Capítulo 7

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- Você está maravilhosa! - Arthur fala se dirigindo a mim e me entregando o buquê.

- Obrigada. - Agradeço tentando não corar com seu elogio, o que é muito difícil.

- Vamos? - Fala oferecendo seu braço para que eu entrelace o meu.

- Claro.

Nos dirigimos até o lindo Mustang vermelho estacionado a frente de minha casa, está uma noite muito bonita, as estrelas se destacam na imensidão do céu, e uma brisa suave faz com que uma parte dos meus cabelos voem.

Entramos no carro, colocamos o sinto e ele da partida. Dirige calmamente pelas ruas um pouco movimentados da minha linda Paris.
Uns 20 minutos depois, o Mustang é estacionado na garagem de um belo restaurante.
Arthur novamente me oferece seu braço que aceito. Entramos na grande estrutura e devo admitir que é ainda mais bela por dentro. Não demora e um senhor vem ao nosso encontro nos guiando até uma mesa, onde é servido duas taças de vinho. Fazemos nossos pedidos e o simpático senhor se vai nos deixando a sós.

- Estou muito feliz por ter aceitado meu convite, Cloe, espero que tenha gostado do ambiente. - Comenta enquanto da um gole no seu vinho.

- É um belo restaurante. Gostei bastante. - Digo sem jeito.

- O vinho aqui realmente é muito bom, por que não experimenta?

- Desculpe, não injiro bebidas que contenha álcool.

- Eu não sabia, me perdoe. Um refrigerante então?

- Também não tomo.

- Não? Como você pode não tomar refrigerante? - Diz boquiaberto e me faz rir o modo que falou.

- Eu só não tomo - Dou um sorriso sem jeito.

- Se você falar que não toma suco eu vou me matar. Sério mesmo. - Ele pronúncia as palavras e seus lábios fazem movimentos suaves que me deixa com o olhar fixo no mesmo.

- Eu tomo sim.

- Ufa, já tava com medo de ter que cumprir com o que eu disse. - Abre um sorriso sincero.

- Não será preciso. - Brinco.

Nossa comida chega e esta com um cheiro tão bom que não resisto e logo ataco. E ele faz o mesmo. Trocamos algumas palavras enquanto comemos a nossa comida. O jantar corre bastante agradável e o tempo passa rápido. Arthur pede a conta, paga e saímos em seguida.

Vamos em direção ao seu carro e a noite agora está fria e com um ar bastante romântico. Antes de entrarmos, ele me chama para ir até uma praça para aproveitarmos um pouco mais a noite, movimento a cabeça em consentimento.
Andamos um pouco e sentamos em um banco pouco iluminado de frente para um enorme chafariz.

- Sabe Cloe... Naquela noite em que te vi no cinema, eu senti algo estranho dentro de mim, algo que nunca havia sentido antes, quando olhei nos teus olhos um arrepio percorreu todo o meu corpo e eu queria mais disso, então resolvi me aproximar de você, você tem algo de diferente, algo só seu, sei que tá muito cedo para qualquer coisa, mas queria muito que você me permitisse te dar um beijo, é que não estou aguentando mais. Desde o cinema quero poder fazer isso, mas se você não quiser, tudo bem, eu vou entender. - Fala tudo isso enquanto acaricia minhas bochechas que já devem está da cor de um tomate. Fico bastante surpresa com suas palavras e não sei o que responder, não sei porquê, mas de alguma forma eu também queria beija-lo e suas palavras, não sei como, mas era exatamente o que eu queria ouvir.

Ele vai aproximando seu rosto lentamente do meu, seu hálito de vinho com um toque de morango me deixa arrepiada e ansiosa para ter seus lábios aos meus, até que por fim, sinto Arthur selar seus lábios macios em um beijo lento. Logo sua língua pede passagem para explorar minha boca e consinto sua entrada, enquanto me beija, sua mão repousa na minha nuca. Logo temos que nos separar, pois o ar nos falta e ao fazer isso percebo que quero mais disso. Ficamos assim por um bom tempo e como já está bastante tarde resolvemos voltar para casa.

Conversamos um pouco no caminho e resolvemos continuar ficando até que possa evoluir para um possível namoro. Eu gosto dele, ele é carinhoso, gentil... Era de alguém assim que eu estava precisando.
De repente, uma forte tempestade começa a cair me deixando apavorada. Me encolho no banco do carro e começo a chorar descontroladamente com flashes da noite em que perdi meus pais, instintivamente grito para que Arthur pare imediatamente, que se assusta com meu choro.
Ele então faz o que pedi e assim que estaciona, tira uma mecha de cabelo que estava grudada no meu rosto por conta das lágrimas que banhavam o mesmo e me pergunta o que eu tinha. Sua voz soa preocupada, mas não consigo responder, apenas chorar, ele me envolve em seus braços e choro ainda mais, manchando um pouco do tecido macio da sua camisa com minha maquiagem borrada.

- Cloe? O que está acontecendo? Eu fiz alguma coisa? Me responde. - Me pede levantando meu rosto e secando as lágrimas sem sucesso.

- Eu...eu... minha mãe pediu para ele parar, ela pediu. - Choro alto e alguns soluços saem.

- Pediu pra parar o que Cloe?

- Mas ele não parou, meu pai era teimoso e não... não parou. - Gaguejo

- Se acalme e tente me contar o que aconteceu. Eu não estou conseguindo te entender. - A preocupação é nítida em sua voz.

- Dói muito Arthur... Muito.

- O que? Onde tá doendo? Me fala Cloe, tô agoniado. Meu Deus.

Eu tento mas não consigo contar para ele, minha cabeça insiste em reviver cada momento do acidente, e é como se eu pudesse sentir a dor de meu pai e de minha mãe, como se eu pudesse sentir a vida deles se esvaindo de seus corpos. É horrível, horrível.
Como não respondo as perguntas de Arthur ele desiste e resolve me aconchegar novamente em seu ombro, me permitindo chorar até que eu fique calma para explica-lo, mas não sei se quero contar. Não quero que ele pense que eu estou fazendo isso só para chamar sua atenção.
Mais ou menos 25 minutos depois, estou mais calma e ele insiste para que eu conte, tento mudar de assunto, mas ele não permite, então conto tudo, menos a parte de que nunca poderei ter filhos.

A Caminho do Inesperado | Vol.1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora