Pedro Pettigrew era um garoto baixinho e gorducho, sem amigos - todos os garotos que conhecia caçoavam dele por ser pequeno e gordo. Mas Pedro era capaz de fazer algo que aqueles meninos não podiam: magia. Ele era um bruxo sangue-puro, o que o tornava melhor e superior que os trouxas que tiravam sarro dele. Pelo menos foi isso que disse um tal Black no Profeta Diário - o jornal dos bruxos - outro dia.
Naquela tarde, Pedro estava mais uma vez organizando sua coleção de sapos de chocolate no vão embaixo da escada, quando ouviu vozes vindas da cozinha. Apurou os ouvidos:
- Estou bastante preocupado com isso - era a voz de seu pai.
- Com o quê? Hoje ainda é dezoito - disse sua mãe.
- Já é dezoito! Falta pouco mais de dez dias para 1° de setembro!
- Ela irá chegar! Irá chegar! - Sua mãe não parecia muito convencida do que dizia.
- Temos de considerar que ele pode ser um aborto, querida...
- Mas... Mas e todos os sinais de magia que ele demonstrou?
- Não sei, querida. Essa é a única explicação para ela ainda não ter chegado.
- Nosso filho não é um aborto, Pettigrew! Não é! - A mãe gritou e saiu pelas portas do fundo.
Pedro saiu correndo em direção ao quarto. Estava assustado com o que acabara de ouvir, e sentou-se na cama, tentando digerir tudo.
Então, seus pais acreditavam que ele era um aborto... E falavam sobre isso nas suas costas. Sabia o que era um aborto, claro. Mas não podia ser um bruxo sem poderes, havia demonstrado sinais de magia antes. Além de fracassado, era um aborto. Se os garotos da rua soubessem, jamais o deixariam em paz.
- Sorte a minha que eles são trouxas.
Disse, apenas para si, o menino gorducho.
***
Dois dias se passaram desde a briga dos pais, que Pedro entreouvira escondido. E, mesmo depois de dois dias, ele se recusava a sair do quarto. Estava aborrecido com o fato de não ser um bruxo de verdade. Praticamente toda a família Pettigrew era bruxa, menos ele. Era um fracasso total, tanto no mundo mágico quanto no mundo trouxa.
- Posso entrar? - Seu pai bateu à porta.
- Não!
- Então falarei daqui - Ele insistiu.
- Não escutarei. - O filho teimou
Porém, o pai não desistiu.
- Olhe, não é vergonha nenhuma ser um aborto e, mesmo que fosse, você não é um. Tenho certeza de que sua coruja chegará em breve, talvez ela tenha apenas se perdido.
- Então, por que disse aquelas coisas à mamãe?
- Estava estressado e cansado, Pedro. Não foi minha intenção e lamento que tenha ouvido - esperou, porém, logo continuou, já que não ouviu resposta. - Agora, vem jantar, vem.
O menino abriu a porta do quarto. Naquela noite, todos jantaram juntos, porém foi um jantar silencioso, ninguém disse uma única palavra. Ouvia-se apenas o tilintar dos talheres. Todos estavam absortos em seus pratos de comida quando uma coruja planou na mesa; os Pettigrew a olharam curiosos. Quem seria?
Com uma esperança renovada, Pedro decidiu pegar o pergaminho que estava atado à perna da coruja. E, com extrema felicidade, viu que estava endereçada a ele. Não precisou abrir para saber do que se tratava.
- É a carta? - Perguntaram seus pais em uníssono.
- É a carta. - Confirmou. - Irei para Hogwarts! Não sou um aborto! Sou um bruxo!
- Parabéns, querido - disse a Sra. Pettigrew, com os olhos brilhando de orgulho diante dos gritos felizes do filho.
Pedro Pettigrew realmente estava radiante de felicidade. Seus pais o olhavam com orgulho, foi a primeira vez que sentiram orgulho do pequeno Pedro Pettigrew.
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Os Marotos
FanfictionSirius Black, Tiago Potter, Remo Lupin e Pedro Pettigrew se conhecem em seu primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e tornam-se amigos. A partir de então, começam a embarcar juntos em diversas aventuras: descobrir um lobisomem nos ter...