Capítulo 42

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  O brigadeirão soa alto sem parar,  acordo ainda bastante sonolenta, me forço a levantar e ir até o banheiro tomar um banho, e então, me arrumar para encarar a verdade, por mais dolorosa e difícil que ela possa ser...

Dormi muito mal, tive pesadelos horríveis, mas não posso esperar mais, preciso saber o que tenho de certeza...
Me arrumo rápido, minha dor de cabeça está me matando, minhas mãos formigam e não consigo comer nada.

Chamo um motorista de aplicativo que chega rapidamente.
Troco algumas palavras com o motorista, mas prefiro ficar quieta. Perdida em pensamentos, só me dou conta de que já chegamos quando o homem toca meu ombro e me chama algumas vezes.

- Você está bem moça?

- Sim. Perdão. - Pago e dou alguns passos rumo ao hospital com relutância.

Chego na recepção e sou orientada a esperar por alguns minutos, e assim o faço.
  Um tempo depois, meu nome é chamado e adentro a sala mediana do médico.

- Bom dia Cloe, como se sente?

- Bom dia... Eu não tô muito bem, acho que na situação que me encontro, é meio impossível, mas fazer o que né.

- Não sofra por antecedência, não temos certeza ainda lembra? - Me da um sorriso acolhedor.

- Mesmo assim, estou com medo...

- Está sentindo alguma coisa?

- Minha dor de cabeça, ela tá bastante forte hoje e minhas mãos formigam... - Falo com a voz embargada.

- Bem provável que seja por conta de seu nervosismo. Mas olha, - Segura em uma de minhas mãos. - Caso você esteja realmente com essa doença, não precisa se preocupar, temos uma equipe de profissionais excelentes, bem capacitados, sem falar que a medicina evoluiu bastante.

- Eu entendo, mas não deixa de ser apavorante... - Me forço a sorrir. - Será que já pode me falar? Já fiz todos os exames que me pediu e já estão nas suas mãos, acabe com essa agonia. Por favor.

- Tudo bem, vou olhar. - Coloca seus óculos e começa a olhar todos os exames, um por um, sem pressa e observando cada detalhe.
Sua expressão facial não demonstra muita emoção. O observo fixamente e já estou agoniada.

- Cloe?

- Sim? E então? - Pergunto inquieta com minhas mãos vermelhas de tanto aperta-las.

- Então, eu pude observar com base nos  seus exames e no exame neurológico que fiz, a presença de uma anomalia, um tumor que se originou apenas no seu cérebro.

Minha mente está um turbilhão, meu coração bate freneticamente e minhas mãos soam sem parar. E eu desesperada interrompo.

- Eu tô com câncer? - Falo e uma lágrima rola.

- Calma, não sabemos qual o tipo ainda, ele pode ser benigno.

- Ou maligno. Você não sabe... - Fito o teto tentando não chorar.

- E é exatamente por isso que vamos fazer uma biópsia e mandar para o laboratório.  E você, eu e toda uma equipe vamos encarar isso de frente e mostrar pra esse carinha aí que somos mais fortes que ele. - Me da um sorriso acolhedor e seca uma lágrima minha.

- Como é essa biópsia?

- A biópsia é o jeito mais seguro para identificar um tumor cerebral,  os cirurgiões têm ao seu dispor três formas de colher  tecidos, que são: A biópsia aspirativa, biópsia estereotáxica e por fim, a biópsia em simultâneo com o tratamento. No seu caso, faremos a aspirativa que nada mais é que uma pequena incisão no couro cabeludo onde se efectua um  pequeno orifício no crânio, essa aberturinha é designada  por orifício de trepanação e recolhemos a amostra do tecido cerebral. Ou seja, não precisa se preocupar, faremos tudo do melhor jeito possível, já deu tudo mais que certo! - O médico explica.

- Preciso de acompanhante? - Minha voz sai falha e o medo se destaca em minha voz.

- Precisaria caso você tivesse menos de dezoito anos, mas caso queira, pode trazer sim. E se quiser, pode fazer hoje a tarde, só preciso conversar com o cirurgião. O que acha?

Minha mente grita freneticamente que não, mas minha boca diz outra coisa.

- Pode ser. - Dou um sorriso sem alegria.

- Muito bem, vou chamar uma enfermeira para cuidar de você e te preparar, mas não tema, é rápido e não oferece risco algum.

- Tudo bem, obrigado doutor...

Uma enfermeira surge e pede para que eu á acompanhe, ela me explica algumas coisas e forço a minha mente a prestar atenção.

                     °°°

Estou numa sala, minha visão um pouco embaçada e estou grogue por conta da anestesia. Ouço apenas algumas vozes ao fundo, mas não consigo entender muito bem. Sinto algo  penetrando  minha cabeça, no entanto, não sinto dor alguma.
Tempos depois, me levam até um quarto, aparentemente irei ficar em observação por algumas horas, por sorte avisei a vovó que iria passar o dia fora, mesmo com todo esse frio que castiga Paris.
  Sem perceber, pego no sono.

                
                      °°°

  Vou abrindo os olhos devagar tentando me acostumar com a claridade, olho em volta e estou sozinha. Minha cabeça dói um pouco, levo a mão até ela e sinto um pequeno curativo.

Ouço a porta ranger logo sendo aberta pelo médico que está acompanhando minha situação.

- Vejo que já acordou Cloe...
Como se sente? - Pergunta me dando um enorme sorriso.

- Bem, só com uma dorzinha de cabeça.

O senhor a minha frente olha para mim e maneia a cabeça em concordância.

- Viu como a biópsia é simples, nem precisava ficar com tanto medo. - Da uma gargalhada.

- O senhor tem razão, mas eu realmente estava apreensiva. - Meus lábios moldam um sorriso sincero. - Vou confiar mais na próxima.

- Isso mesmo. - Sorri, desvia o olhar para sua prancheta e começa a risca-la. - Vou passar alguns remédios para você tomar caso sinta dor ou encômodo na região que foi feita a biópsia. Mas algumas horinhas e se você estiver se sentindo bem e desposta, poderá ir para casa. E não esqueça, o resultado ficará pronto em três dias, quando se passar esse tempo, você retorna e veremos o resultado juntos.

- Tudo bem. Muito obrigado.

Ele me faz mais algumas perguntas e logo se vai retornando só bastante tempo depois. Torna a me examinar e me libera.

Pego minhas coisas, checo o celular e já são quase onze horas da noite.
Coloco meu casaco e minha touca, enrolo meu cachecol em volta do meu pescoço e caminho devagar para fora do hospital, o vento frio atinge meu rosto, encolho os ombro e coloco uma das mãos no bolso do meu casaco na tentativa de me proteger do frio, com a outra, chamo um motorista de aplicativo para me levar até em casa.

Não demora muito e ele chega. Entro no carro quentinho e agradeço mentalmente por isso. Minutos depois, chego em casa e observo um carro diferente estacionado.

O carro me parece famíliar, forço a mente, mas não consigo me lembrar de quem é.

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Oi oi amores!

Eitaa! Cloe fez a biópsia, e aí, o que acham, é maligno ou benigno o tumor?
E de quem será esse carro que se aproxima?

Se gostaram e acharem que mereço, deixem uma estrelinha pra mim e caso queiram, me contem o que estão achando.  Aaaa, antes que me esqueça, acho que já passamos da metade da história heinn. Kkk
♥️

Obrigado por lerem até aqui! Até o próximo capítulo ♥️

A Caminho do Inesperado | Vol.1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora