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   — Digamos, é claro que hipoteticamente, que... alguém... pode saber o que as pessoas estão pensando, ler a mente delas, sabe como é... com algumas exceções. — falou timidamente. — Só uma exceção. — corrigiu ele — hipoteticamente.

— Tudo bem, com uma exceção, então. — fiquei emocionada que ele estivesse cooperando, mas tentei parecer despreocupada. — Como é que isso funciona? Quais são as limitações? Como... esse alguém... acharia outra pessoa exatamente na hora certa? Como ele saberia que ela estava numa encrenca? — eu me perguntei se minhas perguntas convolutas faziam algum sentido.

— Hipoteticamente? — perguntou ele.

— Claro.

— Bom, se... esse alguém...

— Vamos chamá-lo de "Joe" — sugeri. Ele deu um sorriso torto.

— Joe, que seja. Se Joe estivesse prestando atenção, o senso de oportunidade não precisaria ser tão preciso. — ele sacudiu a cabeça, revirando os olhos.

— Só você pode se meter em encrenca em uma cidade tão pequena. Você teria acabado com as estatísticas de criminalidade por uma década, sabe disso.

— Estávamos falando de um caso hipotético. — lembrei-lhe friamente. Ele riu para mim, os olhos calorosos.

— Sim, estávamos. — concordou ele. — Devo chamá-la de "Jane"? — perguntou.

— Como você sabia? — perguntei, incapaz de reprimir minha intensidade. Percebi que estava me inclinando para ele de novo. Ele pareceu oscilar, dividido por algum dilema íntimo. Seus olhos pararam nos meus e achei que, naquele momento, ele estava decidindo se simplesmente me contaria a verdade ou não.

— Sabe que pode confiar em mim .— murmurei.

— Não sei se ainda tenho alternativa. — à voz dele era quase um sussurro. — Eu estava errado... Você é muito mais observadora do que eu julgava.

— Achei que você sempre tivesse razão. — relembrei.

— Antigamente era assim. — ele sacudiu a cabeça de novo.

— Eu estava errado sobre você em outra coisa também. Você não é um ímã para acidentes... Esta não é uma classificação muito ampla. Você é um ímã para problemas. Se houver alguma coisa perigosa num raio de dez quilômetros, invariavelmente vai encontrar você.

— E você se coloca nesta categoria? — conjecturei. Seu rosto ficou frio, sem expressão.

— Sem dúvida! — falou.

— Obrigada. — minha voz fervia de gratidão. — Agora são duas vezes que você salvou minha vida. — disse grata. Seu rosto se suavizou.

— Vamos tentar não ter a terceira, concorda? — falou sorrindo. Fiz uma careta, mas assenti. Ele tirou a mão de baixo da minha, colocando as duas sob a mesa. Mas se inclinou para mim.

O Novo Sol-  𝐄𝐝𝐰𝐚𝐫𝐝 𝐂𝐮𝐥𝐥𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora