ENCONTRO INESPERADO

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ENCONTRO INESPERADO

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ENCONTRO INESPERADO




Passei praticamente os finais de semana do verão ajudando tio Jair venderas águas de coco dele sem nenhum fim lucrativo, eu estava trabalhando ali com ele somente na intenção de ajudá-lo. Até que foi agradável, quando o calor fadigava o corpo era só dar um mergulho no mar que a sensação térmica logo baixava, mesmo sendo já final do verão o sol ainda brilhava com intensidade. Vendia a água depois dava um mergulho refrescante, uni o útil ao agradável.

Samuel,Brenda e Yumi quase sempre estavam conosco. Yumi parecia um camarão de tanto que pegava sol, seu bronzeamento tinha passado de um tom quase moreno para um vermelho esquálido. Minha tia Janaina, Clarice e tio João sempre apareciam para dar uma ajuda também, porém naquele sábado tia Janaina fazia uma faxina numa casa de uma madame,e tio João com Clarice estavam no centro de Obajara à procura de emprego no comércio da cidade

Muitos conhecidos passavam pelo ponto de vendas de água de coco do meu tio.Coincidentemente um carro de vendas de materiais de construção"Construall" onde tio Jair trabalhou por décadas parou em frente da gente. Um rapaz de vinte e poucos anos desceu do carro branco e se aproximou da barraca, tirou os óculos escuros deixando amostra seus olhos castanhos claros sob grossas sobrancelhas e me pediu uma água de coco. O atendi cortando a ponta do coco, abrindo um buraco e colocando o canudo no orifício.

Meu tio tinha acabado de comer seu yakisoba que eu busquei de moto num restaurante asiático perto dali, jogou o potinho de papel e os hashis na lixeira, ao se virar olhou pro rapaz que eu acabara de atender e o encarou com certa surpresa.

-Oi Felipe, quanto tempo não te vejo, tá sumido amigo! - tio Jair falou dando um abraço caloroso no rapaz moreno e barbudo que trajava um tênis, calça jeans lavada e uma camisa branca com o logotipo da empresa bordado na altura do peito esquerdo em letras verdes.

-Oi Jair, que surpresa boa, faz bastante tempo mesmo que a gente não se vê - Felipe replicou devolvendo o abraço um pouco sem graça -,você tá curtindo uma praia?

-Que nada amigo, tô trabalhando aqui agora, vendendo água de coco,as coisas não estão muito boas pra mim, desde que eu sai da firma não consegui arrumar outro emprego compatível com minha profissão de vendas - meu tio disse olhando saudosamente para a logomarca adesivada no volkswagen branco.

-Eu não sabia disso Jair, pensei que você já tinha arrumado outro emprego, eu sinto muito.

-Pelo jeito você foi promovido na firma - meu tio comentou apontando para o veículo da empresa -, tá de motorista agora? - percebi um certo ressentimento na voz dele.

-Pois é, como eu conhecia a rota que a gente fazia eles me colocaram no seu lugar! - Felipe tentou argumentar meio sem jeito.

-Quero te apresentar meu sobrinho David - tio Jair me chamou pra mais perto e concluiu. - Esse é o Felipe, o rapaz que eu ensinei a trabalhar, chegou lá na firma sem saber nada e olha só ele agora,tá trabalhando no meu lugar, isso é que é um cara de talento,cresceu na firma pelo próprio mérito! - Eu notei um certo sarcasmo na entonação de voz do meu tio. Cumprimentei Felipe que desviou o olhar da gente.

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