JUSTIN BIEBER
1:11 PM.
Casa dos Callahan, Santa Monica.
Dom, 21 de agosto, 2016.
Parei em frente a casa dos Callahan e toquei a campainha. Enquanto dava uma olhada no bairro, encontrei meu novo antigo vizinho, tirando algumas sacolas do supermercado de seu carro, Dylan acenou sorrindo, e se dirigindo a sua casa, eu acenei de volta e voltei a focar na porta de madeira em minha frente.
Não conversamos muito bem ainda, acho que nem tem clima, ele parece ter se tornado um cara legal, mas eu não tenho muito o que falar com ele. Quanto a minha outra vizinha, desde aquele dia, Bethany e eu não nos falamos desde quinta feira, e quando nos vimos foi bem estranho, aquele aceno rápido e só.
Ok, eu beijei ela, tomei uma atitude precipitada, eu fiz aquilo acontecer, por mais que eu estivesse um pouco confuso sobre ela, eu precisava concertar as coisas, não só pelas aulas, mas sim pela nossa amizade, então resolvi aproveitar esse domingo ensolarado, para fazer uma surpresa a ela, e conversar um pouco, espero que ela goste, e as coisas voltem a dar certo, eu realmente espero concertar tudo.
Toquei a campainha pela segunda vez e Daniel abriu a porta, ele me olhou como sempre, me medindo e desconfiando.
— Boa tarde senhor Callahan.— o cumprimentei, apertando sua mão.— Posso levar a Bethany para sair? — pedi, indo direto ao ponto.
— Eai, garoto. Olha, tenho que ver com a mãe dela, e se ela quiser também...— deu de ombros, me dando as costas.— Entra ai! — Daniel chamou, andando para dentro, então eu o acompanhei até a sala, vendo a senhora Callahan lá, sentada olhando algum filme.
— Boa tarde senhora Calla...
— Alicia.— ela me interrompeu e riu, levantando e me dando um abraço rápido.
— Desculpe, Alícia. Posso levar a Bethany para dar uma volta, o dia tá bonito, e eu pensei em levar ela para sair, ela tá muito branca.— sussurrei como se fosse um segredo, e ela riu.
— Ah, querido, eu não sei, acho melhor não. O comportamento da Bethany está...
— Alícia! Por favor, deixa.— olhei para as escadas e vi Bethany lá, parada. Pela primeira vez em anos, vi Bethany de shorts e regata, mas realmente seria bem estranho, nesse calor de 35 graus, ela estar com seus moletons grossos, e suas calcas largas.
Ela estava com curativos nos braços, escondendo as marcas, mas mesmo assim, aquilo me fez sorrir, ela estava linda.
— Ta, ta bom. Rapidinho! E Justin, não perca ela de vista! — a mulher pediu, olhando sua filha descer as escadas.
— Eu não sou uma criança.— Bethany reclamou, vindo para perto de mim.
— Eu vou cuidar dela. Vamos? — falei indo até a porta, a baixinha saiu primeiro e eu a segui.
— Onde nós vamos?— Ela quis saber, mas qual é, era surpresa.
— Curtir o sol. Eu gostei do estilo.— comentei, apontando para seu corpo e sorri. Ela sorriu também e colocou o cinto assim que entramos no carro, ajeitei o retrovisor, o banco, enfim liguei o carro, pegando o caminho para o Píer.
— Obrigada. Eu não consegui nem ficar de camiseta com esse calor.— ela comentou, se abanando, então eu me toquei e liguei o ar do carro.— Sua namorada não vai ficar brava?
— Ela está em Malibu, se divertindo também.— respondi sua pergunta e a encarei, Bethany virou o rosto rapidamente e eu ri com aquilo.— Olha, acho que a gente precisa falar sobre aquele beijo... Ou aquele quase beijo.— qual é, foram segundos e nem rolou língua.— Eu te acho linda, muito linda, e você tem sido uma amiga incrível, você me motiva a dar o melhor de mim, entende? Você é a única que acredita em mim, e no meu potencial.— desabafei, respirando fundo.— Eu gosto de como você me faz parecer inteligente... Tudo isso acabou me confundindo um pouco. Eu gosto de você, Bethany, mas eu gosto de você como um irmão, como eu gosto da Jazzy, por exemplo.— tentei ser firme, mas eu não tinha certeza daquilo.
— Tudo bem, vamos fingir que nunca aconteceu. — ela deu de ombros, colocando meus óculos escuros. Ela agiu de forma muito consciente e madura, por isso eu não consigo acreditar que ela minta sobre o pai dela, mas também não consigo acreditar que ele faça tais coisas com ela, que droga.
Ela estava tão fofa, fazendo caretas em frente ao retrovisor, que eu não resisti e sorri, apertando sua bochecha.
— Droga, o que tem de errado com a minha bochecha?
— Elas são fofas, da vontade de arrancar do seu rosto e ficar apertando como se fossem aquelas bolinhas terapêuticas que usam em fisioterapia, sabe?— falei serio e ela me encarou com os olhos arregalados, mas logo rimos daquilo.
— Ah, não me deixe esquecer de nunca deixar uma tesoura ou faca, e minhas bochechas perto de você.
— Tudo bem, não vou deixar. — pisquei e ri. Queria que todos vissem essa Bethany! — Por que você não é assim com todo mundo? Seria tão mais fácil.
— Porque eles não deixam. — ela deu de ombros e eu me calei, por infelizmente ela ter toda razão.
Realmente não deixam. Na escola se não estão ignorando a existência dela, estão falando mal dela.
É difícil nos trabalhos em grupo, Bethany é excluída por todos, mas ela costuma acertar belos tapas nas caras deles quando o seu trabalho sozinha sai melhor do que um grupo de cinco pessoas burras.
Foram um pouco mais de dez minutos, e enfim estávamos em frente a praia de Santa Mônica. Nós descemos do carro, e Bethany tinha um sorriso enorme no rosto, olhando para tudo aquilo.
Eu arrisco a dizer que nossa cidade é a mais bonita dos Estados Unidos. Santa Mônica é sempre tão viva, alegre, o movimento cai um pouco em época de inverno, mas ainda sim é um lugar maravilhoso. Eu gosto muito daqui, de poder vir surfar aos domingos, da infância que passei no píer, aproveitando, correndo, me machucando.
Tirei meus tênis, deixando no carro. Nós andamos pela areia, e a garota ao meu lado segurou minha mão, ela estava gelada e tremendo, a encarei e escorriam lágrimas de seus olhos, de início eu fiquei preocupado, mas quando vi o sorriso enorme entre suas bochechas, eu fiquei aliviado.
Abracei ela, secando seu rosto com meu polegar.
— Gostou?
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Help Me
FanfictionMeu pai é um bom homem, ele vai todos os domingos a igreja, e é certo que abre sua carteira para a caixinha de ajuda de custo para os necessitados, gerenciada pelo padre. Meu pai é um bom homem, sempre que algum morador de rua lhe pede uma peque...