36. O Guardião e a Lutadora

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Harry:

Eu queria responder-lhe! Eu queria dizer-lhe que a amava, mas não queria fazer daquilo uma despedida! Como é que ela poderia estar tão bem, e de um momento para o outro, piorar daquela forma! Eu estava a ver tudo o que se passava de lá da janela da sala operatória e tive que lutar para me manter no local, quando ela gritou daquela forma tão desesperada, de quem ainda estava a sofrer! A anestesia ainda nem tinha feito efeito e ela iria ficar para sempre com aquela dor na alma, assim, como eu a tinha, por não a poder ajudar!

Eu não sabia o que fazer! Eu apenas me mantinha a olhar, morto de sentimentos, tentando manter a esperança, de que ela voltaria para o meu lado! De que ela iria ultrapassar aquela provação e mostrar que era a mulher forte, que eu sempre soube que ela era!

Peguei no meu telemóvel e liguei ao meu pai, mal me apercebendo que estava a chorar, só quando o Iphone apareceu todo molhado e escorregadio nas minhas mãos, o que eu nesse momento me apercebi, que eu não poderia ficar sem ela! Eu amava-a como nunca antes tinha amado alguém!

- Harry, o que se passou? – Ele estava mesmo preocupado, mas eu não estava com meias palavras, eu não sabia o que dizer. – Filho, desembucha! Eu e a tua mãe, estamos aqui!

- É... é a diana, pai... ela está a ser operada e é grave! Eu não sei se ela vai sobreviver! – Eu tentava manter a calma, mas não sabia mais o que dizer ou fazer, eu era apenas um boneco ali, um observador, enquanto ela estava ali, a lutar pela vida.

As máquinas começaram a apitar bem alto e eles colocaram o desfibrilhador a carregar, enquanto eu pensava, que aquele momento, em que ela estava a entrar, era a despedida, e eu, não tinha dito, em retorno, que a amava também... Como é que eu tinha sido tão otário!

Eu amava-a tanto!

- Harry! Harry! O que se está a passar? – Eu não conseguia dizer que ela tinha morrido! Não queria acreditar que ela tinha ido embora! As máquinas entraram em choque com ela enquanto o seu corpo se elevava e o Fredrikson tentava de tudo para a salvar, pelo que tentaram de novo e de novo, até que a máquina começou a apitar sons suaves, e o meu pai, me tentava chamar pelo telemóvel! Eu queria estar lá a agarrar a mão dela de alivio. Eu queria abraçar-me a ela, mesmo estando da forma em que estava, queria tê-la ao meu lado, pelo resto da minha vida e ter a certeza de que nada mais, lhe iria acontecer na vida! Eu iria estar lá sempre para ela, mesmo que ela não o quisesse! Eu recusava-me a passar por aquilo novamente! Eu não queria que ela morresse! Eu queria-a viva! Queria-a bem e saudável, aquela Diana, que eu sabia que amava e era uma guerreira, assim, como eu sabia que ela era.

- Pai, ela quase morreu! – Eu desliguei, não sabendo mais o que fazer, a não ser ficar ali, como um mero expectador, tentando entender tudo o que se estava a passar do lado de lá do vidro, sabendo, que eu nunca iria deixar de amar aquela mulher, por muito que eu não quisesse sentir isso por ela, desde o inicio, mas ela agora, tinha-se tornado a minha vida.

Passaram horas e eu continuava ali, atento a tudo, sabendo que ela ainda não estava livre de perigo, mas estando mais calmo, pois ela iria ser sempre a guerreira que comandaria o meu coração, e eu, estaria para sempre ali, como uma sombra, para tudo o que ela necessitasse, mesmo que não me quisesse mais.

O Fredrikson, cinco horas depois, levantou o dedo para mim, mostrando-me, que tudo estava bem com ela, que estava estável e que o pior tinha passado, pelo que eu larguei o maior suspiro de alívio da minha vida, pois ela, estava salva! Ela tinha sido uma enorme lutadora e todos os dias estaria com orgulho de estar ao seu lado!

Ela saiu para o quarto, com uma enorme bandagem ao redor da sua caixa toráxica e eu sabia que aquela cicatriz, fosse do tamanho que fosse, nunca mais desapareceria e seria uma prova latente daquilo que o Luís lhe tinha feito. Apenas esperava que ela não se fechasse para mim, por causa disso! Esperava que ela conseguisse ser a Diana que eu sempre tinha conhecido, aquela mulher lutadora e batalhadora, que eu sabia que ela era, que eu tinha uma enorme estima por ela.

Womanizer. HSOnde histórias criam vida. Descubra agora