You G!p
- Ok Lorena, você está certa. - Digo já cansada da discussão extensa que estava tendo com minha mulher.
- É isso que você me diz? Nada disso, volte aqui!. - Grita quando me vê se afastar.
Levanto os braços como se não houvesse motivos.
- O que você quer que eu faça? Não é a razão que você quer? Então, estou te dando. Agora podemos parar e por favor, será que você poderia me deixar dormir? Estou cansada. Obrigada. - Digo enfatizada e logo volto a caminhar para o nosso quarto.
Sei que ela não vai se dar por vencida e irá vir atrás querendo debater.
- S/n. - Me chama adentrando o quarto com a voz firme e insistente.
- Por Deus Lorena, me deixa em paz. - Digo exausta. Pego meu travesseiro e o edredom e passo por ela. - Para. - Me viro ao ouvir seus passos me seguindo. - Eu já falei. Estou cansada, será que dá pra você me encher o saco amanhã quando eu estiver com a paciência renovada? Porque hoje você já estourou o seu limite de me tirar do sério. - A mulher abre a boca e logo se dar por vencida, voltando para o quarto e batendo a porta com força.
Não aguento mais essa vida.
Principalmente essa vida juntamente com ela.
Caminho para a sala e jogo o travesseiro no sofá logo dando algumas batidas para amaciá-lo, e por fim descanso minha cabeça ali, jogando o edredom por meu corpo.
Um suspiro de derrota escapa dos meus lábios.
Não está sendo nada fácil. Minha mente está a mil.
•••
Se você acha que eu consegui dormir durante esta noite, está completamente enganado.
Rolei no sofá a noite inteira procurando uma posição confortável para hibernar. Por fim, ainda não sei porque não me hospedei no quarto de hóspede. Deve ser por receio da mulher aparecer por lá a noite para querer me esganar, já que os quartos são um de frente para o outro.
Já devidamente arrumada passo meu café para a caneca sentindo seu forte aroma pairar pela cozinha. Minha dor de cabeça estava insuportável e eu realmente não sei do porquê de ainda estar viva. Senhor, poderia me dizer o porquê de eu ainda estar viva?
Sinto que ela possa explodir a qualquer momento. Um latejar irritante insiste em permanecer, aflorando minhas veias e me deixando extremamente aborrecida.
O perfume muito conhecido se instala no local e Lorena surge me desejando 'bom dia' com um semblante alegre em um tom animado.
Resmungo um bom dia rude e continuo tomando meu café.
A mulher não se contenta e procura puxar assunto durante o período. Se eu fosse ela não ousava dizer mais nenhuma palavra.
- Eu preciso ir Lorena, tenha um bom dia. - Me levanto logo pegando meu terninho que antes estava debruçado na cadeira.
- Certo amor, tenha um ótimo dia também, boa sorte lá no trabalho. - Diz amorosa. O que me faz torcer um pouco o rosto em confusão. Suspiro cansada com a amnésia repentina da mulher.
Apenas assinto e me preparo para se afastar quando ouço a mesma pigarrear.
-Vai sair sem dar o meu beijo? - Pergunta fazendo um bico nos lábios que me faz embrulhar o estômago de desgosto.
Certo, eu não mereço isso. Eu definitivamente não mereço toda essa situação.
Fecho os olhos apertando-os de uma forma irritada. Engoli em seco para logo direcionar o olhar para Lorena. Caminho em sua direção e deposito um beijo leve em sua testa.