Unindo forças

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Vic

Capítulo 26           Unindo forças

Acordei assustada com algo, não sabia o quê, mas havia perigo. Me sentei e olhei ao redor. Caleb também ficou de pé, então me levantei e fui até ele, Max me seguiu.

__Você sentiu isso? – perguntei antes de Max me pegar pela mão.

__O que houve? – ele perguntou e Caleb respondeu.

__Os Handarianos estão por perto.

__Por terra? – Max ficou assustado.

__Acho que no ar. – respondi olhando para o céu. __Eles estão monitorando o entorno.

__Precisamos nos esconder. – Max olhou ao redor em busca de um lugar.

__Mas e o resto dos homens? – perguntei. __Não há lugar para todos se esconderem!

__Vic, - Caleb me chamou __podemos iludi-los.

__Como?

__Posso criar uma ilusão de que não há ninguém aqui, mas são muitos homens e o espaço é grande, por isso preciso que se una a mim.

__Não! – Max falou e olhei para ele chocada.

__Max!

__Não há tempo para isso! Logo eles estarão aqui. – Caleb falou com raiva. __Eu preciso que ela segure em minha mão, você também pode me ajudar. – ele disse e Max estava pronto a retrucar quando Celandine veio até nós.

__O que está acontecendo? Estou sentindo algo no ar, vocês sabem o que é? – olhamos para os soldados, que começaram a se levantar sendo acordados pelos soldados de guarda, que perceberam nossa movimentação.

__Os Handarianos estão vindo. – falei __e precisamos usar nossa energia para criar uma ilusão sobre nós.

__Eu posso ajudar também?

__Sim, é claro. Toda ajuda é bem-vinda. – Caleb falou e se moveu pegando minha mão e a de Celandine, Max já estava segurando uma das minhas mãos. Caleb deu ordens para que todos os soldados permanecem parados. __Fechem os olhos e abram suas mentes, não se assustem, talvez se sintam um pouco tontos.

Então Caleb fez algo estranho até para mim. Senti sua energia forte se somar a minha e a de Max e Celandine. Ouvimos o som das naves passando sobre nós, meu corpo começou a tremer de medo e tanto Max, quanto Caleb apertaram minhas mãos. O som se foi e após alguns segundos, relaxamos e Caleb pediu.

__Abram os olhos agora. Eles já foram. – Celandine soltou de sua mão e olhou para o alto, eu fiz o mesmo, depois encarei Caleb.

__O que fez?

__Fiz com que o ar criasse a ilusão de invisibilidade, eles não puderam nos ver, nem nos sentir, ocultei nossa energia.

__De todos nós? – perguntei surpresa e ele riu.

__Por isso precisei de sua ajuda. Sem você não teríamos conseguido. – Max puxou minha mão esquerda, que permanecia segurando a de Caleb.

__Não precisa mais, já pode soltá-la. – suspirei aborrecida e me desculpei com Caleb mentalmente antes de voltarmos para nossos lugares. Sentei-me ao lado de Alexandra que nos aguardava com ansiedade.

__Achei que dessa vez seriamos descobertos. – Filipe falou.

__Foi por pouco mesmo. – respondi e me sentei sendo seguida por Max. __Max, precisa parar com isso. – falei me referindo ao seu ataque de ciúme, ele me olhou surpreso e depois fez cara feia.

__O que você quer Vic? Que eu a divida com ele?

__Max! – Celandine o repreendeu __Isso foi ofensivo ao extremo. – ele suspirou e baixou o olhar.

__Me desculpe Vic, mas não suporto a ideia de que você compartilhe nada com ele. Como acha que me sinto ao vê-lo tocar em você?

__Só demos as mãos. – falei de modo gentil.

__Se ele não sentisse nada por você, não teria problema, mas sei bem o que significa para ele esse simples toque.

__Está sendo imaturo! – reclamei alterando a voz.

__Parem de discutir! – Celandine falou com autoridade materna e me contive.

__Sabe que teremos de nos unir para combater os Handarianos, não é? – Eu o questionei.

__Desde que isso não envolva apertos de mão e nada mais íntimo, não me importo. – ele retrucou e se deitou.

No dia seguinte estávamos todos tensos e preocupados. Andávamos prestando atenção a qualquer movimento nas folhagens, ou alteração no voo das aves. Max manteve-se ao meu lado como um guarda costas. Ele estava calado e mal humorado, o que piorou quando Caleb se aproximou pareando sua montaria a minha.

__Precisamos discutir a estratégia de ataque. Como vamos agir ao chegarmos a Vila próxima as minas. – antes que eu pudesse dizer algo, Max falou:

__Não quero que Vic participe dos combates. Pode ser perigoso para a criança. – olhei para ele estupefata.

__Max! Eu vou aj... – não cheguei a concluir, pois Caleb me interrompeu.

__Concordo com Max, você deve ficar na Vila.

__O quê? – perguntei irritada.

__Ele está certo. No lugar dele já a teria levado para casa.

__Caleb, eu posso ajudar.

__Sei que pode, você vai ajudar a proteger a Vila. Vou ensiná-la a ocultar a energia dos habitantes e assim ficarão protegidos, enquanto resgatamos os prisioneiros. – minha expressão de descontentamento o fez completar. __Deve pensar no seu filho.

__Nosso filho! – Max falou e Caleb só lançou um olhar para ele.

__A noite vamos nos reunir e decidiremos o que fazer. – Caleb disse e saiu de perto de nós.

Naquela noite fizemos uma grande roda ao redor do fogo. Max e eu, Celandine, Alexandra, Filipe e Caleb; e todos foram contra eu seguir até as minas, então tive que aceitar os argumentos em silêncio. Quando nos separamos em direção a nossos lugares, Alexandra me questionou.

__Você realmente não está preocupada com a criança? – fiquei algum tempo olhando para ela sem saber o que dizer.

__É claro que me preocupo, mas a verdade é que ainda não caiu a ficha, sabe? – ela me encarou sem entender e eu expliquei. __Quero dizer que não é como se eu estivesse grávida, não estou sentindo essa criança em mim, eu não sinto...

__Ainda é cedo Vic, ele precisa crescer mais para você começar a sentir algum movimento. – ela disse com um sorriso gentil, também sorri. Mas ela não entendeu o que eu estava dizendo, eu não sentia a presença da criança, não sentia sua energia, não sentia que eu fosse mãe, eu só me sentia estranha, como se estivesse doente.

Me deitei e Max ficou ao meu lado, ele se recostou em sua bagagem e abriu os braços me chamando para deitar ao seu lado. Me aconcheguei em seu peito e fiquei ouvindo o bater de seu coração.

__Está aborrecido comigo por eu querer ir?

__Queria que você tivesse um pouco mais de sentimento de autopreservação. Afinal agora não é só a sua vida que está em risco.

__Eu vou tomar cuidado, prometo. Não vou sair da vila, mas se algo acontecer a você, não vou ficar esperando sentada.

__Nada vai acontecer comigo. – o abracei com força com medo de perdê-lo. Eu ainda estava sonhando com Max e Alexandra presos nas minas.

Andirá - o retorno a AtlantisOnde histórias criam vida. Descubra agora