Capítulo 8

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- Poxa Cloe, me desculpe pela insistência para você me contar, eu não imaginava. - Admite.

- Você não sabia. Eu entendo. - Arthur enxuga um lágrima no meu rosto vermelho.

- Desculpe mesmo. Eu sinto muito... - Fala enquanto leva sua mão e acaricia meu cabelo.

- Tá... Acontece. -Digo cabisbaixa.

Percebo que a tempestade se tornou apenas uma garoa fraca, e preciso ir pra casa antes que eu fique totalmente perdida nesses olhos castanhos que me deixam sem saber como agir.

- Me leva pra casa agora?

- Claro. - Deposita um beijo em minha testa, enquanto retira lentamente suas mãos que repousavam agora em minhas bochechas.

Arthur dirige calmamente enquanto o observo segurando o volante com firmeza, o que faz com que seus músculos fiquem rígidos sob sua camisa, sinto vontade de tocá-lo, mas não tenho coragem pra tal ato.

Sua boca bem desenhada, me faz querer me perder em seus lábios.
A luz de alguns postes, juntamente com a luz da grande lua que paira no topo do céu, lançam seu brilho e propagam seu feixes de luz atravéz dos vidros do carro e consequentemente, nele, essas duas e simples coisas, são capazes de fazer meu coração disparar ainda mais ao vê-lo daquela forma.

Ao chegar na minha casa, Arthur desce e abre a porta do carro para que eu saia. Quando o faço, sou envolvida por seus braços e o cheiro do seu perfume amadeirado logo preenche meus pulmões, fazendo meu coração perder uma batida. Deposita um beijo rápido sobre meus lábios e me solta do seu abraço.

- Boa noite Cloe! Eu amei a nossa noite. - Diz entrando e dando partida, me fazendo encarar seu carro que se distancia rapidamente.

Eu gosto do Arthur, ele me passa uma sensação boa.

Entro e vou direto para meu quarto, logo percebo que estava com sono. Corro o olhar em todo o cômodo e vejo que Isa não está aqui.
Retiro calmamente minhas roupas, coloco meu pijama que Isa insiste em dizer que é de criança, só porque é lilás com várias minis sereias estampadas, mas eu não acho.
Me jogo na cama e quando estou prestes a cair no paraíso das sereias, meu celular vibra revelando uma mensagem de Arthur.

Eu sei que saímos hoje, mas queria que você me acompanhasse a um lugar que eu já estava querendo ir a um tempinho.... Vai ser domingo...

Fico pensativa, mas logo o respondo.

Claro! Vou adorar! Que lugar é esse mesmo que irá me levar?

Demora alguns minutos para que ele responda, e eu já estava quase pegando no sono novamente quando sinto meu aparelho tremer por conta da vibração.

Aaaa isso é surpresa minha formiguinha maravilhosa, estou com saudades. Depois conversamos direitinho sobre isso, durma bem e sonhe com a gente juntos no paraíso dos doces.

Não consigo não rir com sua última mensagem, formiguinha, paraíso dos doces? Arthur tem uma mente tão infantil.

Combinado, sonharei sim com a gente se aventurando no paraíso dos doces, então. Durma bem Arthur...

Deixo o celular de lado e durmo igual um bombom de chocolate congelado, traduzindo, igual a uma maravilhosa pedra.

°°°

Acordo com um susto que me faz cair da cama e me lembro que tenho que mudar a droga desse alarme antes que eu o quebre, só não o fiz ainda, pois foi minha mãe que mandou fazer em formato de brigadeiro pra mim, meu doce favorito, descobri esse doce maravilhoso em uma viajem para o Brasil.

Ao lembrar da imagem da minha mãezinha me dando o alarme de brigadeiro, faz meu coração doer com a saudade...
Abraço meu brigadeirão tentando de alguma forma diminuir a dor mas minha tentativa é frustrada assim como Isa tentando ser fofa. Deposito o alarme sobre meu criado mudo e logo vou fazer minha higiene.
Coloco uma roupa qualquer, desço, porém vovó e Sarah já estão terminando o café. Deixo um beijo no topo da cabeça de cada uma e me sento na tentativa falha de não ganhar uma bronca, porém, não escapo facilmente da dona Elizabeth que me dá um belo sermão pelo meu pequeno atraso.

- Estamos entendidas Cloe Evylin Walker? - Pergunta concluindo o sermão.

- Sim, senhora.

- Hoje irei ao hospital, tomarei outra quimioterapia, e não, você não precisa se preocupar em faltar na faculdade, eu irei com uma amiga. E por falar nisso, ela está atrasada, 2 minutos e meio pra ser exata. - Fala checando seu relógio de pulso.

- Tenho até pena dessa amiga com a bronca que a pobrezinha irá levar.

- Falou alguma coisa, querida? - Pergunta como se agora a pouco ela não tivesse brigado comigo.

- O que? Eu falar o que? Não vovó jamais, não falei nada, estava pensando alto, pra ser mais precisa, na torta de morango da lojinha que têm ao lado da universidade.

- Aaaa sim, assim tá certo. Vou lá, beijo minhas meninas.

- Você é uma péssima mentirosa, Cloe. - Debocha Sarah.

- Fica na tua aí, o importante é que ela acreditou, eu já podia até sentir todos os seus neurônios trabalhando reforçado para formular outro sermão.

Rimos até perceber a hora, engolimos em seco quando percebemos que estamos muito atrasadas. Corremos até lá fora e encontramos uma Isabelly irritadissima, com os cabelos todos desgrenhados.

- Acreditam que essa coisa inventou de furar o pneu? - Diz fazendo drama.

- Sem exagero hoje, tudo bem? - Zombo de seu drama fazendo-a ficar vermelha de ódio.

- Minha sorte foi seu médico que por sinal é M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O, eu nunca tinha reparado em como ele é gato! - Pronuncia a palavra maravilhoso soletrando, me fazendo rir de sua empolgação com Edward.

- Olha só, milagres acontecem, ficou um tempão comigo e não reparar no meu médico realmente é chocante, você está bem? Tá sentindo alguma coisa? - Abro um sorriso tocando sua testa como se estivesse checando a temperatura.

- Argh! Como você é chata, garota. - Acaba caindo na risada também.

Deixamos Sarah e seguimos para universidade. No caminho resolvo contar sobre Arthur.

- Cloe sua safada! você pegou o Arthur gostosão? Como eu queria estar no seu lugar. - Fala me fazendo rir novamente, não dá pra falar sério com esse ser.

- Menos Isa, menos. Deixa isso pra lá, depois conversamos mais, certo?

- Certo Cloe safadona. Qualquer coisa, no sentido de quebrar a Alex, pode me chamar. - Fala saíndo.

Me dirijo até minha sala e quando chego, dou de cara com Alex e seu grupinho de seguidoras, percebo que tem uma maravilhosa faixa em torno de sua cabeça, admiro um pouco o estrago que causei e me dirijo até minha cadeira.  Ao lembrar que hoje ainda é quarta-feira fico frustrada, pra falar a verdade estou ansiosa para o encontro com Arthur.
As aulas passam se arrastando, quando saio da universidade indo comprar uma magnífica fatia de torta de morango sou puxada bruscamente para um beco sem saída, minha boca logo é tampada, tento me soltar, porém, vejo mais mão me segurando com força, meus punhos são amarrados e só então consigo ver quem estava por trás disso tudo...

A Caminho do Inesperado | Vol.1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora