Capítulo 33

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- Como você tá se sentindo, meu amor? - Pergunto menos preocupado.

- Estou bem! Não se preocupe... - Eleva sua mão até meu rosto acariciando o mesmo.

- Eu sempre irei me preocupar com você! E tem algum problema em eu ir pra casa? É que amanhã eu tenho plantão... Mas posso ficar com você também. - Falo com relutância, eu queria mesmo era ficar com ela.

- Claro, pode ir sim, eu vou sobreviver amor... Vem depois? - Tenta achar uma posição mais confortável.

- Eu posso ficar se quiser...

- Você é médico, tem obrigações lembra? - Continua se remexendo.

- Será que dá pra para de se mexer? Você saiu de uma cirurgia, meus Deus Isa! - A repreendo.

- Então arrume meu travesseiro! - Faz bico.

- Vou arrumar, não faça força tá? - Peço me aproximando dela e mexendo em seu travesseiro, fazendo com que o perfume de seu cabelo preencha minhas narinas. - Melhor?

- Aaaaa bem melhor. - Suspira e abre um sorriso.

- Eu posso ficar aqui se quiser...

- Edward, eu vou sobreviver, já disse! - Afirma com segurança.

- Cloe vai ficar com você tá? E passo aqui assim que terminar meu plantão, qualquer coisa, mais qualquer coisa mesmo tente me avisar e venho correndo, eu te amo tá?

- Sem problemas, eu também te amo... - Selo nossos lábios em um beijo e com relutância me afasto dela indo em direção a porta. - Edward? - Me chama.

- Sim?

- Será que você poderia trazer chocolates para mim? - Pede com voz manhosa.

- Se você poder comer eu trago sim, se cuida tá... - A deixo me encarando, saiu do quarto e percorro novamente os corredores e esbarro com Cloe.

- Já tá indo Edward?

- Estou sim, você vai ficar com Isa né? - Pergunto.

- Estou indo agora mesmo... - Sorri e percebo seu recente curativo.

- Tá tudo bem com você? - Pergunto e ela desvia o olhar de uma senhora para mim.

- Sim. Foram só alguns pontos, tudo certo, vou lá ver minha amiga agora, tá? - Se vira e quanto estava prestes a começar a anda a chamo.

- Cloe? Qualquer coisa me avise tá? E dá uma passada no quarto do Taylor, conversem um pouco. - Falo como quem não quer nada, um empurrãozinho não faz mal não é mesmo. Me despeço e sigo até a saída do hospital, encontro meu carro e começo a dirigir até minha casa.

Cloe

Dou leves batidas na porta e adentro o ambiente... 

- Oi Isa... Como você tá? - Encaro minha amiga e abrimos um sorriso sincero uma para a outra.

- Aaaa cala a boca Cloe e venha me dar um abraço, hora! - Caminho até ela e a abraço.

- Eu fiquei preocupada com você, vocês se arriscaram bastante. - Contínuo abraçando-a.

- Faria tudo novamente sua rata, você é uma irmã pra mim... - Ouço sua voz embargada e não consigo deixar de sorrir com o belo apelido que ela pós em mim.

- Já vi que você tá bem né Isabelly! - Me afasto rindo um pouco.

- Vamos, me conte tudo o que aconteceu! - Ordena.

- É uma longa história Isa, deixa isso pra lá... - Tento fugir do assunto.

- Acho que tenho tempo. - Aponta para si mesma.

Depois de muita insistência, conto tudo a ela, literalmente tudo, até mesmo o dia em que ele me bateu pela primeira vez no cemitério e quase durante meu relato inteiro eu vejo correr lágrimas de seus olhos e a ouço praguejar baixinho inúmeras vezes.

- Ele não vai ser preso? Ele precisa ser preso! Tem que apodrecer na cadeia, quando vai ser o julgamento? Ele vai colher nosso depoimento né? - Fala rapidamente.

- Não sei de muita coisa, mas Alex veio aqui e disse que ele será preso...

- A Scarlett? - Pergunta para ter certeza.

- Ela mesma, e graças a Edward ela não fez coisa pior comigo, minha sorte foi que ele chegou bem na hora e impediu que ela continuasse... - Explicou.

- Eu odeio aquela cobra! Vamos denunciar ela também! Deixe só eu sair desse hospital! Mas mudando de assunto, sabe do Taylor?

- Ainda não fui ver ele, se importa de eu dar um pulinho lá? Vai ser rápido. - Mexo na minha camiseta sem fazer contato visual com Isa.

- Claro! Vai lá. - Manda e me retiro indo em direção ao quarto do loiro que por sorte era no mesmo corredor.

A movimentação por já ser um pouco tarde é menor, passo por alguns quartos checando a numeração, e acabo quase entrando em um que não era o dele, após esse quase vexame, consigo acertar, pelo vidro da porta, não consigo vê-lo nitidamente, então vou abrindo lentamente a porta e percebo que não tem ninguém com ele e o mesmo se meche um pouco. Entro meio receosa e pelo que parece, Taylor está dormindo. Sem querer acorda-lo penso em me retirar, mas meu corpo não obedece meus comandos e minhas pernas começam a se movimentar me levando mais e mais para perto, tão perto que já é possível sentir seu cheiro, não contente em sentir um pouco de longe, me aproximo mais e estamos a centímetro de distância, seus cabelos estão desgrenhados, sua boca levemente aberta é um convite para que eu una nossos lábios, lutando com todas as minhas forças para não fazer isso, tento contentar essa vontade então desconhecida por mim apenas sentindo seu cheiro mais de perto, tão de perto que acabo tocando a pele quente de seu pescoço, perdendo totalmente o controle da situação, controle esse que eu não tinha, elevo minhas mãos aos seus fios loiros e quando vou encostando meus lábios nos deles, acabo derrubando um objeto que estava perto. Com o barulho, Taylor se assusta e levanta rapidamente batendo sua testa contra a minha.

- Cloe? O que você tá fazendo aqui? - Pergunta enquanto toca sua testa, passando a mão graciosamente pelos fios dourados tentando os colocar no lugar.

- E-eu, é é é, n-ada, já es-tava indo... - Gaguejo e corro até a saída massageando a testa e sem olhar bem para onde vou, bato fortemente contra a parede, caindo em seguida de bumbum no chão.

- Meu Deus Cloe! Você tá bem? - Faz força para levantar e praguejo baixinho por não conseguir.

- S-imm! - Me levando com um pouco de dificuldade e quando estou prestes a sair, minha atenção é chamada.

- Eiii, espere, não vá agora... - Pede e me viro para tentar encara-lo. - Será que você poderia vir até aqui? - Pede.

- Tá... - Vou andando lentamente até ele.

- Tenho que fazer algo antes de você ir, será que dá pra chegar um pouco mais perto? - Pede e me aproximo um pouco mais, estou cerca de meio metro do loiro a minha frente. - Um pouco mais por favor...

Dou mais alguns pequenos passos e já estou do seu lado.

- Assim tá bom? - Pergunto já com o coração disparado.

- Perfeito! Poderia se abaixar com pouco? - Pede e não consigo desviar os olhos de seus lábios se movimentando enquanto fala, dessa forma me abaixo um pouco, então ele leva seu braço que não está machucado até minha nuca puxando-me para mais perto de si, nesse exato momento minhas mãos estão soando e acho que meu coração vai sair a qualquer momento, totalmente envolvida por seu toque, fecho meus olhos e espero seu beijo.

A Caminho do Inesperado | Vol.1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora