CAPÍTULO 14

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Não foi nada fácil convencer seus pais o deixarem ir na tal festa mas com um jeitinho e muita promessa de que iria cortar a grama durante um mês eles cederam. Jisung estava terminando de se vestir quando Minho bate à porta de seu quarto:
- Veste uma roupa, Jisung. Tô entrando! – E ele entrou.
- Não tô lembrado se o Chan disse que a festa era à fantasia. Por quê você está fantasiado de ceifador? – Jisung mediu Minho com os olhos e de cima a baixo ele estava vestindo preto, incluindo uma touca também preta.
- Muito engraçadinho você. E por que então você vai de chapeuzinho vermelho? – Minho retruca comentando sobre o moletom vermelho com capuz de Jisung.
- Espero que nenhuma bruxa má me ofereça uma maçã envenenada.
- Você tá confundindo as historinhas Jisung, isso não é branca de neve.
Os dois começam a gargalhar feito dois idiotas quando ouvem uma buzina de carro na frente da casa.
- Vamo descer que o Felix já chegou. – Jisung empurra Minho porta a fora, descem as escadas, se despedem dos pais de Jisung e vão até o carro.
- Por que é que de nós três acho que Felix é o único bem arrumado? – Jisung pergunta mais para si mesmo do que aos outros dois ao ver que o garoto usava um jeans com uma camisa branca.
- Qual é mesmo o endereço da casa? – Felix pergunta quando eles entram no carro.
Como Minho ia no banco do carona, ele digita o endereço no gps que começa a dar as instruções de como chegar no local.
- Como é que seus pais te liberaram o carro? – Minho pergunta realmente curioso.
- Quando a gente morava na Austrália, morávamos muito longe de onde eu estudava, ir de bicicleta nem era uma opção e a rota do ônibus escolar não passava em nosso bairro, então meu pai me deu aulas de direção pra quando eles estivessem viajando eu ir de carro para a escola e nos outros dias eles me levavam e me buscavam, daí fui pegando jeito.
- Uau, se isso fosse comigo era bem provável que meus pais me mandassem ir andando. Acho que ele gostam mais do carro que de mim. Ainda acho que um dia vou acordar e descobrir que sou adotado e o filho verdadeiro deles é o carro. – Jisung comenta fazendo uma cara de drama que faz todos rirem.
- Quanto drama hein esquilo. – Minho comenta. – Acho então que vou preferir o "seu irmão" ao invés de você.
- Tá mas, porque você chama o Jisung de esquilo? – Felix pergunta.
- Sério que você não percebeu? É só olhar pra mim e ver minhas bochechas, o Minho cismou com elas desde quando a gente se conheceu e me chama de esquilo desde então. – Jisung faz aegyo apontando seus dedos indicadores um de cada lado nas bochechas.
Vinte cinco minutos depois, Felix estaciona do outro lado da rua, em frente à uma casa grande e bonita com música vindo da parte de trás da casa.
- É hora da festa bebês. – Jisung comenta com os dois.
- Felix é o motorista da vez, então nada de beber umas e outras hein. – Minho afirma.
- Ei, cadê minha credibilidade como motorista?! Eu sou muito ajuizado.
- Então estamos combinados. E Minho, por favor desfaz essa cara de marrento porque a gente não quer intimidar ninguém e sim fazer amigos.
- Não prometo nada, afinal é a única cara que eu tenho.
Eles se encaminham para porta e quando Jisung vai tocar a campainha, ChangBin e Chan vem chegando com algumas sacolas com refris, bebidas e salgadinhos.
- Pensava que vocês não viriam. – Chan falou.
- E não sabia que era pra trazer alguma coisa. – Jisung comenta preocupado.
- E não é, isso aqui é só por precaução. – ChangBin tranquilizou Jisung.
- Agora vamos entrar e aproveitar. – Chan os chamou e indicou um caminho lateral que dava aos fundos da casa.
Quando eles chegaram até os fundos, ficaram surpresos em ver que o espaço era enorme, decorado com luzes coloridas, uma mesa cheia de guloseimas e um frigobar com bastante bebidas, além de uma piscina e um pequeno palco pras apresentações daquela noite.
