O bunker

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- O convite é tentador, mas acho melhor não. - Coloco o capacete.

- Se precisar é só ligar pra gente. - Sam diz me entregando um pedaço de papel com um número.

Pego o papel e aceno com a cabeça positivamente.

Dean entra no carro, Sam sorri pra mim timidamente e logo entra no carro também.

E ali minha intuição diz que não seria a última vez que veria os irmãos Winchester e o impala.

Ligo a moto e acelero, olho no retrovisor e penso vai comer poeira bonitão.

A noite está muito fria e apesar da jaqueta o vento frio entra fazendo meu corpo todo arrepiar, a estrada está vazia como o de costume nesse horário.

A moto está estranha, tenho a leve sensação que o pneu está murchando. Começo a andar mais devagar e logo sinto o impacto do pneu furando.

Com sorte consigo parar a moto sem muitos problemas. Olho no relógio e são 01:47 da manhã, onde arrumaria uma mecânica no meio do nada?

Pego o celular e vejo que tenho 5% de bateria restante, uma gota de água cai sobre a tela. Levanto meu olhar para o céu que começa a chuviscar.

- Tem como piorar, Miller?!

Pego o papel que o Sam tinha me dado com seu número e disco. Começa a chamar, chama uma, duas, três quatro vezes e a ligação cai.

Olho a tela do celular e vejo 3% de bateria.

Antes que eu pudesse começar a ligar novamente um número desconhecido me liga.

- Pensei que demoraria um pouco para essa ligação, Sam.

- Alisson? O que aconteceu? -Pergunta Sam.

- Pensei que ela demoraria mais para ligar. - Retruca Dean, do outro lado da linha.

- Meu pneu furou, estou no meio do nada.

- Isso que dá tirar sarro do meu carro.-Diz Dean.

- Estamos indo não sa... - Antes que o Sam pudesse terminar a frase o celular desliga.

- Mas que merda!- Grito dando um suspiro.

A estrada está escura, com apenas meus faróis ligados. A chuva começa a engrossar e não tem nenhum lugar pra poder me esconder.

- Noite de merda. - Digo guardando o celular no bolso pra ele molhar menos .

Então lembro do whisky que  estava guardado, ele está pela metade mas não faz mal.

Respiro fundo e do um gole. A bebida desce quente e rasgando, solto o ar que está preso nos meus pulmões e me sinto mais leve.

Lembranças um pouco antes da minha mãe ser levada me vem na mente.

Estávamos jantando, minha mãe estava com jeans desbotado e uma camiseta do Nirvana servindo o suco.
Ela estava com um sorriso tão lindo, aliás ela sempre estava sorrindo. Minha mãe sempre acreditou que levar a vida de um jeito calmo e alegre resolveria qualquer coisa . É o lema dela,sorrir prós obstáculos que a vida nós dá.

Sorrio ao lembrar da voz dela dizendo Se a vida te dê um limão faça uma caipirinha.

Bebo mais um gole do whisky e começo  a ver um farol ao longe se aproximando.

Quem diria Bob, que um dia eu ajudaria os Winchester e neste mesmo dia eles me ajudariam.

Se minha mãe tivesse aqui diria que isso é coisa do destino.

A Caçadora PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora