Eu só podia ter sonhado aquilo.
Eu estava prestes a trocar de posição quando percebi que não estava sonhando. Roy ainda estava bem ali na minha cama. Olhei em direção da janela que eu havia esquecido aberta na noite anterior. Já era dia. Como eu poderia ter sido tão tolo? Meus pais brevemente acordariam e poderiam me pegar com Roy seminu. E ainda mais, Roy poderia se dar mal se seus pais notassem sua ausência em casa na noite que se passara.
Rapidamente sacudi Roy que parecia relutante em acordar. Ele fazia sons pesados e não conseguia manter-se acordado.
― Roy! ― eu sussurrei.
Foi quando ele abriu o olho e notou que poderia estar numa grande enrascada.
Ele levantou-se rapidamente e olhou em volta. Impressionou-se, pois já era dia. Havíamos dormido juntos, literalmente, naquela noite.
Quando Roy se pôs de pé por completo trajado apenas com uma cueca box preta, não pude deixar de notar o seu corpo severamente sarado e nem podia acreditar que eu havia dormido com Roy Raymond, mas tinha de me concentrar em tirá-lo dali o mais depressa possível.
― Já está de manhã! ― falou Roy contérrito.
― É e você tem que correr antes que seus pais acordem.
― Eu sei.
Roy vestiu suas calças apressadamente, enquanto eu o apressava ainda mais, colocando mais pressão sobre ele. Roy colocou uma de suas botas enquanto procurava a outra que encontrou em baixo da minha cama e calçando-a logo que a encontrou.
"Toc toc"
Eram meus pais na porta. Já haviam acordado. Sorte que deixei a porta trancada na noite passada. Eles batiam e chamam por meu nome. Fiz um gesto para que Roy não fizesse barulho e respondi.
― Filho, já está na hora de ir à escola! ― salientou minha mãe.
― Eu sei, já estou me arrumando! ― respondi.
― Tem alguém aí com você? ― ela perguntou desconfiada enquanto girava a maçaneta da porta do meu quarto.
― Não mãe, é que estou ensaiando para um trabalho que eu vou apresentar hoje, então estou recitando a minha fala em voz alta.
― Por que a porta está trancada?
― Porque eu acabei de sair do banho e já estou me arrumando para ir à escola!
― Tudo bem então, não se atrase.
― Sim mãe! ― repliquei por fim e ela se foi.
Assim que o som ensurdecedor do silêncio pairou no recinto, expirei aliviado, entretanto ainda tinha um problema no meu quarto e precisava me livrar dele para ontem.
Antes que ele saísse, verifiquei a rua à fim de captar algum movimento que pudesse me comprometer, no entanto, estava tudo bem tranquilo, então aduzi-o para fora.
― A gente se vê na escola? ― perguntei antes que ele se fosse de uma vez.
― Pode ser! ― ele respondeu virando-se logo em seguida e partindo.
Observei-o descer a rua até sumir por fim. Ainda não havia caído a ficha de que a noite passada ocorrera realmente. Finalmente o universo estava sorrindo para mim. Mas eu não podia cantar vitória antes do tempo. Corri para me arrumar.
Desci para tomar café da manhã às pressas. Nunca me tinha me arrumado tão rápido e nunca me sentira tão disposto à ir à escola. O que estava acontecendo comigo!
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O Diabo na minha Janela
RomanceCharlie marca encontro com um completo estranho que havia se correspondido nas últimas semanas, mas ao chegar ao ponto de encontro, descobre que o garoto pelo qual estava sentindo sentimentos intensos, era Roy, o cara mais popular da escola e mais b...