- Solte a mulher Mason, você está sufocando ela - Ana tentava inutilmente soltar a velha do forte aperto que Mason empregava em torno do pescoço da mulher com suas enormes mãos. - Pelo amor de Deus, você vai matá-la - Ana praticamente estava pendurada nos braços do filho tentando baixá-los. A imagem da velha flutuando no ar com o aperto mortal de Mason como se não houvesse gravidade desesperou Ana. Era fácil para ele levantá-la, com mais de cem quilos de puro músculo não tinha nenhuma dificuldade em levantar uma senhora de quarenta e poucos quilos. Ana então começou a esbofetear os braços do filho, lembrou que ele odiava quando davam tapas na sua cabeça, a velha já estava ficando roxa, as pernas balançavam freneticamente suspensas no ar, então Ana começou a lhe dar fortes tapas na nuca. Deu resultado. Ele largou a velha que se estatelou no chão como uma boneca de pano. No mesmo instante ele se virou para a mãe com uma expressão de fúria no rosto, o que assustou tremendamente Ana, ela nunca tinha visto seu filho com tanta raiva assim.
- Você sabe quem é essa mulher? - Mason gritou -, foi por causa dela que Joana morreu - disse com os olhos crispando de ódio.
- Por causa disso você vai se tornar um assassino de velhinhas? - Ana redarguiu. Aquela frase o impactou. Ele se virou e viu a mulher caída no chão esfregando o pescoço com as marcas dos dedos dele tentando desesperadamente encher os pulmões de ar. Olhou para as mãos calejadas por um instante, depois para a velha que arquejava no chão, enterrou o rosto nas mãos numa forma de arrependimento.
Ana se aproximou dele, ainda receosa e o abraçou afagando-o.
A rua já estava repleta de curiosos que foram ver o que era aquela balbúrdia.
Ana ajudou a velha a se levantar, pegou no braço dos dois e começou a levá-los para dentro da casa.
- Eu não vou permitir que essa mulher entre na minha casa - Mason falou com uma entonação de raiva na voz.
- Nós vamos conversar lá dentro, não vamos ser palco de espetáculo pra esse bando de fofoqueiros.
- Eu... eu só quero te ajudar Mason! - A velha disse com certo receio, a voz meio rouca devido ao forte aperto no pescoço.
- Me ajudar em quê? Desde que você apareceu pra gente você só trouxe desgraça na minha vida.
- Eu só quero falar sobre o Luiz... teu sogro... quero contar toda a verdade sem esconder nada.
Mason a olhou de esguelha, surpreso, e concluiu: - Não tem nada que eu queira saber sobre meu sogro.
- Tenho certeza que você vai querer ouvir a história que eu sei sobre ele... sobre nós... - ela baixou a cabeça como se estivesse arrependida de algo ruim que fizera.
- Vamos todos entrar e terminar essa conversa lá dentro - ordenou Ana.
- Eu sou Ana Alencar, mãe de Mason. - Apesar da situação deplorável da velha, toda suja e fedida Ana estendeu a mão para cumprimentá-la.
- Eu sou Valéria Mendes, ex amante de Luiz Barbosa, sogro de Mason - mãe e filho se olharam confusos. - Será que posso me sentar? A história que tenho pra contar é longa e muito complicada.
Mason puxou uma cadeira a contra gosto e ofereceu para Valéria. Ana deu um copo com água para Valéria que aceitou de bom grado. A mãe também pegou uma cadeira e sentou-se em frente a velha imunda. Ele preferiu ficar em pé. Abriu a janela da cozinha para diminuir o fedor de Valéria.
- Em primeiro lugar eu jamais quis lhes causar mau nenhum.
- A tá, não queria mas destruiu a minha vida.
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LÁGRIMAS de SANGUE
HorrorDavid Frienbach pensava que era apenas mais um ser humano comum entre bilhões de outros, entretanto, ele recebeu como herança, dada por seu avô após ter feito um pacto satânico no intuito de ganhar fama, poder e dinheiro, um dom sobrenatural que par...