Capítulo 23

55 12 25
                                    

  
  Coloco um vestido meio soltinho e um conjunto de renda na cor vermelha... Com muita ajuda de Louise é claro, sem ela eu não conseguiria. Agora estou sentada na cama de Arthur esperando o médico.
Já que Arthur não quer me deixar ir para casa, eu já planejei tudo, vou ficar quietinha e mesmo odiando ele, irei me aproximar e ganhar sua confiança, depois fugirei...

Sou tirada dos meus devaneios com batidas a porta.

- Podemos entrar, Louise? - Arthur pergunta do outro lado.

- Pode sim! - Ela confirma e a porta é aberta. O moreno entra seguido por um senhor que suponho ser o tal médico e uma enfermeira.

- Cloe, esse é o médico que lhe disse, ele é um grande amigo e médico da família. - Fala com orgulho.

- Dr Harry, essa é minha namorada que te falei, ela reagiu a um assalto e eles a deixaram nesse estado deplorável. - Mente para o senhor que escuta tudo com atenção. Ele vem até mim e começa a fazer perguntas e me examinar, minutos depois, ele passa um monte de remédios e a enfermeira faz curativo em meus cortes, costura a maioria deles... Odeio agulhas, argh!
Terei que ir fazer um raio-x, ele acha que estou com fraturas nas costelas.
O médico, Arthur, Louise e a enfermeira saem me deixando sozinha. Pego o controle da tv e ligo em um canal qualquer, apenas para matar o tempo e também porque estou bastantes entediada, quando Arthur voltar, eu começarei meu jogo e o farei se arrepender de ter feito tudo o que fez comigo.

                              °°°

- Me desculpe por ter saído com o Taylor sem te avisar... - Finjo tristeza. - É que eu chamei vocês para irem ao hospital comigo e nenhum de vocês quiseram.

- Eu realmente não podia ir, você sabe que se eu pudesse eu teria ido sem pensar duas vezes... Eu estava comprando um lanche pra gente, assim que eu comprasse, iria até você passar o resto do dia, mas aí, você estava lá, com o Taylor! Aquilo me deixou transtornado, e não pensei, apenas agi. - Lamenta.

- Eu entendo, acho que eu teria agido da mesma maneira...

- Sobre ter... É... você sabe, ter feito aquilo... - Da pausas tentando encontrar as palavras corretas.

- Ter me estuprado? - Falo o que ele não teve coragem de dizer.

- Exatamente, queria que me perdoasse por tal ato...eu já fiz bastante besteira nessa minha vida e isso foi o extremo, acredite, eu te amo mais que a mim mesmo e farei o que for preciso para ter você para sempre meu amor...

- Isso é passado meu amor, vamos viver o hoje, o agora! Deite aqui, vamos assistir algo. - Sugiro e Arthur vai se aproximando, o toque de sua pele contra a minha me causa calafrios, eu o odeio como nunca odiei ninguém.

Passamos o resto do dia vendo séries, meu estômago embrulha cada vez que ele me beija e eu retribuo para manter meu disfarce, tenho medo de que ele descubra que eu estou o enganando e faça alguma coisa contra mim e minha família.

                            °°°

                                                       Isabelly

Já faz quase um mês desde essa suposta viagem de Cloe, o estranho é que a gente não tem notícias dela, já mandei milhões de mensagem e demora bastante para que eu obtenha alguma resposta, e quando tenho, são respostas curtas e sem sentido e na maioria das vezes ela muda de assunto... Está tudo muito estranho, não comentei nada com a dona Elizabeth e nem com a Sarah para não deixá-las preocupadas. Vou para a universidade agora, após isso irei me encontrar com Edward hoje é folga dele.

As aulas passaram rápidas, fiz várias anotações e prestei bastante atenção, agora teremos aula prática de anatomia humana e vou ter de ir
na coordenação pegar umas coisas.

Já ia saindo quando a responsável pela coordenação me abordou e perguntou porque Cloé quis trancar a faculdade logo ela que ia tão bem e sempre era a melhor da classe. Eu de início não entendi muito bem e inventei uma desculpa qualquer e saí tentando raciocinar direito até todas as pecinhas irem se encaixando uma a uma. Tem dedo do Arthur nessa história, eu nunca engoli a desculpa de que ela teria escorregado e batido com a cabeça na lápide da mãe dela, a Cloe é lesada, tem uma caixa d'água em cima dos ombros no lugar da cabeça sim, porém, ela não seria desastrada a esse ponto.
Tem algo de errado e vou descobrir, talvez possa começar tentando rastrear o celular de Cloe se é que vou conseguir fazer isso. Vou pedir ajuda pro Edward e Taylor que mesmo ele negando, sei que está gostando muito da minha amiga e me ajudará.

Sigo para a aula que passa rapidamente, ando pelos corredores cheios e depois de um tempo desviando das várias pessoas conversando no caminho, consigo sair e me direcionar ao estacionamento, procuro minhas chaves na bolsa que está um caos até que encontro.

- Se esconda melhor da próxima vez, espertinha. - Falo baixinho com a chave em mãos. Sim! Eu falo com minhas chaves, algum problema? Cada doido com sua mania.

Entro no meu carro que por sinal está precisando de uma boa limpeza, há vários sacos vazios de Ruffles, papéis de balas e outras coisinhas espalhada pelo mesmo, mas fazer o que né. Dou partida deixando a universidade mais e mais afastada até que some por completo, ligo o rádio e começo a cantarolar uma música que está tocando, o caminho é rápido e já posso ver Edward sentado sobre o capô de seu carro, seus olhos recaem sobre mim e ele acena abrindo um sorriso sincero.
Meu coração erra uma batida quando ele se dirige ao seu automóvel e retira de la um buquê de flores magníficas, estaciono e me dirijo ao loiro as preças.

- Feliz um mês de namoro meu amor! - Sela nossos lábios em um beijo calmo e não consigo me concentrar no mesmo, pois meu cérebro resolveu me trair novamente. -Como assim um mês de namoro? Muito obrigado Alzheimer! - Penso e separo nossos lábios em seguida.

- Muito obrigado Edward, são lindas! Eu amei, nem sei o que dizer... - Sou sincera.

- Só não diga que esqueceu Isa por favor...É que mesmo eu sabendo que você esqueceu quero me iludir. - Me da um beijo na testa e rir da minha expressão quando ele termina de falar.

- Me desculpa mesmo, é que o dia foi tão corrido hoje que acabei não lembrando... Eu posso te dar um presente outro dia? - Pergunto sem jeito.

- Não precisa Isabelly, e eu te entendo, quando estava na universidade, também ficava descuidado como você está. - Passa seu braço pelo meu pescoço e abre uma fileira de dentes brancos e bem alinhados fazendo minhas bochechas queimarem. - Estou morrendo de fome! Vamos? - Continua, segura minha mão desocupada e nos dirigimos até o Timmis.

A Caminho do Inesperado | Vol.1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora