ALARME FALSO
- Bom dia filho - meu pai chamou-me batendo na porta de meu quarto. - Samuel tá aqui, pode mandar ele entrar?
- Pode sim pai, já tô acordado.
Segundos depois meu melhor amigo Samuel entrou no quarto mexendo nos meus filtros dos sonhos, rodando eles com o dedo.
- E aí maluco, dormiu bem essa noite? Não teve nenhum pesadelo? - Samuel perguntou se espojando na minha cama.
- Graças a Deus não, não tive nenhum pesadelo essa noite.
Samuel Duskin, um rapaz ruivo com muitas sardas no rosto se tornou meu melhor amigo desde o primário, me defendeu de muitos brigões na escola, era a única pessoa além de meu pai e minha vó que sabia sobre meu dom.
- Vim aqui pra te levar pra dar um passeio cara, tem meses que você não dá um rolê, só vive de casa pro trabalho, escola e depois casa de novo, você precisa se divertir um pouco amigo, e não adianta falar que não pois já combinei com a Yumi e a Brenda! - meu amigo disse afirmativamente sem me dar chances de recusar. - Além do mais a Yumi vai acabar desconfiando que você tem algum problema por insistir em nunca querer sair de casa, vai arriscar perder aquela gatona? - Com todo aquele argumento decidi ceder aos apelos de Samuel.
- Tá legal Samuel, eu vou, mas você sabe que eu evito ter emoções fortes, olha lá o que você tá planejando pra gente! - eu disse olhando Samuel de soslaio meio desconfiado.
- Pode ficar tranquilo David, só vamos dar um passeio light - meu amigo falou esboçando um sorriso malicioso mostrando os dentes amarelados devido ao vício do cigarro.
- Olha lá em maluco, eu conheço esse seu sorriso de sacana.
A manhã de primavera se iniciava com a exuberância dos cantos dos pássaros por entre as flores recém desabrochadas enfeitando com lindas cores a grande cidade acinzentada dando vida a floresta de concreto.
- Afinal Samuel, onde nós vamos? Preciso saber pra colocar uma roupa adequada.
- Eu pensei em irmos no shopping, depois pegar um cinema, claro que vai ser um filme "mela cueca", nada de violento pra você não ter pesadelos.
Decidi calçar um tênis confortável, uma bermuda social verde musgo e uma camisa polo no tom mostarda. Demorei um pouco pra escolher a roupa debaixo de protestos do meu amigo dizendo que eu estava demorando. - Cara, você tá parecendo uma noiva escolhendo o vestido.
- Pô Samuel, não enche o saco, tô nervoso, faz tempo que eu não saio.
- Você tá ótimo irmão - ele disse arrumando a gola da minha camisa polo. - Partiu? - concordei com a cabeça.
Samuel também usava roupas confortáveis, só a camisa era diferente, ele usava uma regata em vez de uma camisa polo como eu, bem propício para um dia que prometia ser quente.
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LÁGRIMAS de SANGUE
HorrorDavid Frienbach pensava que era apenas mais um ser humano comum entre bilhões de outros, entretanto, ele recebeu como herança, dada por seu avô após ter feito um pacto satânico no intuito de ganhar fama, poder e dinheiro, um dom sobrenatural que par...