Jisung pensava que seria apenas uma reunião com algumas pessoas conhecidas, nada muito extravagante, mas vindo daqueles três isso nem deveria ser surpresa. O trio popularidade era conhecido também por sempre fazer esse tipo de festa e já que Jisung, Minho e Felix estavam ali tinham mais é que aproveitar.
Chan os chamou para o lado em que espreguiçadeiras estavam dispostas e eles ali se sentaram, falaram sobre o iminente debut do trio, que precisavam escolher um nome, que fariam muito sucesso. Quando Jongho rouba a cena e começa a cantar Breathin da Ariana Grande e todo mundo parou pra ouvi-lo cantar as notas afinadíssimas, quando ele terminou todos o aplaudiram de boca aberta impressionados com o vocal dele, menos Chan e ChangBin que já sabiam de todo o potencial do garoto. É quando Jongho se aproxima e Felix comenta:
- Uau, cara que demais você cantando. Parabéns!
- Ah, obrigado. – Jongho fala sem jeito. – Eu treino de vez em quando.
- Por que você não se candidata a ser trainee também? Eu aposto que o sucesso seria garantido. – Jisung acrescenta.
- Não, na verdade eu tô bem assim, não quero ser famoso.
Minho que ouvia tudo calado, levantou e foi pegar uma cerveja. Jisung o observou e pensou que essa seria a ocasião pra falar de uma vez o que não poderia guardar por muito tempo mais.
Jisung não perdeu tempo, pediu licença e levantou pra ir atrás de Minho. Pegou uma lata de refrigerante, uma de cerveja e despejou em um copo fazendo uma mistura e de uma vez só tomou o conteúdo. Quando procurou por Minho ele não estava à vista.
Jisung saiu andando pelo local até que um pouco mais afastado do barulho, Minho estava sentado em um banco de mármore em canto escuro de costas para Jisung e não o viu se aproximar.
- O que o rei das trevas tá fazendo aqui sozinho? – Jisung pergunta fazendo Minho dar um pequeno sobressalto pelo susto.
- Que porra Jisung, quer me matar do coração?
- Na verdade eu é que vou morrer do coração aqui, ou não. – Jisung diz e se senta ao lado de Minho.
- Tá sentindo alguma coisa? Quer ir pra casa? – Minho pergunta um pouco preocupado com o amigo.
- Não cara, eu tô legal. Ou acho que estou.
Sem mais nem menos Jisung muda de assunto e pergunta:
- Minho? Você já pensou se tivesse que escolher entre uma amizade e uma paixão?
- Esquilo você tava bebendo? Por que tá me perguntando esse tipo de coisa? – Minho responde divertido.
- Eu bebi mas isso não vem ao caso. Sei que a gente já é amigo faz tempo, que a gente já passou por poucas e boas juntos. – Jisung começa.
- Onde é que você tá querendo chegar? – Minho pergunta confuso.
- Você é meu melhor amigo, o único melhor amigo que eu tenho. É por isso que eu não quero ter que fazer uma escolha Minho. Eu gosto de você, eu quero você, como amigo e também como meu namorado. – Jisung fala olhando nos olhos de Minho e sentindo ficar surdo com as batidas do seu próprio coração.
Minho se assusta com a declaração repentina do amigo, não esperava ouvir isso de Jisung já que ele nunca demonstrou sentir algo mais do que amizade ou talvez Minho não tivesse percebido.
- Jisung, você também é meu melhor amigo e eu não sei o que dizer sobre tudo isso que você me falou agora. Eu tô me sentindo estranho, não acho que é o melhor momento pra gente conversar. Me dá um tempo pra analisar isso tudo.
Jisung não esperava que essa fosse a resposta de Minho, ou melhor, que ele não lhe desse nenhuma resposta e o deixasse nessa incerteza como se tivesse esperando um empurrão que o jogasse de um penhasco com o coração pesado e triste.
- Me desculpa, tá. Eu vou indo nessa. A gente se fala outra hora. – Minho levanta depressa e deixa Jisung sozinho no banco em um canto escuro como um animal abandonado e indefeso, pelo menos era assim que Jisung se sentia naquele momento.

Stay By My Side  {MinSung SKZ}Onde histórias criam vida. Descubra agora