-E isso vai dar certo?- perguntei a Simon.
-O produtor garantiu que sim.- respondeu ele.
Era o intervalo da escola. Simon fez questão de juntar todos que participaram da banda aquele dia. Estava lá Emma, Julian, Jace, Simon e eu, no pátio da escola. Percebi que George estava ali atrás apenas escutando.
-Por mim tudo bem.- disse Emma- Vou ter que treinar violino, pelo visto.
-E eu o baixo.- completou Julian.
-Eu cantando.- disse.
-Eu no piano.- falou Jace.- Mas caso queiram um showzinho na guitarra, também estou aqui.
-Eu na guitarra.- retrucou Simon revirando os olhos.
-Vocês tem baterista?- perguntou George falando pela primeira vez.
-Não, e não precisamos.- respondeu Jace.
George se encolheu e eu fui ao seu lado. Jace olhou surpreso para o que eu estava fazendo. Passei meu braço sobre o ombro de George e ele sorriu.
-Acho que você seria um ótimo baterista, George.- digo.- Então, parece que fechamos a banda!
•••
Aula de física deveria ser considerada um crime. Insuportável! Eu estou rabiscando algumas coisas em meu caderno. Não deu nem 40 minutos de aula e eu já fiz, 5 desenhos! Isso é muita coisa, sendo que tento trabalhar ao máximo nos detalhes.
Agora estava desenhando um anjo que estranhamente parecia Jace. Eu estava contornando as longas asas, que se libertavam do corpo abertamente. O lápis passava sobre o papel, marcando-o com grafite, tentava trazer o desenho a vida, cheio de detalhes e emoções. Realmente parecia com Jace.
Sinto olhares sobre mim. Levanto minha cabeça e percebo que todos olhavam-me, sinto meu rosto corar na hora.
-Srta.Fairchild,- chamava o professor- posso ver o que está fazendo em seu caderno?- perguntou fazendo-me gelar- Com certeza não é coisa da matéria.
Ele vem vindo em minha direção, eu tento esconder o caderno, mas era tarde demais, ele o arranca de minhas mãos e o pega, mostrando para a sala inteira. Justo no maldito desenho do anjo. O professor fez uma feição impressionada e riu, mostrando para a sala.
-Parece que o novato, Jace, está fazendo sucesso.- riu ele, deixando-me mais vermelha que meu cabelo.
Todos me olhavam e riam de minha cara. Olhei para Jace, que encarava-me sério, com dó no olhar. Eu queria sumir, realmente. Peguei meu material rapidamente e sai correndo da sala, ouvindo o coro de risos atrás de mim.
Desmoronei no meio do corredor. Deixei meus livros caírem no chão, junto com meu corpo. Não tinha parado para pensar o quão sobrecarregada estava, os problemas com minha mãe e família, Sebastian, Jace e agora isso! O meu caderno de desenhos é literalmente meu maior diário. É a minha forma de expressar sentimentos e pensamentos, e foi exposto para a sala.
Sinto uma mão em meu ombro, fazendo-me pular de susto. Viro rapidamente e vejo Jace, com um sorriso solidário.
-Clary,- disse ele- você está bem?
-O que parece?- digo apontando para minha situação, no chão.
-Foi errado o que o professor fez. Eu sinto muito.
-Não importa... agora é tarde demais.- vou me levantando lentamente, pegando minhas coisas.
-Precisa de ajuda?- perguntou.
-Preciso de espaço.- respondo andando, sem olhar para trás.
Chego no pátio, agora vazio. Sento-me embaixo de uma árvore, na parte gramada, fecho os olhos por alguns segundos, respirando fundo. As coisas têm tão dado errado ultimamente. Não queria que estivesse sendo assim, mas esta, infelizmente.
Não sei o porquê de eu estar tão nervosa. Teoricamente, é apenas um caderno de desenho.... mas mesmo assim. Significa muito para mim. Nessa hora, veio-me uma memória de Sebastian.
Flashback on
Eu estava nervosa, rabiscando em meu caderno de desenhos, embaixo de uma árvore, no pátio da escola. Eu teria uma prova agora, e eu definitivamente não estava preparada.
Sinto braços me segurando de lado. Após levar um breve susto, olho para a pessoa. Um lindo par de olhos cinzas e cabelos platinados, estrutura esguia e bela. Sebastian.
-E aí, minha princesa?- disse ele sorrindo.- O que está desenhando?
-Nada.- fechei o caderno rapidamente.
-Você sempre fala isso.- sorriu carinhosamente- Qual é o problema?
-Isso é quase um diário para mim..- respondi- não quero que ninguém veja.
-Está bem.- ele tampou os próprios olhos, fazendo-me rir.
-Sebastian!
-Você não quer que ninguém veja.- respondeu- Pode continuar com os desenhos, não estou os vendo.
Eu ri alto e continuei a desenhar, com Sebastian de olhos vendados ao meu lado.
Flashback off
Sinto uma pontada no peito após a lembrança. Respirei fundo, e levantei-me do chão. Precisava pegar de volta meu caderno com o professor maldito.
Fui caminhando envergonhada, já tinha dado o sinal, então todos que estavam dentro da sala naquele momento, agora saíram.
Cheguei lá e bati na porta. O professor me olhou e mandou-me entrar.
-Professor, eu poderia pegar meu caderno de volta?- pedi gentilmente.
-Eu entreguei para um de seus colegas... não me recordo de seu nome.- o professor pareceu pensativo- Ele tinha cabelos platinados e olhos pretos... você deve achá-lo em algum lugar.
-Okay...- gelo, não conheço ninguém com essa descrição- Obrigada, professor.
Saio da sala nervosa. Vou em direção ao meu armário, para trocar materiais e ir atrás do tal aluno. Quando chego, me assusto. Meu armário estava aberto, com meu caderno dentro, aberto no desenho do anjo. Ele estava todo rabiscado, com chifres de diabo e bigode.
Havia um bilhete acima, eu o peguei e li:
"É assim que você descarta nosso amor?"
Nosso amor? O que?!Olho para os lados, tentando achar alguém. No final do corredor, um garoto vestido inteiro de preto me olhava, vou correndo em direção a ele, conforme a multidão ia me xingando por os empurrar. Quando chego aonde, supostamente, o garoto estava, ele havia desaparecido. Agora sim eu tenho algo para me preocupar.
•••
OieeDesculpe a demora pra postar, mas bloqueio criativo eh complicado.
Eu tive uma brilhante ideia de fazer outra fic! O nome seria "The Girl Next Door", com uma visão do Jace sobre toda a história... o que vocês acham?
Bjos da mlr Herondale 🖤
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The Guy Next Door
FanfictionClary sempre teve uma certa paixão pela música. Seu vizinho, o qual não conhecia, tocava guitarra todas as tardes, despertando cada vez mais interesse em Clarissa para se abrir musicalmente.