com as mãos em torno de sua cintura. Aquilo me fez enrugar a testa, mas permaneci com a expressão neutra. O barulho acabou assim que me notaram, todos ficaram em pé e fizeram uma reverência. Eu fiz um movimento com a mão para que se assentassem. Meu olhar foi para a professora, que fez o mesmo.

- É sempre assim? - Perguntei, com a voz exalando irritação.

- Ás vezes, majestade. Eu sou a professora de química, então não é sempre que nos meus horários fica assim - Eu confirmei com a cabeça.

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