Bomba.

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    BETHANY CALLAHAN
   
    7:59 AM.
   
    Santa Mônica Hight School.
   
    Qua 10 de agosto, 2016.

   
    Depois de quase uma semana, daquele grande pesadelo, eu decidi voltar para a escola. Eu precisava! Daniel estava afastado do hospital, ficando em casa todos os dias e conviver com o medo de que ele podia entrar e me machucar a qualquer momento, estava me enlouquecendo. Por mais que fizessem exatamente 3 dias que eu não dormia a noite,  decidi comparecer a aula.
   
    Estava andando pelo gramado do pátio de entrada, quando vi Justin vir do estacionamento, com o grupo dele. Ele me viu, então segurou a bola de futebol americano com apenas a mão esquerda, acenando com a outra, eu sorri fraco, mas logo em seguida vi Lendry atravessar em minha frente, indo ao encontro de Bieber, senti meu rosto esquentar imediatamente, muito constrangida com aquela situação. Será que ele cumprimentou a ela e não a mim? Mas eu podia jurar que ele me olhava.
   
    Entrei o mais de pressa que consegui para a escola e fui conferir qual seria a primeira aula. Geografia, eu andei até a sala, e era incrível como toda essa gente conseguiu me fazer ter medo de encarar qualquer um nós olhos, então eu sempre andava pelos corredores, de cabeça baixa. Empurrei a porta da sala, tirando da mochila os meus óculos e sentei na classe grudada na parede. Eu sempre era a primeira a estar na sala, até antes dos professores.
   
    Tirei meu estojo e um caderno da mochila, os colocando tudo sobre a mesa.
   
    — Senhorita Callahan.— Professor Homer me cumprimentou e eu respondi com um sorriso mínimo.— Gosto da sua pontualidade.
   
    Assenti, e voltei a focar nas matérias.
   
    — Você tem justificativa para as últimas faltas? Eu apliquei uma prova, gostaria que fizesse.— comentou, folhando uma pasta
   
    — Tenho.— abri a meu caderno, tirando de lá os atestados médicos, apresentei a ele, e logo a sala começou a lotar daqueles adolescentes insanos e egoístas.
   
    — Ok.— disse, depois de assinar meu atestado.— Prefere fazer aqui, ou na biblioteca?
   
    — Pode ser na biblioteca.— preferi, olhando discretamente em volta. Era insuportável estar naquela sala, onde todos me odeiam, por julgamentos que concluíram.
   
    — Certo. vamos lá então. Eu vou indo imprimir cópias.— ele avisou, saindo da sala.
   
    Fui até os meus materiais, pegando e enfiando de volta na mochila.
   
    — Olha quem voltou! O manicômio diminuiu a pena para os loucos? — Liam parou em minha frente, e eu abracei minha mochila, o encarando brava.
   
    — Sai da minha frente, por favor.— pedi, respirando fundo. Escutar todos em volta, rindo de mim, me fazia querer chorar, mas eu não faria isso  ali, na frente de todos e dando  mais motivos a suas implicações.
   
    — Vai me atacar? Vai me cortar? Ou mentir sobre eu querer transar com você?
   
    Aquele assunto era muito triste, e eu senti minha garganta dolorida, assim que ele zombou.
   
    — Ela mandou você sair da frente, Banks! — Justin empurrou o garoto com força, e eu olhei para ele, muito tensa com tudo aquilo.
   
    Sai praticamente correndo da sala e fui até o banheiro, me trancando na primeira cabine.
   
    Eu e Justin nos aproximamos nos último cinco dias, por conta dos estudos. Ele é divertido, mas eu não imaginei que ele faria algo assim, por mim.
   
    Que droga! Por que onde eu estou, causo brigas? Eu aposto que vão encher o saco dele, por minha culpa. Lendry vai atormentar a minha vida! Que inferno! Tudo isso é culpa daquele desgraçado. Daniel vai me assombrar, até mesmo quando não estiver perto de mim.
   
    Levantei, saindo do banheiro e fui para frente do espelho, tirei o oculos, pendurando na gola da minha blusa. Molhei meu rosto e sequei, encarando meu reflexo exausto. Sai de lá e fui para a biblioteca, o professor estava lá, ele colocou a folha sobre a mesa, e eu sentei, apanhei uma caneta, e comecei a ler as questões.
   
    — Boa sorte, menina.— o professor desejou e eu sorri como agradecimento.
   
    Voltei a ler as questões, bocejando, infelizmente aquilo estava incontrolável. Minha boca abria de dois em dois segundos, meus olhos pareciam ficar vesgos, sem que eu pudesse controlar, as letras se misturavam, se embaralhavam, eu esfreguei meu rosto várias vezes, e nada resolvia. Um sono incomum passou a comandar meu corpo, e eu não entendia, já havia ficado 5 dias sem dormir um minuto sequer, estava a recém no terceiro. Eu simplesmente apaguei em cima da folha.
   

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