Vic
Capítulo 43 Saudade
Quando acordei, Pamela estava em meu quarto, depositando uma bandeja sobre a mesinha.
__Senhora, eu a acordei? Me desculpe, eu só pensei em deixar uma bandeja com comida.
__Está tudo bem Pamela. – me sentei e ela se aproximou olhando ressabiada. __Sou eu Pamela. – ela sorriu.
__Deseja algo Senhora?
__Queria tomar um banho. – olhei a camisola que eu usava e parecia tão limpa quanto no dia em que a vesti, mas eu sentia falta da água tocando meu corpo.
__Vou providenciar. – ela disse e saiu apressada, me levantei e caminhei até o espelho, fiquei me olhando, era assustador ver minha silhueta, a barriga tão crescida, parecia que estava com uns sete ou oito meses de gravidez e na verdade não havia nem seis meses completos. De repente senti fome e me voltei para a bandeja, havia um copo com leite, pães e frutas. Comi um pouco de tudo e senti meu estômago parar de reclamar, então levei um susto ao perceber o movimento dentro de mim. Toquei minha barriga e senti aquela ondulação sob a pele. Era meu bebê, minha filha se movendo dentro de mim e meu coração se encheu de um temor por tudo que enfrentaríamos, a partir daquele momento em diante eu teria uma vida sob minha responsabilidade, alguém totalmente dependente de mim.
Pamela retornou com ajudantes e encheram a banheira que permanecia em meu quarto atrás de um biombo, depois eles saíram e Pamela permaneceu, demorei para tirar a camisola e ela percebeu meu desconforto.
__Vou me virar até que entre na banheira.
__Obrigada Pamela. – entrei rapidamente na banheira e ela se virou e começou a me ajudar a lavar os cabelos e ficou em silêncio por bastante tempo. __Pamela, acho que não tenho nenhuma roupa que me sirva.
__Não se preocupe Senhora, suas roupas estão guardadas e tem algumas peças que...bem...podem ser adaptadas.
Após o banho, esperei que Pamela fizesse alguns arranjos em umas roupas, por fim, me vesti com uma calça azul que era amarrada na cintura, nesse caso, bem abaixo da minha barriga e uma bata branca. Ela penteou meus cabelos e me sentei diante da janela enquanto tiravam a água da banheira.
__Deseja mais alguma coisa? – ela me perguntou com gentileza e eu só queria ficar sozinha para pensar. Acenei com a cabeça que não e ela saiu. A única coisa que conseguia fazer era pensar em meu futuro, na criança, em Max e o que eu deveria fazer. Seguir meu coração ou atender ao chamado de Andirá. Eu não seria capaz de entregar minha filha a Max e me isolar em algum lugar para servir a deusa. Por volta do meio dia, Pamela retornou. __Senhora, o Comandante deseja saber se está bem. – ela disse mordendo o lábio.
__Estou. – falei sem emoção e tentei sorrir.
__Acho que ele está preocupado. – ela disse e virou um pouco a cabeça de lado e sorriu __Não seria melhor comer com ele na sala de jantar ou no jardim?
__Ele pediu para me chamar? – perguntei curiosa.
__Não, não. – ela disse apressada. __Foi uma ideia minha. O Comandante não quer perturbá-la, mandou-me fazer tudo que a Senhora pedir.
__Então eu prefiro comer aqui mesmo. – ela fez uma pequena vênia com uma expressão desiludida e se retirou.
Passei uma semana sem sair do quarto, Caleb passou algumas vezes para ver se eu estava bem. Deixou rosas em meu travesseiro enquanto eu dormia, algumas vezes, na esperança de que eu saísse da minha letargia. Comprou-me roupas novas e algumas peças para a criança, o que me deixou assustada, logo ela estaria em meus braços. Pamela tentava conversar assuntos banais, como o tempo ou o seu noivado com Michel. Fiquei feliz em saber que ela iria se casar. Às vezes tentava falar de Max ou do bebê, mas minhas respostas não a estimulavam a continuar, então ela parou de falar sobre o assunto. Um dia ela tomou coragem e me perguntou algo, que tenho certeza a intrigava há algum tempo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Andirá - o retorno a Atlantis
AventuraMax consegue levar Vic de volta a Atlantis e estão cheios de planos para se casarem, mas não contavam com uma invasão hostil ao planeta, que leva Vic a lutar novamente por Atlantis.