LACRAIAS

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LACRAIAS

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LACRAIAS




-LAURA... LAURA... - eu gritava socando a porta da cozinha. O frio da madrugada não me afetava, mesmo estando sem camisa a adrenalina mantinha meu corpo aquecido. - LAURA... LAURA...

Depois de um breve momento que para mim parecia longo, uma luz acendeu dentro da residência. Laura, de camisola florida, abriu a porta espantada.

-Porque esse desespero todo David, aconteceu alguma coisa? - ela olhou pra mim dos pés a cabeça, reparou que eu estava descalço e sem camisa, apenas com a calça jeans desabotoada e o zíper fechado pela metade mostrando o cós da minha cueca vermelha, esticou o pescoço e olhou por sobre meu ombro procurando pela sobrinha. - Cadê a Jaque David?

Eu respirei fundo tomando fôlego e coragem pra falar. O suor escorria pelas minhas têmporas.

-É que... eu e a Jaqueline... é que...

-Cadê a Jaque, desembucha logo homem!

Eu não conseguia encarar Laura, esfregava minha cabeça freneticamente,como explicar pra Laura que a sobrinha estava no paiol desmaiada, ou até mesmo morta. A questão era que Jaqueline estava no paiol desacordada e precisávamos agir rápido para socorrê-la, tomei coragem e falei.

-A Jaqueline tá no paiol desacordada e me propôs... - não tive tempo de completar a frase, Laura saiu correndo me empurrando da frente dela. Eu a segui.

Ao entrar no paiol Laura se deparou com a sobrinha coberta apenas com um lençol que eu tinha colocado sobre ela. A tia balançava sua sobrinha chamando-a pelo nome.

-O quê aconteceu aqui David? - ela perguntou levantando o lençol descobrindo a nudez de Jaqueline. A jovem médium estava totalmente pálida, muito mais branca que o normal dela.

-A Jaqueline falou que se... se a gente transasse poderia me ajudar ater uma visão mais profunda sobre... sobre meu dom - falei de cabeça baixa com as mãos entrelaçadas em frente ao corpo igual uma criança levada que está arrependida da peraltice.

-E você aceitou essa proposta maluca? - Laura falou me fuzilando como olhar e colocando as roupas em Jaqueline. - O que a gente precisa fazer agora é arrumar um carro pra levar a Jaque pro hospital -Laura terminava de colocar as roupas no corpo mole de Jaqueline sempre tentando acordar a sobrinha balançando ela e a chamando pelo nome. Percebi que Laura começava a chorar em desespero ao ver a sobrinha desfalecida sem ter nenhuma reação em acordar.

-Não tem como a gente ligar pra ambulância pra vir buscar ela? -falei enquanto vestia minha camisa e o tênis.

-Não adianta chamar por ambulância, polícia ou até mesmo bombeiros, você viu o quanto as pessoas daqui odeiam a gente, teve uma vez que a Jaque passou mal, eu chamei a ambulância e depois de duas horas eu fui no hospital pra saber o quê tinha acontecido poisa ambulância não tinha vindo, quando cheguei lá a ambulância tava parada no estacionamento do hospital e o motorista tava de bate papo com a recepcionista, eu reclamei com eles, até bati boca, mas eles falaram que não tinha recebido nenhuma ligação pedindo socorro, e olha que eu liguei umas cinco vezes - Laura comentou ainda balançando Jaqueline tentando acordá-la.

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