Culpa.

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    JUSTIN BIEBER
   
    3:20 AM

Santa Mônica, Califórnia.

Sab, 27 de agosto, 2016.

 
    Contra fatos, não há argumentos. Meu pai sempre me disse isso, e quando Bethany se jogou em frente ao meu carro daquele jeito, completamente desesperada, vestindo apenas calcinha e uma blusa fina, essa frase fez todo o sentido! Eu apenas destravei a porta e permiti que ela entrasse, vendo o sangue que manchava suas coxas. Eu estava tão assustado que pouco me fodi para a mancha que aquilo deixaria no meu estofado.
   
    Quando vi Daniel em minha frente, a ficha caiu, ele estava com uma expressão sádica e a primeira coisa que fiz para ele não me reconhecer foi aumentar os faróis. O cara estava suado, e próximo ao seu ventre tinha sangue! Aquela cena foi aterrorizante, Bethany chorava e eu estava em choque, não sabia o que fazer, eu deveria descer e socar ele até que tivesse seu sangue em minhas mãos. Estava tudo provado! Bem na minha frente! Um caminhão de culpa caiu em cima da minha cabeça e eu apenas olhei para ela ao meu lado.
   
    — Me ajuda! — Bethany repetiu entre soluços. Ela chorava tanto! Eu só quis tirar ela dali, tira-la de perto daquele monstro!
   
    Daniel havia estuprado a própria filha, ela nunca esteve mentindo.
   
    O mais rápido que consegui, dei a ré e voltei para a rua principal, acelerando meu carro para que não desse tempo dele pegar o seu e vir atrás de nós. Ela tinha espasmos musculares, enquanto chorava e se revirava no banco. Aquilo doeu em mim, ela estava acabada! E aquilo foi tão sofrido, ver ela daquela forma foi doloroso, eu senti vontade de chorar, e não me impedi de fazer aquilo, voltei a prestar atenção no caminho, enquanto sentia algumas lagrimas molhando meu rosto. Travei meu maxilar, na intenção de segurar tudo aquilo, mas era tão triste! Ela estava sangrando! Sangrando! Estava com o rosto roxo e inchado, a marca de dentes em sua bochecha, aquilo era doentio.
   
    — Você... Precisa de um hospital, você precisa ir a um médico. — falei, tentando controlar meu nervosismo.
   
    Ela passou por isso sozinha, enquanto vários desgraçados como eu, duvidamos de sua palavra, eu me sinto um lixo!
   
    — Não... não, por favor. Eu preciso vomitar...— me disse, cobrindo sua boca.
   
    Já estávamos longe o suficiente, então eu parei no acostamento e abri a porta, Bethany quase caiu para fora, tive que segurar ela e coloquei seus cabelos para trás, enquanto ela vomitava.
   
    — Você ta me machucando.— murmurou, assim que terminou. Assenti, soltando seu braço e sai do carro, abrindo a porta de trás. Peguei a minha mochila com as roupas que havia trago de Lendry e tirei de lá uma jaqueta do time da escola e uma calça de moletom. Voltei para a parte da frente e paguei um lenço de papel, que deixava no porta luvas, limpando a boca dela, joguei o papel para fora e vesti a jaqueta em seu corpo.
   
    — Você consegue vestir isso? — mostrei a calça para ela, que me encarou com os olhos pequenos, então negou com a cabeça.— Tudo bem, deixa assim...— ia jogar as calças para o banco de trás novamente, mas Bethany agarrou meu braço, negando enquanto as lágrimas trilhavam suas bochechas.
   
    — Coloca em mim, por favor. Eu tô me sentindo muito exposta...
   
    — Tudo bem, tudo bem.— respirei fundo, eu estava tremendo! Aquilo era tão desumano, o estado em que ela se encontrava, que droga! Bethany assentiu voltando a chorar, então eu segurei suas pernas e enfiei cada uma na calça, puxei para cima e consegui vestir ela.
   
    — Não me leva para um hospital, por favor. — sussurrou, segurando meu pulso, quando fui dar a primeira marcha.
   
    — Você está muito machucada, Bethany. Lá vão cuidar de você.— insisti, não conseguindo olhar para ela por muito tempo. Seus olhos me culpavam por não ter acreditado, ter deixado ela sofrer tudo sozinha.
   
