Capítulo 5

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°°°

- Isabelly caramba, isso é jeito de me acordar? - Falo completamente encharcada já que minha maravilhosa amiga me deu um banho na cama mesmo.

- Aaa deixa de ser ranzinza Cloe, cadê o bom humor? - Fala rindo.

- Foi embora junto com essa água fria, muito obrigada!

-Aff relaxa aí filha, então como está, sabendo que vai desenfurnar dessa casa hoje? Aaaa e para sua completa alegria vou passar o dia com você hoje - Diz tentando ser fofa.

- Você falhou miseravelmente na tentativa de ser fofa, você sabe né?
E não, não estou nem um pouco animada para ir ao cinema hoje, mas fazer o que né.

- Como não? Você tem noção de qual é o filme que iremos ver hoje? - Indaga

- Não né.

- Vingadores: Ultimato. Eu não estou aguentando de tanta ansiedade, já comprei até às entradas antecipadas amorzinho. - Diz com euforia.

- Já devia imaginar, tu é doente neles. - Gargalho.

O dia corre rápido, já esta quase na hora de irmos e Isa está tentando convencer Sarah de que o Thanos não é tão legal assim. Vai entender essas duas.
Falta apenas meia hora para a seção começar e Isa ainda tá discutindo com Sarah sobre o assunto de mais cedo e Deus, eu não aguento, então saio de fininho atrás de algumas guloseimas e um suco para acompanhar a pipoca já que não tomo refrigerante. Me dirijo até uma loja ou melhor uma doceria, como eu amo esse cheirinho de doces que emana da mesma, pego praticamente a metade dos doces que encontro e quando vou pagar um rapaz alto, moreno e com um porte físico invejável, oferece o cartão a atendente pagando minha conta, eu questiono mas ele já pagou. Me dirijo até a saída e ele vem junto.

- Muito prazer em conhecê-la garota que adora doces, sou Arthur Smith. - Se apresenta depositando um beijo em minha mão direita.

- Sou Cloe Evylin, e quero saber porque pagou minha conta?

- Gestos de cavalheirismo não são mais aceitos nesse século? - Pergunta abrindo um largo sorriso desconsertante.

- Só não entendi o motivo de tal ato.

- Sabia que é muito bonita? Então, para onde a senhorita está indo? - Quer saber.

- Estou indo encontrar minha amiga e minha irmã que estão aqui do lado, no cinema. -Afirmo

- Estou indo também, se importaria que eu à acompanhe?

- Pode vir...

Seguimos em silêncio até o cinema, logo avisto as meninas e apresento Arthur a elas e nos encaminhamos para a sala 4.
Me empanturro de doce durante o filme e vezes ou outra percebo os olhares de Arthur sobre mim o que me deixa um pouco sem graça.
O filme acaba e seguimos para a saída do shopping, porém sou puxada pelo braço indo de encontro ao peito de Arthur, e não deixo de reparar em como definido ele é, deve se acabar na academia. Sou tirada dos meus devaneios por ele me chamando.

- Cloe? Cloe você tá bem?

- A sim, desculpe. O que você estava falando mesmo? - Sinto minhas bochechas queimarem.

- Se por um acaso você poderia me passar seu número, pra gente conversar, marcar de sair sei lá..

Pego o celular de suas mãos e dígito meu número, saindo em seguida, mas sou puxada novamente, só que dessa vez para um abraço.
Dou tchau e saio com as meninas que acabam de chegar, ambas com dois sorvetes em mãos. Chega a ser engraçado elas duas.
Prendo o riso e voltamos para casa.
Chegamos tarde, então Isa vai dormir aqui hoje e já vai para a faculdade amanhã comigo já que estudamos na mesma.

- Cloe cachorrona Walker arrasando coração por onde passa, ui. - Diz segurando uma escova de cabelo como se fosse um microfone.

- Não perde tempo em Isabelly Catlyn. - Jogo um travesseiro em seu rosto. - Vai dormir criatura amanhã retornaremos às aulas. - Completo.

- Ta bom então, mais que você não perde tempo, isso é verdade. - Tenta segurar uma rizada que acaba saindo.

- Isabelly! - A repreendo com um travesseiro na mão pronto para acerta-la.

- O que? Tô dormindo já, enina.

Nesse clima de brincadeira acabamos adormecendo.

°°°

O dia amanhece e não estou muito empolgada pra voltar para a universidade, professores, colegas... Isso tudo me faz lembrar da minha mãe me acordando cedinho, e mandando eu tomar café para poder ir sem me atrasar. É horrível demais, doloroso demais não tê-la mais por perto, é a pior dor que já senti em toda minha vida. Como sinto saudades.
Ao enxugar algumas lágrimas que acabaram caindo, Isa percebe e logo vem e me abraça.
Se não fosse essas três pessoas , sabe-se lá o que eu já teria feito. Eu devo muito a elas... Mas agora, tenho que levantar dessa cama e dar orgulho para meus pais e as pessoas que sei que me amam e torcem por mim..

- Vamos Isa, ou iremos nos atrasar. -Afasto ela e seco novamente uma lágrima.

- Tem certeza que está bem para ir?

- Claro que sim! Eu sou uma Walker afinal, tenho que continuar. Seja o que Deus quiser!

Me levanto e vou até o banheiro onde tomo um banho rápido e saio para Isa fazer o mesmo.
Vou até o armário pego uma roupa qualquer me visto e desço, deixando meu cabelo solto, como ele é meio ondulado, não precisa muito pra ele ficar legalzinho.
Me sento a mesa e Sarah já está terminando o café junto com a vovó, espero Isa que logo desce, comemos e partimos.

Passamos na escola da Sarinha a deixamos e continuamos, depois de alguns quarteirões chegamos, Isa estaciona o carro e entramos...
Assim que coloco o pé na universidade e ando pelos corredores checando meu horário de aulas, posso ver vários olhares em cima de mim, uns de pena, já outros só por curiosidade mesmo. Encontro uma colega de sala que vem até mim e seguimos juntas, pois Isa já foi.
Ao entrar várias pessoas vem ao meu encontro dizendo que sentem muito, que lamentam pelo ocorrido, até mesmo a professora... Odeio isso, será que eles não podem parar de me olhar e falar essas coisas sendo que não fazem ideia de como estou? Será que é tão difícil para eles fazer isso?
Para minha felicidade, já estamos no último horário, enquanto tento me consentrar no que o professor está explicando, ouço um grupinho de meninas que digamos assim.. não gostam muito de mim, Alex principalmente, ela nunca aceitou ficar em segundo lugar sempre.

- A órfãzinha voltou meninas. O papai dela não vai vir buscá-la. - Cochicha Alex.

- Coitadinha dela, amiga. -Uma das seguidoras de Alex debocha.

Tento não prestar atenção nos comentários delas, mas perco a paciência quando chamam a minha mãe de vadia e que foi merecido o acidente.
Perco a compostura e quando dou por mim, já estou em cima dela batendo sua testa contra o piso gelado da sala e o professor tentando me tirar de cima dela, até que por fim, consegue.


A Caminho do Inesperado | Vol.1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora