As semanas passaram voando e ontem foi o último show da turnê em São Paulo, que inclusive foi com o MODE$TIA e Class A. Nesse exato momento estou me trocando para ver meu pai, durante essas duas semanas pensei muito se realmente deveria ver ele e cheguei na conclusão que sim, eu fiz tudo o queria nessa última semana, fui ver a a Lana, sai com o pessoal e agora só falta ir na casa do meu pai, vesti a primeira coisa que achei na mala e segui para o apartamento dele escoltada pelo Bavi, Pedro e meu namorado.
- Tem certeza disso pequena?
- Pela quinta vez, eu tenho sim Pedro.
Entrei no uber em silêncio e permaneci assim até chegar no prédio do meu pai. Desci do carro, respirei fundo e esperei os meninos. Não tivemos problemas para subir por conta do porteiro que me conhecia. Subimos em silêncio, mas parece que meu coração virou uma escola de samba de tão forte que ele tá batendo.
- Amor tu tem certeza que quer ir falar com ele? Você tá visivelmente mal - Daniel perguntou meio receoso.
- Tenho sim vida, e não se preocupa eu tô bem, e uma hora vou ter que falar com ele, eu querendo ou não ele é meu pai. - Na verdade não tô me sentindo muito bem hoje, estou com umas tontura estranha.
Ele concordou com a cabeça e chegamos no andar que meu pai mora, respirei fundo e bati na porta. Estava perdida em meus pensamentos até que a porta é aberta.
- Luíza minha filha, que saudades de você. - Meu pai me surpreende e me puxa para um abraço. - Vem entra vamos conversar.
Os meninos olham estranho e eu digo com o olhar que tá tudo bem, entrei e ele fechou a porta, acho que nem viu os meninos.
- Você vai voltar pra casa?
- Não pai, eu vim porque desde que eu fui embora não conversamos.
- Filha me perdoa por favor, eu sei que fui um péssimo pai mas eu estou disposto a ser diferente agora, você não faz idéia de como sinto sua falta dentro de casa, tem quase 5 meses que você foi embora e eu me culpo por isso todos os dias. - Ele se senta ao meu lado e me envolve num abraço afetuoso.
Seja forte Luíza.
- Olha pai eu te amo muito, mas não dá pra mim voltar pra casa, eu te perdôo sim, mas tá muito recente ainda pra mim, não me sinto pronta muito menos preparada para voltar. - Respondi segurando o choro.
- Minha filha eu sei que exagerei na nossa última discussão, mas esquece isso e vamos recomeçar.
- Desde que a mamãe morreu você só me maltrata, não é só por causa da nossa última discussão que eu fui embora, foi porque eu não aguentava mais todo dia você descontando suas revoltas em mim, por não suportar mais você me culpando pela morte da minha mãe, desculpa se ela morreu por minha causa eu juro que não queria isso. - Não aguentei mais segurar as lágrimas.
- Filha por favor não chora, eu errei muito com você e estou arrependido, vem ficar comigo que é o seu lugar, não com aquele bando de maconheiro irresponsável, aqui comigo você tinha de tudo nunca te faltou nada Luíza, sempre te dei tudo que queria. - Ele levantou e começou a se alterar.
- Você lave muito bem essa sua boca pra falar dos meus meninos, e você não vai aprender nunca né? Você nunca me deu o mais importante pai, o amor, aliás você sabe o que é amor?
- Eu sabia sim o que era amor mas VOCÊ matou isso. Por que não morreu no lugar dela?
- Eu não queria que as coisas fossem assim pai, me diz por que tanto ódio de mim?
- Porquê você foi o fruto da destruição do meu casamento, se você não tivesse nascido, hoje eu ainda seria feliz. - Ele fala com rancor na voz.
- Se me odeia tanto por que me criou depois da morte da mamãe?
- Porquê eu tinha planos pra você! Mas estraguei tudo antes de concluir o que eu tinha em mente.
- P-planos? Como assim planos? - Meu Deus meu pai é louco.
- Sabe o que eu ia fazer com você doce e ingênua Luíza? - Ele se sentou do meu lado e começou a acariciar meu rosto, sua voz estava novamente calma.
- Não. - Respondi fria.
- Primeiro eu ia esperar você ficar bem gostosa, que pelo que eu tô vendo já tá começando. - Ele passou a mão na minha coxa. - Segundo eu ia te amarrar lá na minha cama. - Fechei os olhos com força não querendo acreditar no que estou ouvindo. - Terceiro eu ia rasgar sua roupa todinha e comeria essa sua boceta gostosa e apertadinha a força até você perder a consciência.
Eu me levantei em um pulo incrédula no que eu acabei de ouvir.
- Você é louco, como pode querer fazer isso com sua própria filha?
- Como pode ser tão ingênua querida Luíza? Não tá na cara que eu não sou seu pai?
Por um momento senti tudo girando e uma forte pontada na barriga me atingiu.
- Como assim não é meu pai?
- Aquele marginal do seu primo não te contou a verdade?
- Do que você está falando?
- A sua mãe era muito próxima de uma mulher chamada Lú do Rio de Janeiro, sempre que dava nós íamos no Rio ver a Lú ou ela vinha para cá, certa vez sua mãe foi sem mim e se envolveu com o pai dos filhos dessa mulher e desse envolvimento veio você! Fruto de uma traição, com o tempo eu perdoei ela e até aprendi te amar, aí veio aquele maldito câncer e levou o amor da minha vida embora, se você não tivesse nascido nada disso teria acontecido a culpa é sua!
Meu mundo parou por um segundo, isso não pode tá acontecendo.
- E o que o Baviera tem haver com isso?
- Larga de ser burra garota, a família da sua mãe era muito próxima da família da Lú que é mãe daquele outro marginal que canta aquelas bostas com seu primo, você é irmã dele e seu primo sabe disso e não te contou! Não percebeu que ninguém te ama de verdade? Que todos mentem pra você o tempo inteiro? - Ele ri amargurado.
- VOCÊ É UM MONSTRO, EU TE ODEIO.
- A porta foi aberta com tudo e o Baviera entra no apartamento.
- Que porra tá acontecendo aqui?
- O que esse marginal tá fazendo na minha casa?
- O vai tomar no cu, que aqui não tem marginal não.
- CHEGA VOCÊS DOIS AGORA MAS QUE PORRA MEU! Eu não vou ficar aqui mais nenhum segundo.
Eu me virei e sai correndo pra bem longe daquele apartamento, ouvi os meninos me gritando mas simplesmente ignorei. Estava atravessando a rua quando uma tontura me atingiu junto com uma dor forte na barriga, foi tudo muito rápido só escutei o Daniel me gritando e tudo ficou escuro.
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O Tempo Dirá.
Fiksi Remaja- Eu não aguento mais isso aqui. - Já que tá ruim vai embora Luiza! - É isso mesmo que eu vou fazer querido pai... Luiza uma jovem de 17 anos que mora em São Paulo com seu pai desde que sua mãe morreu a 3 anos atrás. Sua relação com seu pai não é...