    — Não! Droga, ele conhece todos os malditos hospitais dessa droga de lugar, ele vai ir atrás de mim, não me leva para nenhum hospital Justin, por favor. — suplicava aos prantos, e porra, eu estava chorando também.— Se ele me pegar, ele vai me matar!
   
    Suspirei definitivamente sem saber o que fazer, escorei minha cabeça no encosto do banco e fechei meus olhos, pensando em como resolver aquilo. Em alguns segundos vieram flashs em minha cabeça, daquele maldito a segurando com força, socando seu rosto, estuprando ela, enquanto ela implorava pela sua misericórdia, eu senti vontade de bater em mim mesmo, senti vontade de acertar meu punho em meu próprio rosto, por ter dito as merdas que disse a ela, da última vez que estivemos juntos.
   
    Peguei meu celular no porta copos e disquei o número da primeira pessoa que veio na minha cabeça, Chaz. Ele é responsável, e saberá como me ajudar.
   
    — Mano, eu preciso da sua ajuda. É urgente!— falei, assim que ele me atendeu.— Seus pais ainda estão fora da cidade?
   
    — Estão sim bro, chega ai.
   
    Dei fim na chamada e voltei a dirigir, pegando o caminho para a casa do Somers. O trajeto todo para lá foi um silêncio só, eu não tive a cara de pau de falar nada, e ela apenas chorava, tentava controlar gemidos de dor, e os espasmos em seu corpo.
   
    O que falar para uma garota que vem sendo estuprada pelo próprio pai a sei lá quantos anos, e você duvidava dela? Nada! Minha vergonha era muito maior no momento, eu não sabia se um abraço ajudaria, ou um "tudo vai ficar bem" mas qual é, não vai! O filho da puta do próprio pai dela, arrancou a infância e adolescência, abusando de todas as formas dela, nunca vai ficar bem.
   
    Eu ainda não consigo acreditar que isso seja real, mas é, estava tudo bem na minha frente.
   
    Parei em frente a casa dos Somers e desci do carro. Dei a volta no mesmo e abri a porta, me abaixei a sua altura e ela me encarou, com lagrimas transbordando em seus olhos.
   
    — Você consegue andar?
   
    — Consigo.— assentiu, colocando os pés para fora do carro, segurei sua mão e ela levantou, tremendo muito. Bati a porta do carro e coloquei seu braço em volta do meu pescoço, segurei em sua cintura e Bethany gemeu de dor, porém eu tinha de segura-la firme, para irmos até a casa.
   
    — Se você estiver com muita dor eu te pego, vai ser mais rápido, tudo bem? — a encarei, esperando ela me responder. Bethany assentiu, então eu a peguei no colo, andando até a casa, chutei duas vezes a porta e logo a mesma abriu, Charles sacudiu os cabelos e assim que abriu os olhos e viu a garota encolhida nos meus braços, naquele estado deplorável, ele arregalou os olhos, colocando as mãos na boca.
   
    — Porra Justin! O que você fez?
   
    — O que? Está louco? Eu não fiz nada!
   
    Entrei, indoe direto para as escadas, entrando no quarto do Chaz, fui até a cama e deixei Bethany lá. Ela se aconchegou e ficou olhando para o lado, com os olhos fixos na parede.
   
    — Meu Deus, Justin! Vem cá. — O dono da casa qual eu achei o refúgio, me chamou e eu sai do quarto indo até ele. — Que merda é essa?
   
    — E-eu-eu...
   
    — Eu fui na festa do Billy. — Bethany interrompeu o que eu ia falar, saindo do quarto enquanto se segurava nas paredes. — Uns garotos fizeram tudo isso.— ela apontou para o próprio corpo e eu neguei inconformado.
   
    — Eles te estupraram?— Chaz perguntou, a olhando dos pés a cabeça e ela assentiu.— Como eles eram? Onde eles estavam? Porra! Você não viu nada, Justin?
   
    Sentei na escada, segurando meus cabelos com força e chorando. Eu não só vi, como ouvi ela gritando por ajuda de todos, e não fiz nada, várias vezes.
   
    — Eu não quero falar sobre isso, Chaz!— Bethany disse firme, secando seu rosto.
   
    — Você se viu no espelho? Olha o seu estado! Tem marca de dentes no seu rosto! — falou, tirando o cabelo dela da frente do rosto. — Sabe o quanto de DNA deles tem no seu corpo? Você não querer denunciar, é querer deixar eles livres.
   
