A garota do Starbucks

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Lauren On:

Enquanto caminhava em direção a saída da faculdade peguei o celular e chamei o Uber.

– O que uma gatinha dessas faz sozinha? – Ouvi um comentário de um dos babacas de tantos grupinhos que tinham por ali.

– Não chora gatinha, se quiser eu te consolo. – Outro falou em tom de deboche. – Quer uns beijinhos? – Ele perguntou rindo.

Eu precisava sair dali antes de socar a cara deles sem dó nem piedade até matá-los.

Sequei algumas lágrimas que escorriam pelo meu rosto e esperei uns quarenta e cinco minutos até que o carro chegou confirmando a minha corrida. Entrei no banco traseiro e então ele esperou até que eu falasse o destino.

– Central Park, por favor. – Eu me aconcheguei no banco de trás e sentir o impacto do motorista tomando o seu destino.

Greenwich Village não ficava muito longe dos outros bairros então não demoramos para chegar a não ser pelo fato do trânsito ter uma população maior de carro do que de pessoas fora dele.

Paguei a corrida e desci na frente do Starbucks, sentei em uma mesa com o cardápio nas mãos.

– Posso ajudar? – Uma moça morena de cabelos cumpridos lisos e de um sorriso que desafiava o meu raciocínio de continuar a prestar atenção do que acontecia em minha volta. – Então? – Ela me despertou do meu pequeno instante de transe. – Quer uma sugestão?

– Me dá um chá gelado com limonada, por favor. – Eu pedi e a morena anotou alguma coisa e desgrudou um papel colocando em cima da minha mesa e logo em seguida marcou o meu pedido saindo em direção ao balcão de pedidos. Olhei o papel:

"Prazer, meu nome é Lucy Vives, você deveria disfarçar um pouco a cara de boba quando estava me olhando."

Eu sabia que estava dando muito na cara, em alguns minutos ela chegou com o meu pedido na bandeja e o colocou na mesa sem tirar os olhos de mim.

– Não esperava pelo pequeno recadinho? – Lucy soltou uma risadinha.

– E ainda escreve que eu preciso disfarçar? Senhorita Vives, olhe que eu sou cliente, hein! – Falei rindo vendo as bochechas dela atingirem um tom avermelhado de vergonha.

– Ter um par de olhos verdes é um pouco de sacanagem com a minha sanidade. – Lucy piscou um dos olhos. – Não que eu esteja esperando um retorno, mas no copo tem um número que se você quiser ligar, chama direto no meu celular. – Eu soltei uma gargalhada alta e a morena me acompanhou saindo logo em seguida.

Não que eu quisesse usar ela para esquecer a Camila, mas a Cabello estava ocupada demais correndo atrás de um professorzinho metido a playboy, então eu podia conhecer outras pessoas e eu iria, anotei o número dela no meu celular e tratei de mandar uma mensagem em seguida.

"Não esperava um retorno tão rápido meu né?"

Mandei e bebi um pouco do meu chá que por sinal estava uma delícia e ficamos ali trocando mensagens até eu a convencer de sair comigo.

Camila On:

Nunca senti o dia passando tão devagar, Dinah já não prestava mais atenção na aula e rabiscava alguma coisa nas folhas.

Eu não sei explicar o que acontecia comigo que eu não conseguia prestar atenção em outra coisa a não ser no que havia acontecido mais cedo. "Porque o Shawn tinha que ser o carinha da balada?"

We Got A Love That Is HopelessOnde histórias criam vida. Descubra agora