A PESQUISA
A alvorada já despontava quando Mason acordou num sobressalto ao ouvir o galo do vizinho cantar antes mesmo do rádio relógio ter despertado no horário de praxe. Esfregou os olhos com os punhos cerrados na tentativa de se recompor.
Os primeiros raios solares já se infiltravam pela fresta da cortina propiciando um espetáculo de poeiras brilhantes se movimentando no ar como uma coreografia bem ensaiada.
Ainda sôfrego, após escovar os dentes e lavar o rosto, se arrumava para mais um dia de trabalho. Ele sabia que aquele dia não ia ser muito rentável no trabalho por causa da chata e insistente ressaca. "Meu Deus, porque eu fui beber aquele whisky todo", pensou desolado.
Depois de preparar um café bem forte e bebe-lo juntamente com um comprimido de aspirina já estava se dirigindo para a porta da sala para abri-la e começar mais um dia árduo de trabalho, Joana se aproximou por detrás na ponta dos pés descalço e deu um beijo na nuca dele. - Bom trabalho amor. - Cabisbaixo, ele se virou e beijou a testa da esposa em retribuição.
Após Joana fechar a porta, Mason pensava enquanto colocava mais ração para o cão e trocava a água dele, mesmo depois de toda aquela confusão sua esposa tinha vindo lhe desejar um bom dia, "é difícil entender as mulheres".
Mason decidiu que iria para o trabalho de ônibus, como era longe e não dispunha de muito dinheiro para abastecer o carro todo dia, seria mais econômico ir de transporte público. O ponto de ônibus estava bem cheio, e o coletivo muito mais, mesmo assim conseguiu um assento na parte detrás do veículo, até se aproximar uma senhora de idade fazendo-o se levantar para ceder seu lugar para ela.
Eram quinze pras sete quando chegou ao trabalho. Seu colega e ajudante, Bruno da Conceição já estava arrumando as ferramentas para dar início a mais um dia de labuta. Bruno era um jovem bem forte, braços curtos, porém musculosos, estatura baixa, olhos castanhos e cabelos crespos no mesmo tom da cor dos olhos, era mais conhecido pela alcunha de "Coelho" por causa dos dentes protuberantes.
- Fala Coelho, animado pro final de semana? - quis saber Mason, até para poder puxar conversa já que coelho adorava bater papo, falava pelos cotovelos, porém, aquilo não incomodava Mason porque o rapaz era um ótimo ajudante, além de ser um touro em trabalhos pesados.
- Sabe aquela gatinha que eu te falei na semana passada?
- Como é o nome dela mesmo? Chiquinha? - Mason riu.
- Para de palhaçada Mason, é Francisca, quando você ver ela vai ver que é uma gatinha, independente do nome - Coelho falou consternado.
- Foi mal, fala aí, o que aconteceu?
- Então... eu chamei ela pra dar um rolê comigo e ela aceitou, não é demais!
- É sim, mas você sabe se ela é adulta ou de menor? Olha lá o que você vai fazer moleque - ele deu uma olhada de soslaio para Coelho.
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LÁGRIMAS de SANGUE
HorrorDavid Frienbach pensava que era apenas mais um ser humano comum entre bilhões de outros, entretanto, ele recebeu como herança, dada por seu avô após ter feito um pacto satânico no intuito de ganhar fama, poder e dinheiro, um dom sobrenatural que par...