    — Para! Por favor, só me deixa em paz!— ela pediu chorando.— Eu só preciso de paz.— Bethany repetiu, andando até as escadas, levantei parando em sua frente.
   
    — Ok! Nós vamos te deixar em paz, só volte para o quarto e deite um pouco.— pedi, ficando imediatamente de pé enquanto a olhava, mas assim que seus olhos cansados me encaravam, eu desviava.
   
    — É, Bethany, eu não vou mais insistir nisso, só descansa um pouco.— Chaz acrescentou e ela assentiu, Bethany foi em direção ao quarto, mas caiu no meio do caminho, nós nos aproximamos de pressa e eu a peguei.
   
    — Desculpa... desculpa, eu só tô com dor.— ela tocou a própria testa, tremendo.— Minhas pernas não me obedecem.
   
    — Tá tudo bem, não precisa se desculpar.— carreguei ela até a cama outra vez, a deitando ali.
   
    Bethany me olhando, e eu queria mais uma vez desviar de seus olhos que demonstravam muito mais que a dor física. Ajoelhei em frente à cama, encarando os fixamente, tentando entender como Daniel conseguiu fazer tanto mal a ela, ela é tão doce, ela não merecia passar por isso. Eu não conseguia conter as minhas lágrimas, acariciava o rosto dela, com a maior delicadeza do mundo, ela precisava tanto de carinho.
   
    Como um pai, alguém que deveria por a cima de qualquer coisa, a proteção de seus filhos, pôde fazer isso! Estuprar, machucar, bater, morder, marcar! Como Daniel foi capaz de deixar marcas na própria filha dele, a única filha dele? A que nível de maldade o ser humano consegue chegar? Se um homem, que era respeitado e admirado por todos, por dentro é esse monstro que transformou a filha em um brinquedo sexual doentio, imagina quantos mais não estão por aí, soltos, é quantas Bethanys não estão sendo silenciadas e desacreditadas também.
   
    — Você precisa denunciar ele.— era praticamente um pedido meu, enquanto fazia carinho em seu rosto.
   
    — Não vai dar certo, nunca dá. Você tem noção de quantas vezes eu tentei acabar com isso?
   
    Mais uma vez a culpa me fez desviar o olhar.
   
    — Muitas! Muitas mesmo, e ele sempre da um jeito de se safar...
   
    — Então você vai se conformar em voltar para aquela casa e ficar lá, sendo machucada, até o Daniel morrer?
   
    — Eu não sei... Eu não sei!— Bethany desabou em lágrimas, chorando muito e eu fiz a primeira coisa que veio a minha cabeça, abracei ela, acariciando suas costas.— AI! Aí... Minhas costas.
   
    — Desculpa, calma, deixa eu ver.— pedi, e Bethany sentou na cama, em meio aos gemidos de dor, fui para trás dela e puxei a jaqueta, afastei a blusa e quando vi aquilo senti meus olhos marejados, as costas dela estavam repletas de marcas de dentes, mordidas profundas, piores que a do rosto, cheia de hematomas.
   
    — Tá muito ruim?— Bethany indagou. Cobri suas costas de novo e sentei em frente à ela.
   
    — Ele tem que ir preso! Nós precisamos ir até uma delegacia agora...
   
    — Eu não quero falar sobre isso! Justin, por favor! Ele vai virar o jogo, e tudo vai piorar, tudo!
   
    — VOCÊ TA CHEIA DO DNA DELE, PORRA! ISSO SÃO PROVAR BETHANY! — gritei, segurando em seus braços. Ela estava encolhida e eu me senti um monstro insensível, caralho! Eu estou nervoso com essa situação, mas não mais que ela, Bethany é a vítima.
   
    — Fica longe de mim, por favor.— pediu cobrindo o rosto.
   
    — Desculpa, desculpa!— respirei fundo e andei até a porta, sentei no chão, escorando minhas costas ali enquanto chorava, eu apenas desabei como a vi fazer durante a noite, eu estava chorando como se pudesse sentir tudo na minha pele.
   
    Aquela cena estava dentro da minha cabeça! Ele mordendo ela, a penetrando e achando aquilo prazeroso, enquanto ela gritava e chorava, aquele nojento não parava, continuava em cima dela, machucando seu corpo frágil, eu podia ver, ouvir, mas não fazia nada! Eu não fiz nada!
   
