Capítulo Seis

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Meus olhos se abrem gradativamente, na hora exata que eu acordava todos os dias. Suspirei, e me sentei na cama, ligando meu abajur. Me levantei colocando meu chinelo e ando até meu banheiro, abro a porta do mesmo e adentro, atravessando quase ele inteiro para ir até a pia. Molhei meu rosto, me lembrando da noite intensa que tive com Anna. Mas, infelizmente, não tinha resolvido nada. Eu escovo os dentes, analisando minhas feições no espelho. Mais uma lição: sexo é bom, mas os problemas não vão embora, apenas desaparecem momentaneamente.

Entrei no box após tirar todas as minhas roupas, abro o registro na água quente. As gotas quentes se chocavam contra a minha pele de maneira gostosa e relaxante. Abaixei minha cabeça deixando a água molhar todo meu cabelo e nuca. Suspiro, apertando meus olhos. Eu ía pedir quatro meses para o meu pai para eu encontrar alguém que eu realmente gostasse. E assim, eu pudesse me casar. Saio do box pegando uma toalha pendurada num tipo de barra dourada, com certeza feita de ouro. A passo em meu cabelo, bagunçando o mesmo enquanto secava, passo a toalha em minha cintura deixando-a pendurada ali. Me olhei no enorme espelho, passando a mão em meu abdômen. Suspirei, e saio do banheiro indo até as portas do meu enorme closet, sequei meu corpo e pego uma calça social cor chumbo, e uma camisa branca de botões. Visto ambos, colocando a camisa para dentro da calça, abotoei a mesma e arrumo o colarinho, abro minha gaveta de gravatas e pego uma da mesma cor da calça, faço o nó ao redor do meu pescoço. Me olhei no espelho, arrumando a gravata. Arrumo o colarinho novamente e pego o paletó cor chumbo, o visto, abotoando apenas dois botões. Coloco minhas meias pretas e o sapato social da mesma cor, penteio meu cabelo para trás e me olhei no espelho, gostando da minha imagem. Passo um pouco de perfume e saio do closet, fecho as portas do mesmo e vejo meu mordomo entrar.

- Bom dia, senhor. Desculpe o atraso, o rei está o chamando em sua sala - Ele diz formalmente, pego meu celular e carteira, colocando ambos no bolso.

- Obrigado - Murmuro e passo por ele, saindo do quarto. Ando pelo corredor, outrora com o tapete branco, agora vermelho com detalhes em dourado.

Havia pilares com vasos exuberantes que tinham petunias. Desde o dia da morte da minha irmã, petunias era o que mais era colocado no castelo. Coloco minhas mãos para trás, analisando os quadros de todos os grandes reis de Atlantic, no entanto, Jorge não estava ali. Enfim chego as portas duplas feitas de madeira escura do escritório do meu pai, bato algumas vezes e ele anuncia que eu podia entrar. Adentro o cômodo, fechando a porta atrás de mim, faço uma pequena reverência e me sento na cadeira em frente a sua mesa.

- Bom dia, meu filho - Eu confirmo com a cabeça, ainda mal humorado. - E o que decidiu?

Suspirei, e deixo meu tornozelo descansar sobre minha coxa.

- Quero quatro meses - Ele ergueu uma sobrancelha. - Para encontrar uma garota que eu queira me casar. Caso eu não encontrar dentro desse tempo, eu me caso com a Lindsay.

Ele se mexeu na cadeira, parecendo pensar na proposta. Enquanto ele pensava, fui analisando os papéis sobre sua mesa. Todos enviados por detetives particulares, a respeito dos rebeldes. Eu parei de ver, desconfortável com aquela investigação. Me fazia lembrar dela em meus braços no dia da tragédia. Levanto meu olhar para o meu pai, e ele suspirou.

- De acordo - Eu não sorri, na verdade, eu estava triste. - Espero que encontre uma mulher de acordo para assumir o lugar da sua mãe.

- E vou - Murmuro, me levantei e fiz uma reverência e saio de sua sala, fechando a porta atrás de mim.

Soltei o suspiro preso em minha garganta, caminho pelo extenso corredor cheio de portas. Levantei meus olhos, admirando as pinturas no teto. Minha mãe era apaixonada por obras de arte, então o castelo parecia mais uma galeria de arte do que um palácio mesmo. Eu até que gostava. Meu corpo acaba encontrando algo, empurrando-o para frente. Abaixo meus olhos, em alerta e vejo uma moça no chão, com as vestes de uma empregada do palácio. Sua pele era alva, os cabelos loiros não eram tão grandes, mas me dava uma vontade enorme de tocar e afagar. Seu corpo era pequeno, mas cheios de curva. Ela levantou a cabeça, com uma cara de brava, mas assim que me viu, seus olhos azuis arregalaram, parecia envergonhada pois suas bochechas ganharam uma coloração vermelha.

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