45. A verdade nua e crua

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Acordei no hospital, novamente, olhando para todo o lado, mas não vendo ninguém ao meu redor, o que me fez entrar em pânico. Eu queria que todos estivessem bem, eu sabia perfeitamente bem, que aquele tiro tinha acertado em alguém, mas queria que  não o tivesse feito!

Agarrei a campainha e pressionei rapidamente, querendo que alguém aparecesse, quem quer que fosse!

Poucos minutos depois,  uma enfermeira apareceu,  olhando para mim, chocada, mas não conseguia perceber o porquê,  eu apenas tinha desmaiado!

- o que se passou? Onde estão todos? - ela suspirou, pegando nas minhas mãos, calmamente, dando-me ainda mais medo, pelo que tentei manter a calma, mas estava a tornar tudo muito dificil.

- Diana, sinto muito, mas ele morreu! - o meu coração partiu nesse momento e as lágrimas não cairam, eu estava em choque, completamente em choque!

Eu queria gritar, queria bater em tudo o que aparecesse à minha frente, mas não conseguia fazer nada. Apenas encarava aquela mulher, reconhecendo-a da primeira vez que eu tinha sido internada naquele hospital.

- Não pode ser! Não , não me acredito nisso, eu recuso isso! - eu conseguia lembrar- me de algo pegajoso e quente nas minhas mãos,  o sangue dele a escorrer por entre os meus dedos,  eu conseguia perceber que algo tinha acontecido, mas não conseguia perceber o que se tinha passado, pois tudo tinha passado num borrão.

- O médico, virá dar-lhe alta, pelo que poderá voltar para  casa. - não queria voltar para casa, pois iria voltar a lembrar-me de tudo o que tinha acontecido,  eu iria chorar todos os dias e todas as noites de tudo o que tinha acontecido e todos os pesadelos de volta.

Apenas acenei, vendo-a retirar o meu cateter e saindo do quarto, calmamente, deixando-me ali, sozinha, aparecendo um médico, minutos depois, não vendo o Fredriksen, a não ser outro médico, muito mais novo, pelo que estranhei, será que lhe tinha acontecido algo?

Mas eu não consegui perguntar nada, apenas aceitei a alta e me preparei para sair, caminhando perdida pela rua, não vendo ninguém por  lá, sabendo que deveria perguntar ao meu pai, mas não conseguia. A minha cabeça andava a mil, rodava como nunca, pois eu sabia, que desta vez, eu tinha perdido o homem que eu realmente tinha amado!

Caminhei e caminhei, até que me vi em frente ao meu apartamento. Meu e do Harry, pelo que a ficha caiu, pois ele nunca mais voltaria! Eu iria voltar a ficar sozinha e desamparada, assim, como nunca antes o tinha estado.

Entrei no apartamento e fiz a minha mala, querendo sair dali, eu não me queria lembrar de todos os momentos, de todas as brincadeiras e o apoio que ele me dava. Ele tinha sido a melhor coisa  que me tinha acontecido.

Arrastei a mala atrás de mim e peguei no meu telemóvel, ligando ao Senhor Robert, pelo que atendeu ao primeiro toque.

- Diana, fico feliz por saber de ti! - mas apenas ouvi a sua voz, lembrei-me do Harry e as lágrimas caíram com rapidez, não querendo prolongar a minha dor por muito mais tempo.

- Eu sinto muito Robert, eu não queria que nada disto acontecesse, eu sinto muito... - eu falei a correr, ouvindo o silêncio do outro lado.

- Diana, se o meu filho te magoou, eu juro que o mato! - o meu  grito afogado, soou no ar, pelo que não consegui dizer nada mais.

- Ele não me fez nada. Eu sempre o irei amar, espero que me perdoem, ele só me queria ajudar... eu sinto muito.

- Mas, Diana... - eu desliguei, não conseguia ouvir mais nada, nao queria ouvir a dor deles, quando lhe contasse a novidade que ele tinha morrido e nem eu própria conseguia lidar com  isso, pelo que marquei o número do meu pai e liguei para ele,  apenas  pedindo que me viesse buscar e que não falasse mais no nome do Harry, pois eu queria voltar para casa,  queria voltar para aquela solidão, que eu tanto conhecia e iria levar a pequena Safira comigo.

Womanizer. HSOnde histórias criam vida. Descubra agora