Já era de manhã.
Mamãe me sacudia para que eu acordasse imediatamente. Meu sono pesava cada vez mais. Eu de maneira alguma queria acordar cedo naquele dia. Queria dormir enquanto houvesse sono em mim, afinal de contas era manhã de sábado, eu não tinha a responsabilidade de ir à escola, podia ficar na cama o resto do dia se eu quisesse.
Mamãe insistia que eu deveria acordar, continuando a me sacudir e desta vez acrescentara o chamado também. Eu apenas emitia sons e fazia caretas sem querer abrir os olhos. Também retorci a boca, numa forma de mostrar que não estava interessado em levantar.
― Anda Charlie, acorda! ― disse mamãe mais uma vez.
Hum!
Virei meu corpo para o outro lado da cama. Mamãe deu a volta e voltou a me sacudir. Eu vendo que ela realmente estava disposta a mão desistir daquilo, abri um dos olhos e olhei para ela com a vista em adaptação da luz. Vi que ela estava toda arrumada. Estava com os cabelos soltos e escovados, usava seu blazer verde Oliva e saia que fazia parte do conjunto com o blazer. Era sábado de manhã, mamãe só saía aos domingos, portanto, para onde iria ela vestida daquele jeito? Meu sono dissipou-se e eu sentei na cama ainda me acostumando com a claridade.
― Meu amor, quero que se arrume! ― disse mamãe delicadamente.
― O quê? ― falei entropigaitado. ― Para onde vocês vão?
Mamãe não respondeu nada.
― Não estão tentando me levar à nenhum evento da igreja de vocês, não é? ― proferi me pondo na defensiva. ― Se for algo do tipo, eu fujo na mesma hora ouviram?
― Não Charlie! ― falou mamãe levantando e tomando rumo já para fora do meu quarto.
Eu levantei da cama e corri até a porta chamando por ela. Eu queria respostas. Não faria nada até que me dissessem o porquê das coisas ou que estava acontecendo ali.
Mamãe parou em seu percurso e voltou-se para mim. Papai colocou a cabeça para fora do quarto apenas.
― Ande Elly diga a ela! ― disse ele é logo em seguida tornou a entrar com sua cabeça.
Mamãe respirou fundo, antes de falar.
― Você não vai se arrumar se eu não falar, né?
Balancei a cabeça em um gesto negativo.
― Bem, uma amiga minha da época da faculdade sofreu um acidente e vamos ter que ir visitá-la em outra cidade. Recebemos a notícia hoje de manhã de que ela fora internada ontem à noite. Ligaram para o meu celular. Vamos agora e voltaremos amanhã de manhã.
Minha mente começou a funcionar no mesmo instante, então tive a brilhante idéia de pedir para ficar sozinho ali em casa. Seria o momento perfeito. Eu já estava grande, podia passar um final de semana sozinho sem que todos se preocupassem comigo, pois eu já era responsável o suficiente para tomar conta da casa, enquanto eles estivessem fora.
― E se eu ficasse sozinho esse fim de semana? ― sugeri fazendo uma careta com medo de levar um belo de um não na minha cara logo cedo naquela manhã de sábado.
― O quê? ― falou mamãe me encarando como se eu tivesse completamente orate.
― Você mesmo disse que iam hoje e voltariam amanhã de manhã!
Ela balançou a cabeça fazendo uma expressão de reprovação.
― É óbvio que não Charlie!
― Mãe, são apenas vinte e quatro horas sozinho, o que poderia dar errado nesse meio tempo?
― Muitas coisas Charlie e não vamos entrar numa discussão sobre isso!
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O Diabo na minha Janela
RomanceCharlie marca encontro com um completo estranho que havia se correspondido nas últimas semanas, mas ao chegar ao ponto de encontro, descobre que o garoto pelo qual estava sentindo sentimentos intensos, era Roy, o cara mais popular da escola e mais b...