    — Eu só quero ajudar. Eu só quero fazer isso tudo acabar.— falei, passando a língua entre os meus lábios e olhei para ela.
   
    — Ele vai fazer todos acreditarem que você fez isso comigo, ele tem um álibi, a minha mãe. Eles foram para um hotel, e ele dopou ela. Ele vai fazer com que você vire vítima de tudo isso, também, você não entende.— Bethany insistiu, ofegante.
   
    Eu não queria chatear ou estressar mais ela, levantei do chão, secando meu rosto. Sentei na cama outra vez e peguei suas mãos.
   
    — Eu não quero que você se suje com isso.— ela disse, tentando segurar o choro, enquanto seu lábio tremia.
   
    — Eu me sujei no momento em que fui conivente com tudo isso. No momento em que pedi pra você parar de "mentir", eu ja estou sujo a muito tempo, Bethany.
   
    Ela assentiu e eu fiz o mesmo, acariciei seu rosto e levantei.
   
    — Você está muito machucada, nós não podemos cuidar de você aqui, a sua dor não vai passar com alguns compridos e curativos.— cocei minha cabeça, me obrigando a pensar em algo.— Vou levar você em um hospital em Los Angeles, ele não imaginaria que iríamos tão longe, ok?
   
    — Ok, mas o que diremos lá?
   
    — Eu vou pensar em algo.— falei entrando no banheiro para preparar a banheira para ela, assim que terminei, voltei para o quarto.— Por favor, não tente se machucar.— pedi, tirando seu casaco.— Posso tirar as calças?
   
    Bethany olhou para a parede e mordeu o lábio inferior, ela negou várias vezes, e novamente seu rosto estava molhado.
   
    — Eu tô nojenta.
   
    — Não diga isso.— pedi, fazendo a garota olhar para mim.— Você é a garota mais pura que eu já conheci em toda minha vida, você é um anjo!
   
    Ela assentiu, e respirou fundo, Bethany tentou tirar a calça, mas ela estava com muita dor para se mover.
   
    — Tudo bem, pode tirar, mas não olhe para baixo, tá?
   
    — Ok.— coloquei as mãos no tecido do moletom e puxei para baixo, assim que terminei de tirar as calcas manchadas com o sangue, eu não me contive em olhar para baixo, vendo sua calcinha e entre as suas coxas, repletas do mesmo resíduo.
   
    — Justin!— Bethany chamou minha atenção, tentando se cobrir de alguma forma e eu a encarei.
   
    — Droga, isso é...
   
    Isso é doentio! Isso é muito forte, isso me enjoa e eu não consigo tocar nela, com medo de quebra-la, isso é nojento, mas por culpa dele, somente dele!
   
    — Isso vai acabar, eu prometo.— peguei ela nos meus braços e entrei no banheiro, a coloquei na banheira e me afastei. — Você consegue tirar a calcinha e a blusa, certo? — A garota confirmou.— Vou pegar outras roupas.
   
    Sai do quarto, indo atrás do Chaz, ele estava sentado no sofá em frente à TV, bebendo cerveja.
   
    — Irmão, posso pegar umas roupas da sua mãe emprestadas? Vou levar ela ao médico.
   
    — Pode.— respondeu bebendo mais um gole da cerveja.
   
    Subi novamente, entrando no quarto do Sr. e da Sra. Somers. A mãe do Chaz é jovem, ela tem um estilo descolado, então Bethany não vestiria roupas de uma senhora. Peguei uma camisa de mangas cumpridas, com caveiras espalhadas e uma legging, assim que virei, dei de cara com Charles na minha frente, me dando um puta susto.
   
    — Foi o pai dela, não foi?

   
    BETHANY CALLAHAN

    Meu corpo inteiro tremia, estava com tanta dor! Uma dor sobrenatural, pior do que foi da primeira vez, pior que todas as outras vezes. Minhas pernas pareciam gelatinas e minhas costas doíam tanto! Porém mesmo em um estado precário, me sinto inquieta, com raiva!  Eu simplesmente queria quebrar tudo em mim volta, mas eu não tinha forças, apenas conseguia ficar naquela banheira chorando e me esfregando.
   
