4. a primeira troca (Paulina)

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Monterrey, dois dias depois

Quando aquela mulher parecida comigo, porém bem elegante, me ofereceu seu cartão com sua proposta eu nem me importei, pois parecia que iria me propor algo ilegal. Continuei meu trabalho normalmente.
  Quando cheguei em casa e troquei de roupa um menino de recados disse que Maria queria falar comigo. Chegando no hospital vou para o consultório de Maria e ela está muito séria

- O que houve Maria? Minha mãe piorou?

- Paulina os exames mostram que você pode doar a medula para sua mãe, vocês são compatíveis, mas o custo da operação está além de suas posses, custa trinta mil dólares fora a estadia no país, pois só pode ser feita nos Estados Unidos.

- O que isso quer dizer? Ainda podemos fazer algo?

- Paulina se sua mãe não receber a medula até amanhã ela vai morrer...

- Eu não posso fazer nada para mudar isso?

- Infelizmente não, a única coisa que você pode é arranjar o dinheiro caso contrario sua mãe morrerá.

                         ***

- A bênção minha madrinha.

- Que a virgem de Guadalupe a abençoe minha filha...

- Como ela está madrinha?

- Ela está bem minha filha, mas agora não quer comer nada...

- Pode ir para casa, amanhã poderia vir mais cedo? Eu preciso fazer um telefonema...

- Está bem menina Paulina...

                     ***

  Peguei no telefone da loja com o coração aos pulos com medo dela ter desistido da oferta. Eu LIGO e o telefone chama três vezes antes de chamar.

- Vejo que finalmente resolveu me ligar Paulina.

- Como sabe que sou em?

- Meu celular tem identificador de chamadas e eu só passei meu numero para uma pessoa de Monterrey, você.

- Eu aceito sua oferta...

- Ótimo, me encontre no clube romantic, sabe onde fica?

- Sim, eu trabalho aí nos fins de semana.

- Ótimo, me encontre no banheiro das damas hoje a noite, estarei esperando por você lá.

  Ela desliga sem nem ao menos se importar se estarei disponível ou não.

                      ***

  Na hora marcada eu recebo um recado do hospital dizendo que minha mãe piorou, eu fui mais rápido que pude ela estava na UTI, encontrei minha madrinha no quarto que minha mãe estava.

- O que vai ser de mim sem minha mãe madrinha?

- Seja forte Paulina, você vai precisar para o que virá...

- Do que a senhora está falando?

- Creio que temos um acordo Paulina; diz Paola toda elegante com um vestido dourado longo de alças finas e um turbante da mesma cor - Vamos não temos mais tempo...

- Mas...

- Vamos logo!

                      ***

No banheiro do clube

  Eu me olho no espelho, estou trajando a mesma roupa, e usando a mesma maquiagem que Paola estamos mais parecidas que nunca.

- Para quê tudo isso?

- Hoje é o casamento de minha melhor amiga com meu primo Luciano, e quero surpreende - lá...

- Não entendo senhora...

- Quero que se passe por mim por uns dez minutos na festa de casamento para ver se ela consegue notar alguma diferença entre nós.

- Para quê tudo isso?

- No momento certo você saberá...

                   ***

  Fiz conforme ela me mandou, fui para a festa, me aproximei da noiva, uma moça de cabelos negros que lhe desciam até as costas, ela usava branco e se encaixava perfeitamente na descrição que Paola me fez.

- Onde você estava Paola?

- Retocando o batom como lhe disse; imitei a voz dela que era um tom mais grave que a minha.

- Você nunca vai deixar de ser vaidosa... Vamos os fotógrafos vão tirar as fotos para o álbum.

  Quando se passaram os dez minutos eu dei a desculpa de retocar a maquiagem e fui para o banheiro do clube onde troquei de lugar com Paola e fiquei esperando por ela. No final da noite ela apareceu com um sorriso nos lábios.

- Ela caiu Paulina, te darei seis mil por hoje, mas se aceitar minha oferta pago o que pedir.

- Que tipo de oferta?

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