Andirá - o retorno a Atlantis

Amor e Força

Vic

Capítulo 51                        Amor e força

O barco me levou por toda a extensão do lago e cheguei a margem habitada por mais moradores Aiesh, ao contrário dos amigos de Ekualo, eles não foram agressivos, só curiosos. Sabia que não encontraria meu amigo por ali, ele havia ido em direção oposta, ao vilarejo do outro lado.

Caminhei por uma estrada larga e encontrei pessoas, Atlantis como Max e Celandine, parei para me informar do melhor caminho para Megaron a uma mulher que lavava roupas em um tanque de água as margens da estrada.

__Boa tarde, a senhora poderia me dizer como chego a Megaron? – ela me olhou com curiosidade, não pelos meus cabelos, tomei o cuidado de cobri-los, mas seus olhos pousaram em minha barriga.

__Megaron? – ela se ergueu __Está longe, deve voltar e pegar um atalho às margens do lago e descer a encosta até o próximo lago, mas... – ela voltou a olhar minha barriga. __A Senhora está sozinha na estrada?

__Hã, bem sim, mas vou encontrar meus amigos em Megaron.

__Não é um caminho fácil. Não deveria ir sozinha, é perigoso.

__Não há como ir pela estrada?

__Sim, mas terá que seguir até a cidade de Lenora e depois pegar o caminho para o mosteiro. – eu desanimei, queria sentar ali no chão e chorar. __A senhora não quer descansar em minha casa? – ela se prontificou ao perceber minha expressão desolada.

__Obrigada. – disse pondo um sorriso no rosto à força __Mas preciso mesmo chegar a Megaron. – deixei a mulher para trás e voltei pelo caminho até chegar ao início da trilha, próximo ao local onde deixei o barco que tomei emprestado.

A trilha era larga e confortável no início do trajeto, mas conforme avançava, o terreno começou a apresentar declives íngremes e no fim tive que caminhar por encostas estreitas. Meu temor aumentou quando a luz do dia foi diminuindo e o medo me fez sentir fraca e indefesa. Encontrei um senhor subindo a trilha e ele se assustou.

__Para onde vai minha senhora?

__Estou indo a Megaron! Este é o caminho certo?

__Sim, mas está sozinha? Seu marido não a acompanha?

__Vou encontrá-lo em Megaron. Resolvi responder para evitar maiores complicações. O que afinal havia com esse povo? Uma mulher não podia viajar sozinha sem que perguntassem pelo seu marido?

__Não deveria fazer esse percurso nesse estado.

__Bem, eu preciso mesmo ir a Megaron.

__Onde vai passar a noite?

__Não sei. – respondi um pouco assustada, ele olhou ao redor e ficou um tempo a pensar.

__Vou voltar com a senhora até um acampamento, posso passar a noite com a senhora, mas não posso acompanhá-la até o mosteiro.

__Obrigada, mas não quero atrapalhar. – ele fez um gesto com a mão me dizendo que não voltaria atrás e me ajudou a chegar ao local mencionado. Era um grande espaço aberto com algumas poucas árvores espalhadas e uma fonte de água perto. Não havia ninguém somente os restos de uma fogueira apagadas. O senhor que se apresentou como Tales, tinha os olhos escuros e cabelos grisalhos, lembrava um pouco meu avô. Ele forrou uma manta no chão ao lado da fogueira, que acendeu e preparou chá.

__A senhora estava onde e por que caminha sozinha por estas trilhas de mercadores?

__É uma longa história. – falei na tentativa de persuadi-lo a esquecer a pergunta, mas ele olhou a escuridão ao redor.