Era o dia da apresentação.
Eu mal conseguira dormir preocupado com o que seria do trabalho. Valia pontos que somariam bem com a média final, então teria que ir muito bem nesse trabalho para obter uma pontuação considerável.
Minha preocupação também ia com Roy. Tinha medo que ele fosse apenas um rostinho bonito naquele trabalho. Geralmente os populares, não faziam muito bem a sua parte num trabalho. Apesar de Roy ter me ajudado, mas estava uma correria na sua vida por causa dos jogos das finais do time de futebol do qual fazia parte. Ainda não tinham perdido nenhum jogo até ali.
Levantei bastante agitado. Tudo o que fiz até chegar na escola, foi com a mais pura agitação. Por fora eu não demonstrava tanta inquietação, mas por dentro meu ser pulava, corria, gritava e não parava quieto de maneira alguma.
Chegando na escola, encontrei com Lisa e Franklin. Eles estavam conversando quando eu cheguei e logo que me viram fizeram uma recepção. Franklin com os seus cabelos ondulados jogados sob sua testa, usando seus óculos de grau e vestindo um moletom verde lodo, estava bem sorridente. Lisa também fora bastante bem arrumada para se portar bem na imagem na hora da apresentação. Não que ela tivesse se arrumando apenas ali, não mesmo, pois já fazia isso desde mais algum tempo. Ela estava com o cabelo solto jogado sobre os ombros, uma blusa baby look rosa claro e usava um macacão jeans que valorizava bem as curvas de seu corpo.
Conversamos por um tempo antes das aulas começarem. Eu falava o quanto estava nervoso pela apresentação do trabalho que seria nos últimos horários do dia, me afligindo ainda mais, pois meu coração estaria irrequieto por todo o dia até finalmente o momento final.
Na minha cabeça só se passava o fato de que tudo poderia dar errado naquele trabalho. Eu estava surtando. Mal prestara a atenção nas outras aulas martelando paranóias em minha cabeça. Fases de um estudante totalmente desesperado. Quem nunca ficou dessa forma. Por mais que eu tivesse estudado, ainda me preocupava, pois quando me mantinha muito nervoso, acabava travando e pondo tudo a perder e, meu medo era exatamente aquele no momento, dar a descarga em tudo.
Como já havia pensado antes, Roy também me preocupava demais. O trabalho era para ser em dupla e fora o que mais o professor realçara em suas falas, que o trabalho teria que ser desenvolvido em dupla ou então o ponto seria mínimo para a dupla. Teríamos que trabalhar por dois como um só. Aquilo poderia não fazer sentido, mas como a visão de sociólogo, aquilo era o trabalho em equipe e contava para a sociedade de forma tamanha e conjunta.
Minhas mãos suavam o tempo todo e meu coração não cansava, batendo rapidamente o tempo todo. A cada minuto que o relógio indicava, estava cada vez mais próximo do horário final e com os minutos, voava também minha ansiedade, que se achegava cada hora que se aproximava mais.
Respira Charlie, respira!
Tentava me encorajar para não ter um terço antes mesmo de tudo dar errado. As coisa também poderiam dar certo, mas o medo sempre pendia para o lado negativo e perturbava o coração vulnerável, assim como o meu.
No intervalo, enquanto lanchávamos, Roy se aproximou da mesa onde eu estava com Franklin e Lisa.
― Está tudo certo para hoje Charlie? ― perguntou Roy ao se aproximar.
Quase me engasguei com a comida. Por um momento esqueci que ele poderia estar falando do trabalho. Passou logo na minha cabeça, os momentos que tivemos juntos e toda a nossa relação escondida.
― A apresentação do trabalho! ― esclareceu Roy.
Depois de desenganado com um gole de suco, consegui finalmente falar.
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O Diabo na minha Janela
RomanceCharlie marca encontro com um completo estranho que havia se correspondido nas últimas semanas, mas ao chegar ao ponto de encontro, descobre que o garoto pelo qual estava sentindo sentimentos intensos, era Roy, o cara mais popular da escola e mais b...