Terceira opção.

942 52 19
                                    

BETHANY CALLAHAN

10:30 AM.

Residência Somers.

Seg, 29 de agosto, 2016.

Eu não havia pregado o olho, passei a noite em claro. Justin dormia em um colchão inflavel no chão e Chaz no quarto dos pais dele. Me peguei chorando diversas vezes a noite, em pensar no quão protegida eu me sentia ali, com eles e em pensar que isso acabaria daqui a algumas horas.

Eu consegui cochilar por duas ou três horas. E acordei com Justin me balançando, abri meus olhos sentando na cama e minha expressão não era das melhores.

- Eu tô com medo.- falei, respirando devagar, tentando manter a calma de algum jeito.

- Calma, vai ficar tudo bem, eu prometo.- ele beijou minha testa e então pegou a bandeja que estava na comoda e colocou no meu colo.- Come primeiro, depois nós vamos.

Assenti e ele saiu. Comi as panquecas, e bebi um pouco de suco, tinham mais coisas ali, mas nada descia muito bem. Eu estava muito nervosa em pensar que depois daquela noite, teria que olhar para aquele nojento novamente. Tomei um banho e me vesti com as roupas da mãe do Chaz, desci as escadas e encontrei os dois lá em baixo.

- Ok, nós vamos largar você na esquina, com o carro do meu pai e você vai ter que ir até lá sozinha, tá bom?

- Tá.- balancei a cabeça positivivamente e olhei para cima, tentando conter as lágrimas.

- Ei, ei!- Justin segurou minhas mãos, me abraçando em seguida.- Vai dar tudo certo, ele não vai fazer nada com você, nós vamos estar te esperando no meu quarto, nós vamos olhar pra você o tempo todo, ok?

- Tá.- Assenti, contendo alguns soluços.

Nós nos dirigimos para o carro e Chaz deu a partida. Eu me senti meio neutralizada durante o trajeto, me senti paralisada, era como se eu estivesse voltando para me render a ele, ele me estuprou... Não que ele já não tenha feito isso, mas dessa vez foi simplesmente a pior de todas, eu deveria ter denunciado, só que eu tô tão exausta de ninguém me levar a sério. Uma denúncia, ele chegaria na delegacia com os meus exames e minha própria mãe o apoiando, então todos esqueceriam e eu sofreria ainda mais!

Eu realmente espero que tudo que pensamos dê certo, porque eu definitivamente não sei até quando vou aguentar, mas não vai ser por muito tempo.

Nós chegamos na esquina da nossa rua e Justin me olhou, ele via o pânico explícito nos meus olhos. Eu o abracei e chorei, lembrando dos toques daquele nojento.

- Eu tô com medo.- sussurrei, fechando meus olhos com força.

- Ele não vai te tocar de novo, eu prometo! Eu prometo, Bethany.

Me afastei, olhando em seus olhos e tendo esperança naquilo, ele estava prometendo.

- Você promete?- questionei e Justin assentiu com convicção.

- Você é forte e isso vai acabar, vai acabar logo!- ele falava com tanta certeza, que até mesmo aquecia meu coração e me tranquilizava.

- Aqui, você contou que ele destruiu seu celular, né. Usa esse aqui para falar com a gente, meu número e o do Justin estão ai, e se você sentir que ele vai fazer alguma coisa deixa o celular gravando, nesse aplicativo, ok?- Charles me mostrou um aplicativo qual o ícone eram duas camerazinhas.

- A gravação do seu celular vai ser transmitida em tempo real pro meu, nós vinculamos com o meu, porque eu moro do seu lado, então posso agir mais rápido, ok?

Help MeOnde histórias criam vida. Descubra agora