Capturados

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Max

Capitulo 33                                    Capturados

Quando vi a Vic resgatar a criança das mãos do Handariano, ainda estava atônito com o que acontecia, mas quando ela explodiu a cabeça dele em uma massa de sangue, ossos e cérebro; eu acordei e comecei a agir, lutei com aqueles que arrastavam os aldeões. Filipe se mantinha ao meu lado e juntos conseguimos prender alguns deles. Alexandra disparava suas flechas e lutava desarmando-os, vi Caleb usando de seus poderes para imobilizá-los. Todos nós tentávamos não matá-los, Vic pediu para poupá-los, segundo ela, matar os Handarianos só agravaria a situação. Ela queria derrotá-los e mandá-los embora, mas isso foi antes. Antes de sabermos que o que eles desejavam era seu poder.

Me afastei de Vic no calor da batalha e quando percebi a nave estava sobre a praça e nós fomos puxados por um raio luminoso, assim que me vi dentro da nave tentei lutar mas fui abatido com uma pancada na cabeça. Acordei algum tempo depois em um local escuro e úmido, o cheiro de terra fresca era forte. Tentei me mover, porém minhas mãos e pés estavam presos a uma parede por correntes pesadas. Tentei passar a mão na cabeça onde latejava, mas não consegui.

__Calma. – ouvi a voz de Alexandra ao meu lado. __Estamos presos. Você está bem?

__Minha cabeça dói.

__Bateram em você com muita força.

__Você viu a Vic? Sabe se eles a pegaram? – perguntei preocupado.

__Se a pegaram não trouxeram para cá.

__Onde estamos? Não consigo ver nada.

__Acho que nas minas. – Alexandra falou e se moveu fazendo suas correntes tilintarem. __Vic me avisou que isso aconteceria.

__É, ela falou. – afirmei desanimado __Só espero que ela esteja a salvo.

__Lembro de ver Caleb envolvendo ela em um globo de luz. Acho que ele a protegeu.

__Espero que sim.

Nos calamos após esse momento e rezei para que Caleb tivesse conseguido salvá-la, naquele momento a única coisa que me importava era a integridade de Vic e meu filho. Se Caleb tem tanto poder, quem sabe não consiga levá-la para longe.

Acho que adormeci por algumas horas, acordei com Alexandra sussurrando.

__Max, acorde. Acho que estão vindo. – despertei e tentei mudar a posição dos braços senti cãibras, mordi o lábio para conter a exclamação de dor. Então visualizei luzes fracas aproximarem de onde estávamos. Os Handarianos usavam um tipo de lanterna iluminada com cristais iridescentes, que lançavam luzes coloridas nas paredes escuras da caverna.

__Max, não lute, por favor! – Alexandra me pediu.

__Nem se eu quisesse. – falei com um sorriso nervoso. Eles entraram e nos soltaram, com um solavanco nos puseram de pé e nos empurraram pelo corredor com armas apontadas às nossas costas, tudo isso sem dizer uma palavra.

Chegamos a um local aberto, amplo e com um tipo de ventilação precária. Um dos Handarianos vestido com algum uniforme militar, estava de pé a nossa espera. Eles todos se pareciam, como se fossem cópias uns dos outros, mas esse era diferente, possuía uma barba curta no mesmo tom de seus cabelos prateados. Fomos forçados a parar diante dele.

__Onde está a deusa? – ele perguntou em nosso idioma, mas com um sotaque estranho. Olhei para Alexandra e sua expressão de raiva era visível, acho que se pudesse ela o mataria com a força de seu olhar.

__Respondam! – ele gritou __Só vou perguntar mais uma vez. Onde está a jovem deusa?

__Mesmo que eu soubesse, acredita que eu diria a você? – respondi com sarcasmo e ele fez um sinal para o guarda ao meu lado, que me acertou no estômago, me fazendo dobrar de dor. Ele me ergueu com força.

__Senão colaborar, sua amiga pode receber o mesmo tratamento. – o Handariano disse com raiva e falou algo em sua língua estalada e incompreensível, o outro guarda agarrou Alexandra pelos cabelos com força, ela riu, o que o deixou confuso e irritado.

__Max, não se atreva a sentir que tem obrigação de me salvar. – ela disse e cuspiu em seu agressor.

__Nós não sabemos onde ela está. Quando fomos trazidos para a nave, lutávamos separados. – eu disse incapaz de ver Alexandra ser torturada.

__Ela foi levada pelo comandante de Malie. – o Handariano disse __Para onde? – Alexandra gargalhou e levou uma bofetada, seus lábios se romperam e começaram a sangrar.

__Espero que ele a tenha levado de volta para casa. – Alexandra falou.

__Onde?

__Não sei, você sabe onde mora Andirá? – ela perguntou com deboche e o Handariano a fuzilou com o olhar.

__Vamos ver se continuam valentes depois de trabalharem nas minas. - Fomos levados aos túneis de extração de cristais, recebemos ferramentas e nos apontaram a parede, nós nos juntamos aos outros aldeões e começamos a escavar a rocha.

__Você está bem? – perguntei ao vê-la limpar o lábio com a manga da camisa.

__Sim, sou mais forte do que você imagina. – ela disse com um meio sorriso, os lábios inchados e o lado do rosto escurecendo com o hematoma. Recebemos uma advertência de um dos guardas e voltamos a tarefa de extração.

Andirá - o retorno a AtlantisOnde histórias criam vida. Descubra agora