Surpresas desagradáveis

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Max

Capitulo 37                            Surpresas desagradáveis

Acordei com um chute e ouvi os estalidos da língua estranha dos Handarianos, me colocaram de pé e me algemaram. Logo trouxeram Alexandra, que haviam levado depois do primeiro dia nas minas. A observei se aproximar e vi que estava mais ferida que antes e suas roupas estavam rasgadas.

__O que fizeram com você? – perguntei assim que fiquei ao seu lado, levei um empurrão e Alexandra me encarou com tristeza. Senti meu estômago se contrair, a raiva fervilhando em meu sangue.

__Está tudo bem. – ela disse e tentou sorrir, mas seus lábios estavam machucados e ela fez uma careta de dor.

Fomos levados para fora da mina e notei que o céu começava a clarear. Quando estávamos em local aberto a nave surgiu sobre nós e fomos transportados para dentro dela. O Handariano que nos interrogou estava lá e se aproximou.

__Parece que sua deusa voltou e quer negociar. – ele disse direcionado a mim. Lamentei mentalmente, não queria que Vic se entregasse para nos salvar, mas Alexandra não podia continuar aqui. O Handariano caminhou para junto dela e tocou seu rosto com sua mão enluvada. __Está mais mansinha? – ele perguntou e Alexandra cuspiu em seu rosto, levando uma bofetada em seguida. __Vejo que não. – ele limpou o rosto com as costas da mão.

__Canalha! – gritei impotente. __Eu vou matar você! – levei um safanão e cai de joelhos.

Seguimos até a Vila e a nave pairou sobre a praça, então fomos levados ao chão e ela estava lá, com a mesma roupa, ainda descalça e os olhos brilhando como duas estrelas faiscantes. Celandine e Caleb estavam em frente à casa do senhor Ernesto. Aquele miserável deveria protegê-la, não entregá-la ao inimigo. O Handariano sorriu, satisfeito ao vê-la submissa a espera dele.

__Me custa a acreditar que uma jovem tão franzina possa ser tão poderosa. – ele disse com desprezo e Vic permaneceu como estava, sua expressão sem emoção começou a me preocupar. Ela parecia ausente. __Não vai dizer nada? – ele a provocou e ela permaneceu impassível, cheguei a pensar que talvez fosse um plano de Caleb, que o exército de Malie invadiria a praça a qualquer momento. O Handariano continuou __Eu tenho uma proposta a fazer. Tenho aqui seu preferido entre os Atlantis e uma de suas amiguinhas. Confesso que vou sentir por deixá-la ir, mas o farei se você vier comigo. Eu libertarei esses dois em troca de sua ajuda para conquistar meus inimigos. - Vic caminhou até nós e eu me desesperei, pensei nela e em nosso filho.

__Não faça isso Vic, por favor, não se entregue. – gritei consternado. __Caleb, faça alguma coisa. – tentei me mover, mas fui contido pela energia que provinha das algemas. Vic parou diante de nós e olhou para os guardas que cercavam o local e para os dois que nos mantinha aprisionados e se aproximou de Alexandra.

__Arqueira, está muito ferida, mas logo tudo ficará bem. – Alexandra olhou para mim assustada, pois apesar de estarmos vendo e ouvindo Vic, não era ela que falava. Então ela libertou Alexandra das amarras e disse __Vá até a anciã, ela cuidará de ti. Alexandra deu passos vacilantes em direção a Celandine, que veio correndo ao seu encontro. Avistei Filipe à porta, ele estava com múltiplos ferimentos e se movia com muletas. Deve ter lutado corpo a corpo com os invasores depois que fomos levados.

Vic parou diante de mim e observei que os Handarianos estavam paralisados, somente seus olhos assustados se moviam em desespero.

__O que fez com eles? – perguntei logo que ela me libertou.

__Não vou matá-los, sou benevolente e vou conceder uma oportunidade de se arrependerem e se redimirem.

__Onde está Vic? O que fez com ela? – a inquirir mesmo desconfiando de que falava com a deusa.

Andirá - o retorno a AtlantisOnde histórias criam vida. Descubra agora