•1.2• Pai E Filha

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Saio do chuveiro e coloco uma roupa seca. Acabo colocando algo mais simples, uma calça de moletom e uma regata. Vou até o quarto do Jonathan ver se Jace já está pronto.

Bato na porta algumas vezes e ele abre. A blusa acabou ficando meio justa, já que Jace era mais forte que meu irmão.

-Vamos para o meu quarto esperar lá.- digo puxando a mão dele.

-Assim? Achei que iria te beijar antes de fazermos outras coisas.- debocha, eu viro e lhe dou um tapa fraco no braço- Você está corando.

-Só cale a boca.- puxo ele para meu quarto e fecho a porta.

Ele senta na minha cama e olha para meu quarto. Eu corro para a janela e vejo que não tem nenhuma mensagem... fiquei um pouco triste, achei que iria ter algo.

-Tem algo que queira ver na janela?- pergunta Jace.- Além da chuva, claro.

-Não...- respondo- É só que meu vizinho conversa comigo por mensagens.

-Uau, romântico, não?

-Não chega a ser romântico.- falo me jogando na cama ao lado dele- Ele é legal.- Jace se apoia no cotovelo ficando um pouco a cima de mim.- As vezes ele me irrita, tocando guitarra e tudo mais.

-Acho que ele seria um verdadeiro Romeu.- sorri.

-Eu realmente espero que não... O Romeu morre no final, assim como Julieta.

-Verdade.- ele pensa um pouco- Deveria ter elaborado mais a minha frase.

Ele se deita ao meu lado, ficamos em silêncio por um tempo, olhando para o teto, apenas escutando o barulho da chuva cair.

-E essa festa que você me disse?- pergunto- É quando?

-Sábado.- responde- Aliás, é a fantasia. Deveria ter te avisado antes.

-O que!?- pergunto sentando-me na cama- Jace, sábado é daqui a 2 dias!

-Eu sei, eu sei.- ele se senta ao meu lado- Mas eu já pensei em algo.

-Espero que seja algo bom, Jonathan Christopher!- brinco falando o nome inteiro dele. Por alguns segundos eu travo.

J.C, Jonathan Christopher, JACE!

Calma! Não poderia ser tão óbvio assim. Poderia? Tenho que ter provas... como eu poderia fazer Jace admitir ou algo assim?

-Eu pensei que faria sentido uma fantasia de casal,- fala- eu de anjo e você de diabinha.

-Por que eu de diabinha?

-Combina com seu cabelo- ele passa a mão sobre meus cachos ainda molhados- e particularmente eu acho extremamente sexy.

-Você gosta de provocar né?- falo me aproximando dele.

-Vim na Terra com esse propósito.- ele se aproximou muito de mim. Sentia a respiração dele em meu rosto.

-É uma pena que a chuva tenha passado, não é?- falo e me afasto.

Ele olha para a janela e vê que de fato a chuva havia parado. Ele revira os olhos e ri.

-Então você está me expulsando da sua casa?- ele diz se aproximando outra vez.

Coloquei um dedo em sua boca e disse:

-Sim.

Levanto-me da cama e fico esperando ele fazer o mesmo. Jace revira os olhos e se levanta. Tenho que subir minha cabeça, já que a diferença de altura é gritante. Enquanto eu sou extremamente pequena, Jace é alto. Bem alto.

-Vai me acompanhar até a porta?- pergunta.

-Mas é claro, madame.- dou risada e engato no braço dele.

Nos descemos as escadas e vejo que minha mãe ainda conversava com Luke. Ambos estavam mais calmos agora, sabia que teria que falar com eles após Jace ir embora.

-Mãe, Jace já está indo para a casa dele.- falo.

-Foi um prazer conhecê-la, Sra. Fairchild.- ela levanta as sobrancelhas com a educação dele.- Desculpe, não sei se você prefere ser chamada assim ou de Sra. Morgenstern.

-Pode me chamar de Jocelyn.- ela sorri encantada. Ah, isso é estranho.- Foi bom te conhecer, Jace.

Jace acena com a cabeça para Luke, que retribui fazendo o mesmo. Abro a porta para ele, e dou-lhe um beijo na bochecha, dizendo tchau.

-Amanhã,- sussurrou ele enquanto me abraçava- depois da escola, me encontre no meu lugarzinho do parque, vamos ver as fantasias. Você não pode dizer não.

Após isso ele sai antes que eu pudesse responder. Fecho a porta e olho para minha mãe e Luke.

-Ele é um bom partido.- disse Jocelyn.

-Mãe!- exclamo revirando os olhos.

-Só estou dizendo...

Vejo que Luke está desconfortável sentado no sofá, ansioso. Talvez eu devesse essa chance para ele. Ele é meu pai biológico, querendo ou não.

-Olá, Luke.- digo a ele.

-Oi, Clary.- ele sorri timidamente.

-Mãe, se não se importa,- falo virando para ela- poderia falar com ele em particular?

Ela assente e sai da sala. Sento-me na poltrona, que ficava perto do sofá. Vejo Luke ajeitando os óculos e arrumando a postura, como se o momento fosse extremamente importante. Devia ser, porém eu apenas não sentia como se fosse, mas para ele devia.

-Bom, parece que você é meu pai.- falo descontraída.

-É...-ficamos em silêncio por um tempo- Clary, eu sinto muito.

-Não precisa se desculpar.

-Na verdade eu preciso.- ele diz com a voz firme- Eu deveria saber que era possível que sua mãe tivesse engravidado.

-Como assim? - pergunto, sem ter certeza que queria a resposta.

Luke se ajeita novamente, prestes a contar o que acontecera. Ele parecia envergonhado, de certa forma. Mas vamos lembrar que não esta sendo fácil para ele também, por isso eu acho que ele merece ao menos uma chance de me conhecer.

-Eu conheci sua mãe na faculdade.- começou ele- Sempre fui apaixonado por ela, na época ela namorava Valentim. Eu encontrei ela novamente, anos depois, Jocelyn me disse que estava solteira. De fato eu acreditei, já que não estava usando aliança nem nada...- ele abaixou a cabeça.- Depois da noite que tivemos juntos ela resolveu manter distância. Meses depois descobri que era casada e estava com uma filha recém-nascida. Na hora nem me toquei que poderia ser minha filha...

-Luke...- falo e coloco minha mão sobre a dele.- Acho que nós dois estamos passando por surpresas. Vamos começar do zero, se conhecer. Você é meu pai biológico e eu realmente quero ter uma boa relação com você. O que acha?

-Acho perfeito.- ele sorri. Um sorriso agradável e gentil, aliviado por parte do peso ter saído, não julgo, sentia o mesmo.

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Eu sou uma ótima pessoa
2 capítulos em 1 dia em...

Bjos da mlr Herondale 🖤

The Guy Next Door Onde histórias criam vida. Descubra agora