    Desde os meus oito anos, ele me abusa, ele me machuca, me chantageia, me violenta! Daniel, meu pai! Ele me arrancou a oportunidade de ter uma infância, uma adolescência, arrancou de mim a oportunidade de ter amigos, arrancou a oportunidade de me apaixonar, de descobrir como seria beijar os lábios de um garoto o qual eu quisesse muito, pela primeira vez, ele arrancou de mim as festas, arrancou de mim minha primeira noite de prazer, sexo... Ele arrancou a minha vida, e ninguém tenta impedi-lo! Minha mãe, minhas avós! Eles se cegam, eles se cegam e me deixam sozinha com aquele monstro, me deixam a minha própria sorte... Eu não consigo mais.
   
    Flashback ON
   
    Ele guardou o celular, então me pegou em seus braços, me levando até o banheiro de seu quarto, onde a banheira estava cheia.
   
    — Nos esperando, pequena. — senti seus lábios em meu rosto e me encolhi. Daniel entrou na banheira e me colocou entre suas pernas.
   
    Eu só queria gritar, fugir... Morrer, isso, morrer.
   
    — Eu gosto tanto de te dar banho, desde quando você era um bebê... A diferença é que antes eu não precisava mandar você abrir as pernas para mim.— sussurrou beijando meu pescoço, então abriu minhas pernas, deslizando sua mão no local por onde me torturou tanto, quando rompeu meu hímen.
   
    Eu definitivamente não sei o que me faz mais mal, se é ouvir essas coisas doentias que ele me fala, ou a dor física.
   
    — Eu preferia passar fome, sede! Preferia morrer! Preferia ser enterrada viva, do que estar aqui com você, agora. — falei, com a pouca força que me restava.
   
    — Nunca mais repita isso! — ele segurou meus cabelos com força, e me pegou, me obrigando a ficar de frente para ele, naquela maldita banheira. Daniel acertou um tapa forte em meu rosto, e eu me encolhi no lado contrario o dele, voltando a chorar desesperadamente, ouvindo ainda a música alta na casa ao lado.
   
    Ele me puxou pelas pernas, posicionando seu corpo em cima do meu, então me penetrou com força, fazendo um grito sair rasgando da minha garganta.
   
    — Isso é por você ser uma menina má, com o seu homem, que te ama tanto...

    Flashback OFF
   
    Estava me esfregando, tentando me limpar de alguma forma, mas eu havia chego a um ponto em que aquilo não me trazia mais alívio nenhum, então eu me batia, beliscava, arranhava, gritava. Levantei, lutando contra a dor, indo até o armário e abri o mesmo, eu senti que iria cair e me segurei na pia, soluçando alto. Voltei a focar no que eu queria e logo encontrei, uma lamina de barbear, aproximei do meu pescoço, encarando meu reflexo nu no espelho, toda machucada. Cada hematoma me fazia lembrar de tudo, eu sentia ele mordendo meu rosto, apertando meu pescoço, me fodendo! Sua porra ainda estava dentro de mim e eu me sentia tão suja! Podre!
   
    Eu dedilhei meu pescoço, procurando por uma veia que pudesse ser fatal, mas sem paciência, encostei a lâmina. No mesmo momento em que comecei a puxar, Justin entrou, ele me agarrou com o cobertor, me obrigando a soltar aquilo. Sem forças alguma, eu cai, ele sentou no chão, me abraçando forte, enquanto chorava comigo, os soluços dele eram tão intenso quanto os meus.
   
    Ele me abraçava com força, me machucando, mas eu não queria que ele parasse, eu me sentia protegida em seu abraço, uma sensação de conforto e acolhimento.
   
    — Me deixa dar fim nisso, por favor! — implorei, mas Justin apenas repetia a palavra não. Ele estava chorando, como se sentisse o mesmo que eu, como se entendesse o quão machucada eu estou... Mas ele não entende, ninguém entende!

****NOTA DA AUTORA****

MOZES! estou, demorei mas voltei, com esse capítulo intenso pra vocês. A culpa do Justin é o começo de tudo. Eu AMEI a chuva de comentários no capítulo anterior, isso incentiva tanto, vocês nem imaginam. Obrigada por todo o carinho com a história, e me digam o que acharam desse capítulo? Gostaram? Desculpem qualquer errinho, eu quis postar correndo e mal conferi. Bom, é isso, ate a próxima, bjo.

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