Capítulo 15 - É só falar com o diabo para voltar ao inferno!

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Quando finalmente fiquei bem, fui à escola.

Já havia passado muitos dias em casa devido à enfermidade. De forma alguma mamãe permitiria que eu ficasse em casa novamente. Eu confesso que também senti falta de ir para à escola esses dias. Com certeza não era por causa dos estudos, mas dos meus amigos que estavam lá e que eu via todos os dias. Sentia falta de conversar com eles, rir, interagir durante esses dias de moléstia, mas agora já estava de volta finalmente.

Quando cheguei, foi aquela festa. Lisa e Franklin me fizeram uma ótima recepção. Franklin ficou bem preocupado comigo também esses dias que passei ausente e eles também não viam a hora de me ter ali novamente junto deles para a trupe estar perfeitamente completa.

Sentir falta da rotina chata da escola é uma coisa que vocês não vão me ouvir dizer, pois não era verdade. Eu ansiava por acabar logo aquele inferno. Não odiava estudar, bem, não totalmente. Eu não era o fã número um, mas havia sempre algum assunto ou outro dentro de cada matéria que me despertava prazer. Eram alguns poucos conteúdos, no entanto por mim, não ficavam cansativo nunca. Minha matéria preferida sempre fora o inglês, me julguem se quiser, mas é isto.

Uma coisa que eu não me dava bem de maneira alguma, era com cálculos. Se você me desse um cálculo para fazer e me disse uma daquelas palavras como, subtração, por exemplo, ia ver a folha em branco pelo resto dos dias de sua vida. Nada de matérias com números entravam na minha cabeça. Nada parecia fazer sentido para mim. Nem que tentassem enfiar na minha cabeça, fazia entrar aquela maldição.

Me diziam que números não eram um bicho de sete cabeças, então inventaram um que era. Número acompanhado por letras. O verdadeiro demônio da minha vida. Quem foi que inventou isso? Mandaria matar na mesma hora que chegasse ao meu conhecimento, sem perdões e nem julgamento. Haviam feito isso só para confundirem a minha mente e complicar a minha vida acadêmica.

Eu tinha de uma forma ou de outra correr atrás do tempo perdido. Eu havia falado por motivos de enfermidade, mas os professores não paravam tudo por mim. O ciclo ainda seguia, portanto cabia a mim me virar e me pôr em dia com as matérias. Essa acabava sendo a pior parte de se faltar à escola.

Eu poderia reclamar da escola por todo o dia se me deixassem, mas sei que as pessoas odeiam reclamações. Todo mundo adora reclamar, mas ouvir essas reclamações são um verdadeiro saco. Falo por mim também. Reclamar era uma das coisas que eu mais fazia, mas quando alguém vinha reclamar, eu sentia uma dor nos meus nervos irritadiças.

Meu dia seguiu normalmente, como mais um dia cotidiano de aulas. Havia quase dormido em algumas aulas, quase sonhado em outras e seguia bem ordinariamente por ali.

No intervalo sentei na companhia dos meus amigos. Já estava com bastante saudades daquele ritual com eles. Sentar na mesa, comer enquanto conversávamos. Até mesmo ver todas aquelas pessoas ridículas me fazia ficar feliz, pois era daquele ambiente longe da minha casa que eu sentia falta.

Eu logo percebi Roy numa mesa distante, junto de seus amigos do time e com os olhos mirados em mim. Meu coração disparou instantaneamente. De repente tudo ao meu redor ficou no mudo e parecia ter apenas eu e Roy ali nos encarando. Todo o resto era como um ponto bem distante no meu fundo sonoro. Senti como se tudo estivesse em câmera lenta. Eu não conseguia tirar os meus olhos de Roy. Ele me olhava com a testa franzida e dava a sensação de charme ainda mais emanando dele.

Roy havia notado que eu fora para à escola. Ele me encontrara. Agora tinha a certeza de que eu já estava bom novamente. Ele mexia na comida em seu prato com a colher, enquanto me fitava com seu belos e hipnóticos olhos azuis oceânicos. Aquele olhar me acertava em cheio. Fazia o meu coração palpitar de emoção. Sentia todo o meu corpo acender como uma lâmpada.

O Diabo na minha JanelaOnde histórias criam vida. Descubra agora