Os dias haviam se passado, não havia tido nenhuma outra invasão. Amanhã todos os escolhidos para participar da Guarda-Real iriam vir. Os preparativos estavam a todo vapor. E bem, hoje era aniversário de Hazel. Eu não havia tido muito tempo para ver a mesma, passava noites trabalhando, ligando os pontos dos ataques de Jorge, além de estar providenciando pessoalmente todos os recursos necessários para o recrutamento dos mais novos soldados.
Por enquanto, todos os decretos que eu havia feito, tinham sido corretamente obedecidos. Quanto ao reino de Foxwood, completamente devastados pela morte da princesa, aceitaram de bom grado a ajuda de Atlantic. Aos poucos, pareciam estar se reerguendo. Ainda recebíamos turistas, e eu esperava que não fosse necessário fechar totalmente a entrada deles por conta desses ataques.
- Majestade, todos os cavalos foram perfeitamente escovados e todas as selas já estão no estábulo.
- E quanto as armas? - Pergunto, me arrumando na cadeira de couro.
- Estão no cofre junto das munições, como o senhor nos mandou. As vestes de montaria, e também os uniformes estão devidamente limpos e pendurados nos quartos destinados aos recrutas - O guarda diz, e eu balanço a cabeça em afirmação.
- Muito bem. Obrigado, pode se retirar - Falei e ele faz uma reverência formal antes de se retirar da sala e fechar a porta atrás de si.
Eu me levantei, suspirando em completo cansaço. Eu me dirijo ao quadro com alguns pedaços do diário, alguns retratos que eu mesmo tinha feito, afim de tentar entender. Os rebeldes estavam recriando todos os passos de Jorge, mas ainda não entendia porquê. Um tipo de vingança? Talvez. Eles pareciam extremamente focados em atacar diretamente a nós. Principalmente a mim.
Peguei o copo de vidro, derramando um pouco de uísque no mesmo e tomo um gole, olhando para o quadro. Meu olhar recai para o diário dele e suspiro, passando os dedos pelas páginas ásperas e que traziam tanto ódio, que chega a ser difícil imaginar que ele era da família Schumann, conhecida por ser tão benevolente.
"August passou a chorar após nosso momento de amor, isso é normal? Bem, eu não sei, mas não me incomoda. De qualquer forma, isso torna apenas mais excitante. Ele gosta. Eu sei que gosta. Ele parou de falar comigo, apenas retira suas vestes quando eu chego em seu quarto. E isso é bom. Ele é um garoto tão lindo, pele alva, o cabelo lindamente escuro, e liso. Sua pele é a coisa mais delicada e macia que eu já toquei, que eu já beijei. Ele um dia me disse que sou sujo, e ele tem razão. Mas ele é minha pureza."
Fechei meus olhos brevemente, e assim arranco aquela página e assim coloco no quadro. August era o garoto que ele estuprava, e considerava amor, normal. Onde podíamos ver sua doença se manifestar. Eu peguei o rolo de linha vermelha e enrolo calmamente no alfinete, levando para a foto de Jorge, em preto e branco. enrolo no alfinete e assim amarro, cortando o restante. August estava ligado a Jorge, era o encontro da sua doença com a sua sexualidade. O que apenas aumentava mais o lado sombrio de Jorge.
- Cameron? - Ouço uma voz baixa, e angelical. Viro-me calmamente, com o copo na mão. Hazel.
Merda! Seu aniversário.
Eu pouso o copo na mesa de vidro ao lado do quadro e assim faço um gesto para que ela entre. Caminho calmamente para a mesa novamente, vendo ela se aproximar com calma. A mesma vestia uma calça jeans simples, com uma blusa de cor pastel, sem nenhuma estampa, mas apertada, ressaltando seus seios. Ela estava sem sutiã. Merda!
- Feliz aniversário - Falei, sorrindo de lado e vendo o sorriso se projetar em seus lábios.
Eu a abraço, apertando seu frágil corpo contra o meu. Ela deita a cabeça em meu ombro, suspirando.
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Futuro Rei
RomanceUm país rico, chamado Atlantic, conhecido por suas florestas e mares esplêndidos, e também conhecidos por seus reis serem benevolentes e humildes. Mas, o povo é devastado por uma dor imensa quando a sucessora do trono, Micayla Schumann morre. Isso...