We Got A Love That Is Hopeless

Wogies Bar & Grill

Shawn On:

Na manhã seguinte o barulho do despertador foi me acordando devagar, abri os meus olhos sentindo o meu corpo ainda pesado. Levantei arrastando os pés e fui ao banheiro, tomei um banho rápido e gelado, envolvi a minha cintura com a toalha e fiquei cerca de quinze minutos para escolher o que vestir, optei por uma bermuda jeans e uma blusa de gola polo preta. Calcei o tênis de sempre, – que era quase o meu uniforme de pé. – Passei o meu perfume e penteei os cabelos, descendo para a mesa do café da manhã com os meus amigos e colegas de apartamento. Puxei a cadeira até afastar de forma que eu conseguisse sentar a aproximei da mesa outra vez.

Cameron comia ovos mexidos com bacon e um suco de laranja, ele mantinha um jornal aberto que o prendia toda a sua atenção que nem percebera que eu estava na mesa ao seu lado.

Nash tomava o seu achocolatado com torradas e geleia de morango saboreando lentamente o gosto do alimento e da bebida.

Eu resolvi quebrar um pouco tanto silencio ali.

– O que houve com vocês? – Peguei um copo e me servi um pouco do suco de laranja do Cam e peguei um grupo de torradas do Nash.

– Oi?... – Cameron me encarou por alguns minutos. – O que falou Shawn?

– Ah esquece. – Bufei e revirei os olhos. – Já vi que não vai dar para conversar com vocês agora.

– Eu sou todo ouvidos. – Nash envolveu um pouco da orelha com a mão e a puxou em minha direção fazendo um "O" com a boca.

– O que tem nesse jornal para o Cameron não largar por nada? – Perguntei curioso.

– Eu não sei. – Nash deu de ombros mordiscando mais uma torrada e bebendo o chocolate por cima. – Ele de repente ficou interessado por notícias matinais.

Dei de ombros e fiz o mesmo que ele.

– Não é como se eu não estivesse aqui que vocês estão conversando sobre mim não né? – Cameron nos encarou por cima da folha de jornal aberta.

– Tem outra forma de chamar a sua atenção? – Perguntei rindo.

– É só que as vezes é bom ficar por dentro do que acontece no mundo e na nossa cidade, mané! – Cameron falou me encarando. – Alias vocês dois são uns idiotas.

– O que achou de interessante aí? – Apontei o jornal com o meu dedo indicador.

– Aposto que nada. – Nash respirou fundo. – Jornal tanto em mãos quanto na televisão só traz notícias desagradáveis.

– No geral você tem um pouco de razão. – Cameron dobrou o jornal e o colocou em cima da mesa. – Dinah está passando por aqui em minutos então se algum de vocês dois... – Ele apontou com o indicador o Nash e em seguida eu e continuou. – Fizer ou pensar em fazer alguma gracinha ou piadinha, eu mato cada um com as minhas próprias mãos. – Ele umedeceu os lábios. – Entenderam? – Nash se limitou a concordar fingindo ter medo e gargalhando em seguida.

– Você me conhece e sabe que a probabilidade das gracinhas acontecerem é se eu trouxer alguém, porque vocês me sacaneiam o tempo todo e na verdade é o Nash que costuma conduzir tudo. – Dei de ombros ao terminar de falar.

– Eiii. – Nash levantou as mãos em forma de rendição. – Você é com certeza o certinho da turma, mas... – Ele levantou o dedo indicador. – Não transfere o seu cinco por cento de culpa para mim não.

Ouvimos uma buzina e o Cameron levantou tão rápido que se eu não tivesse segurado a cadeira ela tinha caído no chão. Ele não olhou para trás nenhum momento e seguiu correndo batendo a porta logo atrás de si.