Uma surpresa

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Vic

Capítulo 14 Uma surpresa

Passamos uma manhã agradável com o capitão Skipp, ele nos contou sobre suas aventuras no mar desde o tempo em que era só um menino. Rimos e descontraímos, foi bom para relaxar e esquecer os últimos acontecimentos.

Perto do meio dia, Max e eu nos despedimos do capitão e saímos, e ainda no convés, o capitão nos acompanhou e quando estávamos na prancha de descida para o cais, eu o avistei. Trajava calça bege de algodão cru e mais nada, ele estava sem camisa e de pés descalços, e os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo baixo com um tira de couro. Meu coração bateu forte, enquanto o observava carregar sobre os ombros um fardo de lã de ovelhas. Ele o depositou no chão e antes que se voltasse, desci às pressas e toquei em seu ombro.

__Caleb! – ele se virou confuso e eu não soube o que dizer, pois em tudo ele era parecido com Caleb, mas não haviam tatuagens em seu rosto, as marcas ao redor de seus olhos não estavam lá.

__Vic! – Max já estava ao meu lado e olhava assustado para o homem à minha frente.

__Me conhece jovem senhora? – ele perguntou e sua voz me tomou, meu ouvidos zumbiram e desmaiei. Acordei de volta à cabine do Capitão Skipp.

__Max. – gemi ao vê-lo do meu lado. __Acho que vou vomitar. – me inclinei na cama e despejei o conteúdo do meu estômago no chão, voltei a cair na cama. __Me desculpe.

__Está tudo bem. – Max passou a mão em meu braço e ouvi o Capitão Skipp chamar o grumete para limpar o chão.

O rapaz chegou com um balde e um esfregão e antes de se pôr a limpar, falou com o Capitão.

__Senhor, aquele homem está lá fora. Ele insiste em entrar para ver a Senhora. – Max levantou-se com uma expressão de desagrado e o rapaz continuou __Os soldados o estão segurando, mas ele insiste em entrar.

__Eu vou até lá. – Capitão Skipp disse com o semblante severo.

__Não, - falei mais forte. __eu vou!

__É melhor ficar aqui descansando Vic. – Max me pediu.

__Não, eu preciso saber quem ele é. – falei me erguendo, Max suspirou, sabia que eu não voltaria a me deitar.

__Tome! – ele me deu o lenço. __Cubra os seus cabelos. – envolvi o lenço ao redor da cabeça e segui para o convés. Era possível ouvir a voz dele exigindo que o deixassem passar. A mesma voz, o mesmo jeito autoritário de falar. Me aproximei e ele se acalmou, puxou os braços com força das mãos dos soldados.

__Senhora, por favor, preciso que me diga de onde me conhece. – ele parecia desesperado.

__Senhor, eu...eu acredito que tenha me enganado. Achei que o conhecesse, mas seu rosto não é igual ao dele. – ele olhou para o chão com ar desolado.

__Pensei que pudesse me dizer quem sou. – ele falou e fiquei confusa.

__Como não sabes quem és?

__Perdi a memória, não sei de onde venho ou quem sou. – ele disse e senti meu corpo reagir, meu coração se acelerou. Olhei para Max, tenho certeza que ele pensou o mesmo que eu.

__Quando foi isso? – Max perguntou.

__Algumas semanas atrás acordei em uma ilha sem noção de nada.

Andirá - o retorno a AtlantisOnde histórias criam vida. Descubra agora