S/n S/s point of view
São exatamente 09:51 da manhã, no dia 6 de de maio de 2020.
Minhas mãos estão trêmulas, minha boca seca e o coração acelerado.
Sinto um frio na barriga de me causar enjôo, tudo porquê... Sonhei com ela. De novo....
Até quando? Até quando terei que suportar a dor até mesmo sonhando?
Quando será o tão esperado dia em que eu acorde sem sentir mais nada por ela?
"Eu estava em uma festa com alguns amigos, o clima dentro do cômodo estava tão quente com todos aqueles jovens pulando e gritando, mas, eu me sentia entediada. Me sentei em um canto qualquer enquanto comia salgadinhos, na espera de algo interessante acontecer para que me envolvesse tanto assim também.
Logo meus primos chegaram ao local, e a prima mais irada que eu tinha também havia vindo. Fiquei feliz quando ela me avistou e se juntou a mim. Logo começamos a conversar em meio a gargalhadas e decidimos ir pra fora.
— Sabe aonde está indo? - Perguntei, já que eu não conhecia aquela parte do bairro.
— Sim, é logo ali na frente, preciso comprar uma coisa na venda da dona Candece. - Ela diz, e continuamos andando até que passamos em frente a um bar movimentado, eu achei que ela entraria ali, porque pelo que eu me lembro, ouvi ela falar que queria cigarros, porém, passamos direto.
Uma praça estava na nossa frente e logo a rua escura se tornou bonita e iluminada; Estava rolando uma festa ali.
Tudo estava claro, e cadeiras estavam devidamente espalhadas, de forma organizada.
Os convidados estavam vestidos de um jeito formal, tocava uma música melodiosa ao fundo trazendo calma ao ambiente.
Nos aproximamos, e quando olhei para o lado travei bem ali.
Reconheci aqueles cabelos, mesmo estando cobrindo seu rosto.
O ombro a mostra, me lembrando bem que eu conhecia aquele corpo.
Era ela.
Arregalei os olhos e me virei para Ingrid que logo percebeu que, aquela menina já foi alguma coisa minha, pela minha cara de espanto e surpresa.
Eu apontei para a garota discretamente, e Ingrid passou na frente dela me deixando pra trás.
Eu estava em inércia, e não conseguia me mover. Paralisei ali, metros um pouco mais longe dela.
Quando vi que Ingrid já estava ainda mais distante de mim, com o corpo tremendo eu corri por trás da garota para ela não me ver.
Não sei o que fazia ali, parecia estar mexendo em alguma coisa, o celular, talvez.
Meu peito estava doendo, e meu coração batucava que nem um doido.
Parei perto de Ingrid assim que vi a mesma parada em uma lojinha de flores. Só havia um balcão e parecia ser fundida aonde estava acontecendo a festa na praça.
— O que aconteceu ali? - Ingrid pergunta, assim que me ver suar.
— Aquela é... Você sabe. - As pessoas ao redor pareciam estar todas alheias a qualquer tipo de movimento. Eu as via alegre, e tinha a sensação de que era uma festa de casamento.
Virei para trás, tentando ver se conhecia mais alguém ali, e por que eu tinha a sensação que, sim?
Ouvi a risadinha de Ingrid, e quando me virei para frente novamente, meus olhos se alargaram tanto que chegou a doer.