Fire - Novas Espécies [L1]

Capítulo 32

Os corredores iam ficando cada vez mais estreitos e mal iluminados, as salas vazias e com sangue seco no chão mostrava um pouco das atrocidades que eram feitas aqui. Eu andava parcialmente agachada por causa das inúmeras janelas, o esforço sobre a perna machucada enviava sinais de alerta dolorosos ao meu cérebro que eu tentava a todo custo iguinorar.

Meu coração foi ficando apertado a medida que avançava, mais parecia que eu estava entrando em um poço enorme e no final não teria água apenas um lodo avisando que eu fracassei. O vestido dificilmente me invomodava por causa da fenda, ele me proporcionava mais mobilidade embora me deixasse desprotegida.

Estava a ponto de entrar em desespero e atirar para todos os lados como uma maluca quando escutei ruídos de vozes femininas e um rugido que eu conhecia muito bem. Meu corpo tremeu por causa da adrenalina trabalhando em meu sangue, apertei a arma em minha mão direita e o tendão deu sinal de cansaço. Me agachei o máximo possível e cheguei próximo a porta de onde estavam vindo os ruídos.

A porcaria da porta parecia ser bem resistente a tiros e chutes, o vidro da janela era grosso indicando que a base era muito bem protegida. Evitei por um tempo espiar caso elas tivessem ouvido alguma coisa durante minha chegada, peguei uma faca e coloquei entre a fechadura da porta bem devagar ficando de pé ao lado dela para entrar no momento certo.

Espiei pela janela para verificar suas posições, as duas mulheres de cabelos castanho estavam de costas para a porta, uma delas em frente a um balcão preparando uma seringa e a outra estava de frente a Fire preso sobre uma maca. Respirei fundo para não fazer merda por causa dos sentimentos aflorando e acabar machucando ele de alguma forma, eu precisava tratar isso como se ele fosse apenas mais uma vítima.

Sem sentimentos, deligar meu lado emocional não foi fácil e me custou o tempo que eu não tinha, o medo de deixar minhas emoções controlarem a razão e colocar toda minha missão e preparação por água abaixo foi o gatilho inicial, um erro, um deslize e Fire morre. Mirei na faca bem colocada rente a fechadura, um impulso rápido e um chute a empurrando para dentro fez a porta de metal se abrir em um estrondo.

Elas gritaram enquanto eu me escondia no escuro do corredor, consegui assusta-las o suficiente para uma vir ao corredor olhar o que era, atirei em seu joelho e ela caiu se arrastando de volta para dentro da sala. Com uma a menos me coloquei de pé e entrei na sala com as duas armas apontadas em pontos específicos, suas testas.

- Ora, quem resolveu aparecer. É feio atirar nas pessoas, ruivinha. E EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ ATIRAR NA MINHA IRMÃ E SAIR ILESA! - a seringa estava cheia em suas mãos, um líquido amarelado se remexia enquanto ela tremia, o meu primeiro alvo tentava conter a hemorragia do ferimento e Fire balbuciava alguma coisa em meio a rugidos altos.

- Mais um passo e não serei tão misericordiosa. - ameacei, a arma agora apontava para o coração da irmã e a outra para a sua perna eu estava pronta para jogar com a sanidade delas e faze-las provar um pouco do que o Iraque fez comigo.

- Está no meu laboratório, querida. Eu dou as ordens aqui! - como se um sexto sentido tivesse brotado em mim senti alguém entrando na sala, me apressei em girar sobre um calcanhar e chitar a porta que bateu no rosto do guarda fazendo com que ele desmaiasse.

Retirar a atenção delas foi um erro que eu tive que cometer, mais uma pessoa nessa sala seria difícil controlar. Ela avançou em minhas costas com a seringa rente ao meu pescoço, precisei soltar uma das armas para segurar seu braço antes que aquela agulha me acertasse. Empurrei o corpo dela contra o balcão usando meu peso corporal sobre o seu quadril para lhe causar dor, ela gritou mas não me largou. Fire deixava a confusão mais barulhenta embora eu entendesse seu desespero em estar solto.

-  Vou te dar três segundos para me soltar. - falei entre os dentes trincados, a mão direita tremendo com a arma engatilhada não conseguia focar em um alvo fixo. Elas não sabiam das minhas sequelas e isso foi um ponto para mim.

- Até parece, vadia! - deixei que a intuição me guiasse e abaixei o ombro disparando a bala em seu pé, a agulha arranhou minha pele e eu senti o líquido quente penetrar a minha pele enquanto me afastava dela o suficiente para atirar em seu fêmur, ele iria sangrar até morrer em alguns minutos. A droga começou a entrar em contato com o meu sistema sanguíneo e eu fiquei tonta a ponto de cair de joelhos no meio da sala.