Os alunos já estavam se despedindo do professor Slughorn aquela altura. Compareceram ao pequeno almoço apenas alunos do segundo e terceiro anos, entre eles Lílian Evans, Severo Snape e Marlene Mckinnon. Mas três estudantes estavam ficando para trás. Prolongavam a própria saída pelo máximo de tempo possível, empurrando alguns docinhos para o estômago.
Horácio Slughorn notou a demora dos três, mas pareceu não se importar. Também queria conversar com eles em particular. Provavelmente sobre o mesmo assunto. O boato que estava rondando em algumas tavernas do mundo bruxo. A notícia de que Dumbledore estava escondendo um lobisomem em Hogwarts!
— Então, meninos... — começou o professor, mas foi interrompido por Remo.
— Acho que já sabe porque estamos aqui, professor — ele disse, olhando o mestre no fundo dos olhos.
— O senhor era a única pessoa estranha naquela noite — Sirius completou.
— E provavelmente a única que revelaria o segredo do Sr. Lupin, estou certo? — Slughorn apontou para Remo, que ainda bebia seu suco de abóbora. — Sim, eu também tenho ouvido estes boatos, meninos, e asseguro-lhes que não revelei nadinha. Confio em Dumbledore cegamente. Ele não colocaria em risco nenhum aluno. Mas eu tenho que fazer a mesma pergunta a vocês: têm ideia de quem possa ter espalhado esses boatos?
— Você é a única pessoa estranha que sabia disso, professor — disse Remo, voltando o olhar para o homem. — A única pessoa de quem posso desconfiar é o senhor, obviamente.
Horácio deu uma de suas famosas risadas.
— Claro, claro. Naturalmente — então ficou sério. — Mas eu sou um professor de Hogwarts, e como tal não quero prejudicar a escola. Eu nunca soltaria um boato desses — olhou para Remo mais intensamente. — Tem certeza, meu caro, de que está sendo bastante cuidadoso ao se esconder na Floresta Proibida?
— Mas é claro que ele está! Quem o senhor pensa que é para acusa-lo assim?! — Tiago gritou partindo para cima do professor, mas Sirius o segurou.
— Ora, vocês três também me acusaram de revelar esse segredo, não foi mesmo? — Ele deu uma piscada, então abanou as mãos para eles: — Agora vão, vão, vão. Ou vão perder o carrinho de doces.
Remo saiu de lá bastante envergonhado e constrangido. Agora que pensava sobre o assunto, percebia o quanto ele tinha sido bobo por desconfiar do professor. Tiago, ao contrário, estava com muita raiva, mas dos amigos.
Ele queria jogar indiretas para que Lílian e Severo revelassem que esse boato tinha o dedo deles, mas Remo e Sirius o impediram. Disseram que colocariam em risco toda a operação. E que as suposições dele eram absurdas. Ora, absurdo era achar que o culpado era o Professor Slughorn!
Voltaram frustrados à cabine. Sirius chutava o ar e andava de um lado para o outro. Tiago se amuou em um canto e Remo se retirou em seus pensamentos, para descobrir quem era o verdadeiro fofoqueiro. Pedro tentava tirá-los daquele estado para que contassem o que ocorrera na cabine de Horácio. Quando já estava finalmente anoitecendo, ele conseguiu.
— Então perderam tempo lá, não foi? — Ele disse, depois de ouvir toda a história da boca de Remo.
Lupin suspirou antes de responder.
— Sabemos que o Professor Slughorn é de confiança. Esse é um bom começo. Prova que nem tudo foi em vão — suspirou de novo e puxou o malão, olhando para a janela. — Acho melhor nos trocarmos, estamos chegando.
A plataforma da Estação de Hogsmeade não mudara nada no tempo em que passaram fora. Como no ano anterior, os alunos do primeiro ano eram conduzidos por Hagrid até os barcos que os levariam ao castelo. Já os alunos dos anos superiores iriam nas carruagens que eram guiadas sozinhas.
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Os Marotos
Fiksi PenggemarSirius Black, Tiago Potter, Remo Lupin e Pedro Pettigrew se conhecem em seu primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e tornam-se amigos. A partir de então, começam a embarcar juntos em diversas aventuras: descobrir um lobisomem nos ter...