Adaptação

9 2 1
                                    

Vic

Capítulo 3               Adaptação

Acordei com beijinhos no pescoço e a voz de Max sussurrando em meus ouvidos, achei que estivesse sonhando, isso aconteceu tantas vezes que eu ainda não tinha como ter certeza se estava realmente acontecendo ou era só uma ilusão.

__Acorda dorminhoca, vamos perder a embarcação para Malie. – me espreguicei e percebi que ainda estava nua, me cobri com o lençol e ele riu. __Precisa se arrumar, sairemos em uma hora.

__Eu já vou. – falei e ele ficou me olhando com um sorriso. __Você pode me esperar lá fora.

__ Vic, deixa de ser boba, depois de tudo ainda tem vergonha de mim?

__Sim, e não me chame de boba. – falei firme na intenção de intimidá-lo. Ele riu, me beijou e saiu me dando privacidade.

A viagem de paquete pela baía Bae Mor foi tranquila, a tensão maior era minha, em relação ao meu cabelo, o mantive preso em um coque e cobri com um chapéu nos momentos em que precisei sair de nossa cabine. Foram três dias presa, mas ao chegar no porto em Malie, não houve jeito, tive que enfrentar as pessoas. Ninguém parecia perceber quem eu era, mas fiquei alerta.

__Calma, não está dando para ver seus cabelos. – Max disse ao meu lado tentando me tranquilizar.

__Iremos andando?

__Não, muito distante. Vou procurar uma condução. – esperei impaciente segurando meu chapéu para que o vento não o tirasse.

Era estranho estar de volta as ruas de Malie, Max conseguiu um coche para nós e enquanto deslizávamos pelas ruas calçadas, me lembrei dos passeios que fiz acompanhada por Caleb ou por Bianor e cheguei a sentir saudade. Estava tudo igual, o que para mim causava estranheza, já que passei cinco anos fora, mas como aqui só haviam se passado duas semanas, era normal estar tudo igual.

Descemos em frente ao portão da mansão e os guardas se colocaram em prontidão.

__Queremos falar com Briseu. – Max falou para o guarda que se aproximou. __Diga que Max e ... – ele pausou __diga que Max está aqui.

__O ancião está esperando por vocês? – o guarda perguntou. Eu me lembrava dele e me lembrei que uma vez ele me impediu de chegar ao portão por ordens de Caleb.

__Não, mas ele irá nos receber. – Max disse com seriedade. O guarda fez uma expressão de desagrado.

__É preciso ter hora marcada para que o ancião receba visitantes.

__Mas somos amigos de Zorah, diga que estamos aqui e ele nos receberá. – Max tentou mais uma vez e pela expressão do guarda percebi que ele não iria atender nosso pedido, perdi a paciência e arranquei meu chapéu, meus cabelos caíram pelos meus ombros e seus olhos se abriram em espanto.

__Senhora!

__Queremos falar com Briseu agora! Você pode ir falar com ele, por favor? Ou vou ter que botar esse portão abaixo? – eu estava pronta para abrir os portões à força, mas Briseu apareceu no pátio e deu ordens para que nos deixassem passar.

__Abram os portões. – ele falou com calma.

__Briseu! – eu o abracei assim que pude transpor a passagem sob o arco onde o portão se encontrava. __Senti tanta saudade. – ele estava exatamente como antes, os mesmos cabelos acinzentados e o rosto fino, com traços nobres, seus olhos em um tom de cinza me receberam calorosos.

__Minha querida, como você está? – ele perguntou com um sorriso. __Era impressão minha ou você estava pronta para arrebentar o portão da mansão do ancião da cidade? – eu ri.

Andirá - o retorno a AtlantisOnde histórias criam vida. Descubra agora