Mensagens da deusa

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Vic

Capitulo 30                                    Mensagens da deusa

Alexandra se aproximou de mim devagar e os observamos montar e sair.

__Não está chateada por eu ter dito aquilo, está? – ela me perguntou sem olhar para mim.

__Claro que não Alexandra. – falei tocando seu ombro. __Também gostaria de estar indo com eles, mas... – pausei e olhei as pessoas ao nosso redor. __olhe para eles, precisam de nós.

Voltei para casa e me sentei em um sofá coberto com a pele de um animal felpudo. Celandine veio se sentar próxima a mim.

__Você está bem?

__Sim, só preciso descansar um pouco, sinto que a barreira está sugando mais de mim.

__Posso doar parte da minha energia. – ela me deu a mão.

__Obrigada, mas acho que se me emprestar seus cristais já será suficiente. – ela assentiu e foi ao quarto buscar os cristais em seu baú.

Eu estava concentrada em uma posição de meditação, com as pernas dobradas e os olhos fechados quando ouvi a voz da menininha.

__Ela tá aqui. – abri meus olhos e vi os pais da criança no meio da sala de senhor Ernesto. Eles se ajoelharam diante de mim, eram jovens, ainda não tinham trinta anos e pareciam cansados e abatidos, mas os olhos estavam vivos e cheios de agradecimento.

__Obrigada Senhora, por curar minha velha mãe. – o homem disse numa voz embargada.

__Levantem-se por favor! – eu pedi e eles prontamente obedeceram. __Como ela está? Perguntei.

__Muito bem, graças a Senhora. Ela não saía daquela cama há cinco anos. E hoje nós a encontramos de pé, cozinhando!

__Que bom. – falei e a menina veio se sentar em meu colo. Nesse instante Celandine chegou com os cristais e o jovem casal se apresentou, mas antes repreenderam a criança.

__Não faça assim Tita, saia!

__Não, - eu pedi __deixe-a ficar, me faz bem o carinho dela.

Celandine me ofereceu os cristais e os mantive dentro de minhas mãos fechadas enquanto ela conversava com o casal. Titã aconchegou-se a mim e sussurrou.

__Tem uma menina aqui. – olhei para ela um tanto confusa.

__O que minha querida?

__Aqui. – ela tocou minha barriga com a mãozinha. __Tem uma menininha.

__Como sabe disso? – também sussurrei.

__Eu não sei. A voz da moça fala em minha cabeça.

__Que moça?

__Aquela igual a você. – senti um calafrio percorrer meu corpo e Celandine se voltou para mim.

__Está tudo bem? – assenti movendo a cabeça, os pais de Tita a chamaram e ela beijou meu rosto antes de segui-los.

__O que conversava com a criança? – Celandine me perguntou.

__Nada importante. – falei, não tinha certeza do que acontecera e precisava descansar, focar na barreira. Depois de alguns minutos entreguei os cristais a Celandine e resolvi comer.

__Você parece melhor. – Alexandra comentou ao me ver pegar um segundo pedaço de pão.

__Sim, já não tenho tanto enjoo. Acho que o que eu precisava era liberar um pouco de energia. – comentei e conversamos um pouco depois do almoço e logo a casa do senhor Ernesto começou a receber moradores, que queriam conhecer a deusa. Recebi alguns deles, mas no final da tarde Celandine pediu ao dono da casa que não permitisse mais ninguém entrar. Eu fui para o meu quarto e me deitei.

Andirá - o retorno a AtlantisOnde histórias criam vida. Descubra agora